Aeroporto no Montijo. Qual é a pressa?

Tudo indica que a opção Portela mais Montijo seja tomada nesta legislatura.

A Portela, já se sabe, não chega para as encomendas e construir um novo aeroporto está fora de questão nos tempos mais próximos. Perante este atrofio à expansão do tráfego aéreo na capital torna-se urgente encontrar uma solução que garanta o aumento dos 48 movimentos/hora de aviões, o máximo que comporta atualmente o principal aeroporto português. Não se percebe é que essa urgência vá ao ponto de, ao que tudo indica, implicar a definição de uma alternativa até ao final da atual legislatura. Aparentemente é isso que vai acontecer. 

A proposta de um complemento à Portela, que permita reforçar com mais 24 movimentos/hora, está em análise pelas várias entidades e tudo indica que a decisão possa surgir ainda durante a campanha eleitoral. Previsível é também a escolha final: a transformação da atual base do Montijo no aeroporto das companhias ‘low cost’. A unanimidade parece ser grande embora em tempos opções como as bases de Alverca, Sintra, Monte Real ou mesmo o aeroporto de Beja tivessem estado igualmente em análise. 

De um momento para o outro tudo mudou. 

O unanimismo coincide com as pressões da Ryanair – a maior beneficiada da opção Portela + Montijo – que tem manifestado a intenção de aumentar a operação em Lisboa, mas que nunca o poderá fazer apenas no velhinho aeroporto. Até porque a Ryanair acusa a Vinci (concessionária da Portela) de limitar a capacidade de tráfego para evitar a concorrência. 

Na sua guerra com a Vinci, a Ryanair já fez saber que está disponível para explorar comercialmente a nova aerogare do Montijo. 

Resta agora saber até onde irá a pressão da poderosa ‘low cost’ irlandesa.

25.09.2015 00:30
ALFREDO LEITE 
Jornalista
Correio da Manhã