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Qualquer foco de instabilidade será prejudicial para a economia!
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Qualquer foco de instabilidade será prejudicial para a economia!
A economia portuguesa está a crescer mas como se diz em bom português, "a procissão ainda vai no adro da igreja". Prova disso é a continuação do aumento do crédito malparado na banca.
Segundo dados do Banco de Portugal, o rácio NPL (non performing loan ratio, ou seja, crédito malparado) subiu em 0,14% para os 9,29% em agosto, quase 1% pior do que um ano antes. Provavelmente este rácio continuará a deteriorar-se nos próximos meses.
Quanto ao crédito concedido, os volumes continuam baixos. O valor de produção de crédito novo estava em agosto cerca de 20,2% abaixo do valor médio obtido no primeiro trimestre do ano e ligeiramente acima do valor do mês homólogo do ano anterior, ou seja, alguma desaceleração nos últimos meses.
O crédito hipotecário e ao consumo tem sido reduzido, com quedas de 3,5% e 0,1% face ao mesmo período de 2014.
No que diz respeito aos depósitos, aumentaram 2,4% em termos anuais homólogos, apesar de a taxa de juro média ter-se reduzido 0,05% em agosto e 0,89% face ao mesmo mês de 2014.
O que os bancos, e por arrasto a economia, não necessitam neste momento (estou a escrever este artigo em 15 de outubro) é de instabilidade política na formação do novo Governo. Os recentes acontecimentos na Grécia ainda estão bem presentes, nomeadamente, a subida das "yields" da dívida pública, a evolução do PIB e o controlo de levantamentos de dinheiro.
Quer se goste ou não da banca e independentemente dos problemas que o setor revelou desde 2008, a verdade é que quando os bancos estão em dificuldades a economia não está melhor. O setor bancário é o principal financiador das empresas e da economia.
A reduzida capitalização das empresas portuguesas em geral, isto é, a falta de capitais próprios, tem empurrado as mesmas para níveis de endividamento elevados.
Numa altura em que os bancos começam a ter finalmente resultados positivos, em que começam a ter rácios de solvibilidade sustentáveis, que reduziram bastante o financiamento junto do Banco Central Europeu e que se podem capitalizar num melhor momento da economia portuguesa, qualquer instabilidade que o país viva vai ter efeitos negativos significativos.
Há quatro anos o país estava na falência. Hoje está melhor, mas não tem ainda a resistência suficiente para uma recaída.
É crucial que pelo menos agora os políticos deixem de pensar nos seus objetivos de carreira, nos objetivos do seu partido e pensem nos sacrifícios dos portugueses dos últimos quatro anos, coloquem o interesse do país à frente e não deitem tudo a perder.
Os acontecimentos vividos na Grécia no primeiro semestre de 2015 estão bem vivos. Os efeitos na economia grega e no setor bancário daquele país não devem ser esquecidos.
Portugal ainda não tem as contas públicas sustentáveis e ainda não cumpre a regra do défice público face ao PIB. Se voltarmos a viver acima das posses, ao desperdício e à deficiente utilização do dinheiro público, vamos ter dois grandes problemas: a confiança dos investidores e dos financiadores de Portugal desaparece e a desconfiança dos empresários por certo vai adiar decisões de investimento e, consequentemente, não vai haver criação de emprego. E este não se cria por decreto!
Portanto, haja juízo! Os bancos e a economia necessitam de estabilidade e de consolidação das contas públicas.
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
22 Outubro 2015, 00:01 por Carlos Bastardo
Negócios
Segundo dados do Banco de Portugal, o rácio NPL (non performing loan ratio, ou seja, crédito malparado) subiu em 0,14% para os 9,29% em agosto, quase 1% pior do que um ano antes. Provavelmente este rácio continuará a deteriorar-se nos próximos meses.
Quanto ao crédito concedido, os volumes continuam baixos. O valor de produção de crédito novo estava em agosto cerca de 20,2% abaixo do valor médio obtido no primeiro trimestre do ano e ligeiramente acima do valor do mês homólogo do ano anterior, ou seja, alguma desaceleração nos últimos meses.
O crédito hipotecário e ao consumo tem sido reduzido, com quedas de 3,5% e 0,1% face ao mesmo período de 2014.
No que diz respeito aos depósitos, aumentaram 2,4% em termos anuais homólogos, apesar de a taxa de juro média ter-se reduzido 0,05% em agosto e 0,89% face ao mesmo mês de 2014.
O que os bancos, e por arrasto a economia, não necessitam neste momento (estou a escrever este artigo em 15 de outubro) é de instabilidade política na formação do novo Governo. Os recentes acontecimentos na Grécia ainda estão bem presentes, nomeadamente, a subida das "yields" da dívida pública, a evolução do PIB e o controlo de levantamentos de dinheiro.
Quer se goste ou não da banca e independentemente dos problemas que o setor revelou desde 2008, a verdade é que quando os bancos estão em dificuldades a economia não está melhor. O setor bancário é o principal financiador das empresas e da economia.
A reduzida capitalização das empresas portuguesas em geral, isto é, a falta de capitais próprios, tem empurrado as mesmas para níveis de endividamento elevados.
Numa altura em que os bancos começam a ter finalmente resultados positivos, em que começam a ter rácios de solvibilidade sustentáveis, que reduziram bastante o financiamento junto do Banco Central Europeu e que se podem capitalizar num melhor momento da economia portuguesa, qualquer instabilidade que o país viva vai ter efeitos negativos significativos.
Há quatro anos o país estava na falência. Hoje está melhor, mas não tem ainda a resistência suficiente para uma recaída.
É crucial que pelo menos agora os políticos deixem de pensar nos seus objetivos de carreira, nos objetivos do seu partido e pensem nos sacrifícios dos portugueses dos últimos quatro anos, coloquem o interesse do país à frente e não deitem tudo a perder.
Os acontecimentos vividos na Grécia no primeiro semestre de 2015 estão bem vivos. Os efeitos na economia grega e no setor bancário daquele país não devem ser esquecidos.
Portugal ainda não tem as contas públicas sustentáveis e ainda não cumpre a regra do défice público face ao PIB. Se voltarmos a viver acima das posses, ao desperdício e à deficiente utilização do dinheiro público, vamos ter dois grandes problemas: a confiança dos investidores e dos financiadores de Portugal desaparece e a desconfiança dos empresários por certo vai adiar decisões de investimento e, consequentemente, não vai haver criação de emprego. E este não se cria por decreto!
Portanto, haja juízo! Os bancos e a economia necessitam de estabilidade e de consolidação das contas públicas.
Economista
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
22 Outubro 2015, 00:01 por Carlos Bastardo
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