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Aventuras perigosas
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Aventuras perigosas
Na semana passada o Estado português foi novamente ao mercado para se financiar. Num clima de grande incerteza política fez uma emissão de dívida a 10 anos.
A taxa média no leilão foi de 2,4%, um custo que excede em 36 pontos base a yield suportada em fevereiro último numa emissão semelhante. Desta feita, foram emitidos 950 milhões de euros em dívida a 10 anos e 350 milhões com maturidade para 2037. Neste último prazo, a taxa foi de 3,23% ligeiramente mais favorável do que numa emissão anterior, mas atente-se no "efeito BCE" para enquadrar realisticamente estas emissões...
Para quem classifica os mercados e os credores como entidades "abstratas" ou "abutres", sem legitimidade política, este ligeiro agravamento nada diz. Mas para os empresários ou trabalhadores que tenham de lidar com salários, taxas de juro e mercados externos e cumprir compromissos financeiros pode ser apenas um sinal de regresso a um pesadelo do qual saímos há bem poucos meses.
Desde 4 de outubro que o país está "entretido" a interpretar números, a fazer cenários, a debater ideologias e a assistir a jogos políticos. Tudo isto parece esquecer o que é essencial para Portugal: inspirar confiança aos nossos credores (e investidores) e estabilidade política. Qualquer acordo multipartidário para formar o próximo governo terá de ter em conta estes dois importantes fatores numa perspetiva de longo prazo. Veja-se o que aconteceu na Suécia onde um acordo governamental entre três partidos se prolongará por duas legislaturas.
No caso português, qualquer acordo de governo só será credível se envolver partidos comprometidos com as "regras do jogo" da UE e da zona euro. A economia dá os primeiros sinais de recuperação e a consolidação das contas públicas parece estar a fazer o seu caminho. Porém, não se nos afigura nada boa altura para colocar novamente o país na rota do despesismo e de aventuras orçamentais.
A estabilidade é fundamental para dar confiança à economia e para isso é imperioso que o próximo Governo seja claro sobre o que pretende fazer em matérias como a fiscalidade, a promoção do crescimento atraindo o investimento e as contas públicas. É que 2016 não será um ano fácil.
Aliás, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) afirmou na semana passada que o próximo ano será provavelmente o "mais exigente" em termos de ajustamento orçamental.
Portugal está a recuperar, mas ainda longe da meta e também de países intervencionados pela ‘troika' - o PIB da Irlanda, por exemplo, cresceu 4,8% em 2014 e deve assegurar o nível de 3,6% no corrente ano. Por isso, o tempo não é de aventuras nem de roturas, por mais "históricas" que elas possam parecer.
00:05 h
Jorge Jordão
Económico
A taxa média no leilão foi de 2,4%, um custo que excede em 36 pontos base a yield suportada em fevereiro último numa emissão semelhante. Desta feita, foram emitidos 950 milhões de euros em dívida a 10 anos e 350 milhões com maturidade para 2037. Neste último prazo, a taxa foi de 3,23% ligeiramente mais favorável do que numa emissão anterior, mas atente-se no "efeito BCE" para enquadrar realisticamente estas emissões...
Para quem classifica os mercados e os credores como entidades "abstratas" ou "abutres", sem legitimidade política, este ligeiro agravamento nada diz. Mas para os empresários ou trabalhadores que tenham de lidar com salários, taxas de juro e mercados externos e cumprir compromissos financeiros pode ser apenas um sinal de regresso a um pesadelo do qual saímos há bem poucos meses.
Desde 4 de outubro que o país está "entretido" a interpretar números, a fazer cenários, a debater ideologias e a assistir a jogos políticos. Tudo isto parece esquecer o que é essencial para Portugal: inspirar confiança aos nossos credores (e investidores) e estabilidade política. Qualquer acordo multipartidário para formar o próximo governo terá de ter em conta estes dois importantes fatores numa perspetiva de longo prazo. Veja-se o que aconteceu na Suécia onde um acordo governamental entre três partidos se prolongará por duas legislaturas.
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A estabilidade é fundamental para dar confiança à economia e para isso é imperioso que o próximo Governo seja claro sobre o que pretende fazer em matérias como a fiscalidade, a promoção do crescimento atraindo o investimento e as contas públicas. É que 2016 não será um ano fácil.
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