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Pragmáticos, aflitos, românticos e cínicos
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Pragmáticos, aflitos, românticos e cínicos
A cimeira serviu pelo menos para pôr os países que estão na rota da migração a falar uns com os outros.
Entre o alarmismo da Eslovénia, o romantismo da Alemanha e a indiferença de países como a Hungria fez-se mais uma minicimeira que, a não servir para mais nada, pelo menos pôs os líderes da região dos Balcãs a falarem uns com os outros. À entrada para a reunião, Miro Cerar da Eslovénia colocava a fasquia alta: “Se não promovermos acções imediatas e concretas no terreno nos próximos dias, acho que toda a UE vai começar a afundar-se.” Angela Merkel colocava o problema no plano dos valores: “A Europa precisa de demonstrar que é um continente de valores e de solidariedade.” Viktor Orbán colocou o problema onde ele actualmente se encontra, que é fora das fronteiras da Hungria. Depois de fechar a fronteira com a Sérvia e com a Croácia, Orbán apareceu na mini-cimeira, segundo o próprio, com o estatuto de “observador”. Que é como quem diz: "Resolvi o meu problema à minha maneira, agora resolvam o vosso."
É precisamente para evitar este tipo de comportamento, de tentar passar o problema para o quintal do vizinho, que Merkel e Juncker chamaram a Bruxelas os países que estão na rota dos refugiados dos Balcãs para tentar encontrar a melhor forma de lidar com o crescente número de refugiados. Uma situação que tenderá a assumir contornos mais dramáticos à medida que se aproxima o Inverno.
Não se tentou ensaiar discursos ambiciosos sobre a política comum de imigração, mas tão-só tentar resolver problemas práticos. Ficou decidido, por exemplo, aumentar em 100 mil a capacidade de acolhimento dos refugiados à procura de asilo, tendo a Grécia ficado responsável por albergar metade. Números que nos habituámos a olhar com algum cepticismo. Basta recordar que na última grande cimeira sobre o tema foi decidido redistribuir 160 mil refugiados pelos diferentes países da União, e até agora só foram realocados 854.
DIRECÇÃO EDITORIAL
26/10/2015 - 16:56
Público
Entre o alarmismo da Eslovénia, o romantismo da Alemanha e a indiferença de países como a Hungria fez-se mais uma minicimeira que, a não servir para mais nada, pelo menos pôs os líderes da região dos Balcãs a falarem uns com os outros. À entrada para a reunião, Miro Cerar da Eslovénia colocava a fasquia alta: “Se não promovermos acções imediatas e concretas no terreno nos próximos dias, acho que toda a UE vai começar a afundar-se.” Angela Merkel colocava o problema no plano dos valores: “A Europa precisa de demonstrar que é um continente de valores e de solidariedade.” Viktor Orbán colocou o problema onde ele actualmente se encontra, que é fora das fronteiras da Hungria. Depois de fechar a fronteira com a Sérvia e com a Croácia, Orbán apareceu na mini-cimeira, segundo o próprio, com o estatuto de “observador”. Que é como quem diz: "Resolvi o meu problema à minha maneira, agora resolvam o vosso."
É precisamente para evitar este tipo de comportamento, de tentar passar o problema para o quintal do vizinho, que Merkel e Juncker chamaram a Bruxelas os países que estão na rota dos refugiados dos Balcãs para tentar encontrar a melhor forma de lidar com o crescente número de refugiados. Uma situação que tenderá a assumir contornos mais dramáticos à medida que se aproxima o Inverno.
Não se tentou ensaiar discursos ambiciosos sobre a política comum de imigração, mas tão-só tentar resolver problemas práticos. Ficou decidido, por exemplo, aumentar em 100 mil a capacidade de acolhimento dos refugiados à procura de asilo, tendo a Grécia ficado responsável por albergar metade. Números que nos habituámos a olhar com algum cepticismo. Basta recordar que na última grande cimeira sobre o tema foi decidido redistribuir 160 mil refugiados pelos diferentes países da União, e até agora só foram realocados 854.
DIRECÇÃO EDITORIAL
26/10/2015 - 16:56
Público
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