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Capacete e galochas
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Capacete e galochas
Quando pensas que vai acontecer o inevitável, sucede o imprevisto. Eis a sombria incerteza dos dias que vivemos.
Por cá e tudo à volta, e não falo da crise migratória. Por cá, a duas semanas das eleições, entretemo-nos a discutir o umbigo. À nossa volta, porém, há uma conjugação de sinais políticos e eleitorais cujo impacto ultrapassa as respetivas fronteiras e pode mesmo mudar o sentido da economia e da crise, que de outra coisa não se fala há quase oito anos.
Espreitemos o calendário: há uma semana, as primárias entre os Trabalhistas britânicos deram uma inesperada vitória à ala esquerda, mais eurocética e mais antiausteridade. Hoje é dia de eleições gerais na Grécia.
A 27 são as autonómicas na Catalunha, no que pode ser o detonador da independência. A 4 de outubro votamos nós.
Em 1 de novembro é a vez dos turcos. A 6 de dezembro são os venezuelanos. E, logo depois, as eleições gerais em Espanha, com uma nova cartografia de partidos políticos. É de tal forma a incerteza que o patrão de uma das maiores seguradoras mundiais dizia há poucos dias que, pela primeira vez, os maiores riscos são geopolíticos.
A Grécia vai hoje a votos. É a terceira vez em nove meses, a nona vez em seis anos. O retrato é de susto, a tripla maldição: um Estado falido, uma economia atrasada, uma administração ineficaz, e já lá vão três resgates. Nada que nos seja demasiado estranho e longínquo.
A confirmar-se, o empate técnico apontado pelas sondagens entre os dois maiores partidos vai obrigá-los a impor um novo e duríssimo programa de empobrecimento. Cansados e com um terço da população a viver abaixo do limiar da pobreza, os gregos preparam-se para mais um ciclo de instabilidade, quando a ruína do Parthenon já é a metáfora do país.
Nada que não nos possa também cair em cima. 4 de outubro é o nosso lance. Em vez de futuro, a coligação PSD/CDS toca e repica a tecla do passado e tem feito do medo uma espécie de programa político. A Esquerda portuguesa, essa, que vai do PS ao PCP e ao Bloco e arredores, insiste na sua contumaz incapacidade de oferecer soluções de estabilidade, pelo entendimento ou em aliança.Desconfiemos das sondagens que por aí andam e fixemo-nos no dia seguinte. Na ausência de uma maioria absoluta, é preciso jogo de cintura para gerar compromissos.
Vai ser duro? Vai. A tendência da moda para a estação de outono/inverno é capacete e galochas.
*DIRETOR
20.09.2015
AFONSO CAMÕES
Jornal de Notícias
Por cá e tudo à volta, e não falo da crise migratória. Por cá, a duas semanas das eleições, entretemo-nos a discutir o umbigo. À nossa volta, porém, há uma conjugação de sinais políticos e eleitorais cujo impacto ultrapassa as respetivas fronteiras e pode mesmo mudar o sentido da economia e da crise, que de outra coisa não se fala há quase oito anos.
Espreitemos o calendário: há uma semana, as primárias entre os Trabalhistas britânicos deram uma inesperada vitória à ala esquerda, mais eurocética e mais antiausteridade. Hoje é dia de eleições gerais na Grécia.
A 27 são as autonómicas na Catalunha, no que pode ser o detonador da independência. A 4 de outubro votamos nós.
Em 1 de novembro é a vez dos turcos. A 6 de dezembro são os venezuelanos. E, logo depois, as eleições gerais em Espanha, com uma nova cartografia de partidos políticos. É de tal forma a incerteza que o patrão de uma das maiores seguradoras mundiais dizia há poucos dias que, pela primeira vez, os maiores riscos são geopolíticos.
A Grécia vai hoje a votos. É a terceira vez em nove meses, a nona vez em seis anos. O retrato é de susto, a tripla maldição: um Estado falido, uma economia atrasada, uma administração ineficaz, e já lá vão três resgates. Nada que nos seja demasiado estranho e longínquo.
A confirmar-se, o empate técnico apontado pelas sondagens entre os dois maiores partidos vai obrigá-los a impor um novo e duríssimo programa de empobrecimento. Cansados e com um terço da população a viver abaixo do limiar da pobreza, os gregos preparam-se para mais um ciclo de instabilidade, quando a ruína do Parthenon já é a metáfora do país.
Nada que não nos possa também cair em cima. 4 de outubro é o nosso lance. Em vez de futuro, a coligação PSD/CDS toca e repica a tecla do passado e tem feito do medo uma espécie de programa político. A Esquerda portuguesa, essa, que vai do PS ao PCP e ao Bloco e arredores, insiste na sua contumaz incapacidade de oferecer soluções de estabilidade, pelo entendimento ou em aliança.Desconfiemos das sondagens que por aí andam e fixemo-nos no dia seguinte. Na ausência de uma maioria absoluta, é preciso jogo de cintura para gerar compromissos.
Vai ser duro? Vai. A tendência da moda para a estação de outono/inverno é capacete e galochas.
*DIRETOR
20.09.2015
AFONSO CAMÕES
Jornal de Notícias
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