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Esperemos que mude
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Esperemos que mude
A campanha eleitoral está em marcha, mesmo que a oficial ainda não tenha começado, e quanto a esclarecimentos continuamos mais ou menos na mesma.
Em minha opinião, dos debates que vi até agora, Catarina Martins é quem mais se tem esforçado por esclarecer as matérias substanciais: as suas posições e as dos seus adversários. Devo confessar que não assisti ao debate entre a líder do Bloco de Esquerda e Pedro Passos Coelho. Mas, da generalidade dos debates a que assisti, retiro esta avaliação. E não estamos esclarecidos quanto ao futuro por uma razão simples: continua-se a discutir, essencialmente, o passado.
Ouvi no outro dia Pacheco Pereira dizer que é muito importante discutir o passado. Estou de acordo. É importante que se esclareça e que se lembre aos portugueses as responsabilidades de cada um, mais ou menos na última década ou, pelo menos, nos últimos cinco anos. Mas talvez fosse bom que os debates fossem organizados de uma maneira que, ao fim e ao cabo, é muito simples: metade para se falar do passado, já que ninguém dispensa fazê-lo; e a segunda parte para se falar só do presente e do futuro, principalmente de propostas de governação.
No debate entre Catarina Martins e António Costa, a líder do BE colocou a este último uma questão essencial sobre as pensões. E uma vez que António Costa mostra sempre orgulho pelo facto de ter apresentado propostas concretas, números e contas, Catarina Martins foi fazer as contas, foi ler os números do tal programa económico que o PS apresentou. E falou-lhe de maneira muito simples, referindo, por exemplo, que no programa do PS se propõe, para compensar a redução da TSU das empresas e as devoluções fiscais, que sejam congeladas as pensões durante quatro anos. O que representará no total um não aumento dessas prestações sociais na ordem dos 1560 milhões de euros.
Ora, é dificilmente compreensível que os debates eleitorais não andem à volta exatamente de questões como esta: saber o que é que cada um propõe, identificar quanto custa e tentar descobrir onde é que cada um vai buscar dinheiro para as medidas que traz para a campanha.
Pode haver responsabilidade dos candidatos na falta de esclarecimento que se verifica. Mas também há, sem dúvida alguma, de quem conduz os debates. De qualquer modo, parece ser inquestionável que a força política que mais deu a conhecer os seus argumentos e as suas posições, pelo menos até aqui, foi sem dúvida o referido Bloco de Esquerda.
Está bem, o Bloco diz que fazem parte do seu programa soluções como as nacionalizações da banca e das empresas do setor energético, entre outras medidas marcadamente ideológicas. Mas, pelo menos vê-se ali "cabeça, tronco e membros", que também tem de ser reconhecido naquilo que a coligação vai dizendo (ou não vai dizendo). Com efeito, assumindo que quer seguir as mesmas linhas programáticas, apostando acima de tudo no investimento e na criação de emprego, dizendo de modo também explícito que não baixa o IVA da restauração e que, portanto, não aposta a título principal na retoma do consumo, a coligação não poderia ser mais explícita.
O Partido Socialista tem procurado também ser claro e tratando sempre de fundamentar as suas propostas. Foi aliás o primeiro a apresentar esse conjunto, só que, como se sabe, o seu pressuposto essencial reside num "talvez" otimista em relação ao nível do crescimento económico. O PCP continua a dizer, pelo que tenho ouvido, o que já sustentava antes da campanha, talvez com um ligeiro acentuar das reservas em relação ao euro. Mas a questão principal é: a pré-campanha muito pouco esclarecimento tem trazido. E como os resumos diários das televisões, na prática, reproduzem sempre os mesmos temas das intervenções dos diferentes líderes, passam-se os dias e ficamos na mesma.
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
16 Setembro 2015, 21:20 por Pedro Santana Lopes
Negócios
Em minha opinião, dos debates que vi até agora, Catarina Martins é quem mais se tem esforçado por esclarecer as matérias substanciais: as suas posições e as dos seus adversários. Devo confessar que não assisti ao debate entre a líder do Bloco de Esquerda e Pedro Passos Coelho. Mas, da generalidade dos debates a que assisti, retiro esta avaliação. E não estamos esclarecidos quanto ao futuro por uma razão simples: continua-se a discutir, essencialmente, o passado.
Ouvi no outro dia Pacheco Pereira dizer que é muito importante discutir o passado. Estou de acordo. É importante que se esclareça e que se lembre aos portugueses as responsabilidades de cada um, mais ou menos na última década ou, pelo menos, nos últimos cinco anos. Mas talvez fosse bom que os debates fossem organizados de uma maneira que, ao fim e ao cabo, é muito simples: metade para se falar do passado, já que ninguém dispensa fazê-lo; e a segunda parte para se falar só do presente e do futuro, principalmente de propostas de governação.
No debate entre Catarina Martins e António Costa, a líder do BE colocou a este último uma questão essencial sobre as pensões. E uma vez que António Costa mostra sempre orgulho pelo facto de ter apresentado propostas concretas, números e contas, Catarina Martins foi fazer as contas, foi ler os números do tal programa económico que o PS apresentou. E falou-lhe de maneira muito simples, referindo, por exemplo, que no programa do PS se propõe, para compensar a redução da TSU das empresas e as devoluções fiscais, que sejam congeladas as pensões durante quatro anos. O que representará no total um não aumento dessas prestações sociais na ordem dos 1560 milhões de euros.
Ora, é dificilmente compreensível que os debates eleitorais não andem à volta exatamente de questões como esta: saber o que é que cada um propõe, identificar quanto custa e tentar descobrir onde é que cada um vai buscar dinheiro para as medidas que traz para a campanha.
Pode haver responsabilidade dos candidatos na falta de esclarecimento que se verifica. Mas também há, sem dúvida alguma, de quem conduz os debates. De qualquer modo, parece ser inquestionável que a força política que mais deu a conhecer os seus argumentos e as suas posições, pelo menos até aqui, foi sem dúvida o referido Bloco de Esquerda.
Está bem, o Bloco diz que fazem parte do seu programa soluções como as nacionalizações da banca e das empresas do setor energético, entre outras medidas marcadamente ideológicas. Mas, pelo menos vê-se ali "cabeça, tronco e membros", que também tem de ser reconhecido naquilo que a coligação vai dizendo (ou não vai dizendo). Com efeito, assumindo que quer seguir as mesmas linhas programáticas, apostando acima de tudo no investimento e na criação de emprego, dizendo de modo também explícito que não baixa o IVA da restauração e que, portanto, não aposta a título principal na retoma do consumo, a coligação não poderia ser mais explícita.
O Partido Socialista tem procurado também ser claro e tratando sempre de fundamentar as suas propostas. Foi aliás o primeiro a apresentar esse conjunto, só que, como se sabe, o seu pressuposto essencial reside num "talvez" otimista em relação ao nível do crescimento económico. O PCP continua a dizer, pelo que tenho ouvido, o que já sustentava antes da campanha, talvez com um ligeiro acentuar das reservas em relação ao euro. Mas a questão principal é: a pré-campanha muito pouco esclarecimento tem trazido. E como os resumos diários das televisões, na prática, reproduzem sempre os mesmos temas das intervenções dos diferentes líderes, passam-se os dias e ficamos na mesma.
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
16 Setembro 2015, 21:20 por Pedro Santana Lopes
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