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“Nas nossas democracias, a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as acções – mesmo as boas.”
Eça de Queiroz
As campanhas eleitorais têm uma coisa em comum com a guerra. Em ambas, a primeira vítima é a verdade.
Não estou a escrever nenhuma novidade, eu sei. Mas se o jornalismo cumprisse a sua missão essencial, a “vítima” não seria mortal.
Isto é, se o jornalismo se focar na sua essência, na sua razão de ser: divulgar, não esconder. No acto de divulgar está o cerne da questão. Divulgar com certeza, apoiada nos conceitos básicos como a procura da verdade factual, através de uma relação transparente e directa com as fontes.
Cumprir um princípio básico, mas hoje quase banido: mais vale anunciar mais tarde, mas bem, do que mais cedo e errado.
Depois, se a profissão de jornalista quiser recuperar o prestígio perdido e, sobretudo, a confiança dos cidadãos, há que não pactuar com a mistura de entretenimento com jornalismo, agora na moda.
Quando os comediantes se disfarçam de jornalistas e o público os prefere, há que parar para pensar.
Temos também o jornalismo falsamente justiceiro, que apenas se serve da sua força e influência para conquistar interesses de grupo.
Sem jornalismo livre e de qualidade, a democracia fenece.
Podemos até rir agora, mas vamos chorar mais tarde.
Escreve à segunda-feira
António Luís Marinho
21/09/2015 08:53
Jornal i
Eça de Queiroz
As campanhas eleitorais têm uma coisa em comum com a guerra. Em ambas, a primeira vítima é a verdade.
Não estou a escrever nenhuma novidade, eu sei. Mas se o jornalismo cumprisse a sua missão essencial, a “vítima” não seria mortal.
Isto é, se o jornalismo se focar na sua essência, na sua razão de ser: divulgar, não esconder. No acto de divulgar está o cerne da questão. Divulgar com certeza, apoiada nos conceitos básicos como a procura da verdade factual, através de uma relação transparente e directa com as fontes.
Cumprir um princípio básico, mas hoje quase banido: mais vale anunciar mais tarde, mas bem, do que mais cedo e errado.
Depois, se a profissão de jornalista quiser recuperar o prestígio perdido e, sobretudo, a confiança dos cidadãos, há que não pactuar com a mistura de entretenimento com jornalismo, agora na moda.
Quando os comediantes se disfarçam de jornalistas e o público os prefere, há que parar para pensar.
Temos também o jornalismo falsamente justiceiro, que apenas se serve da sua força e influência para conquistar interesses de grupo.
Sem jornalismo livre e de qualidade, a democracia fenece.
Podemos até rir agora, mas vamos chorar mais tarde.
Escreve à segunda-feira
António Luís Marinho
21/09/2015 08:53
Jornal i
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