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As proporções e as ilações
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As proporções e as ilações
Há poucos dias atrás, tive a oportunidade de estar na sala do Centro Cultural de Viana do Castelo e essa experiência pôs-me a reflectir sobre a nossa realidade regional.
Não o fiz por uma cidade de 38 mil habitantes (e um total de 87 mil habitantes em todo o município) possuir uma estrutura com a área de implantação de quase 3800 metros quadrados, dimensões de 70 metros de cumprimento e 54 de largura, nela uma sala que facilmente recebe dois mil pessoas, e nela um palco que se estende até 15 metros de cada lado, nem tão-pouco por essa estrutura ter sido desenhada pelo Prémio Pritzker, Eduardo Souto Moura. Esta sala – polivalente, é claro – acolhe festivais de música, concertos, cinema, congressos, exposições e feiras e por isso, como é de esperar, não e ideal para nada mas é capaz de servir, e bem, para muita coisa.
Foram as comparações entre as proporções que me fizeram pensar. Esse centro cultural está implantado numa cidade com um terço de população do Funchal e mesmo a área do município inteiro não é do que um pouco mais de um terço da área da Ilha da Madeira. E sempre tem o Centro... Para além de um teatro, ligeiramente maior do que o nosso Baltazar Dias...
Nem a densidade populacional é muito diferente, e até é ligeiramente mais alta na Madeira (334 vs. 278). Quanto ao PIB, do Norte inteiro do país, em que este município perfeitamente se insere, esse é no mínimo 10% mais baixo que o da Madeira. E sempre foi construído o Centro CULTURAL.
O município nem sequer a sua própria orquestra tem, alem da sinfónica da Escola Profissional. Mas tem o seu Centro...público!
Não ajudou nada para atenuar os sentimentos que essa comparação em mim suscitou, quando fui bater a um site que traz informacoes sobre orquestras portuguesas: meloteca.com. Um site algo desactualizado, pois ainda referencia a OCM pelo seu director artístico anterior, mas, no fim do parágrafo sobre a nossa Clássica, encontrei uma frase que parecia ter a sua origem num universo paralelo: “Para 2008, está prevista a conclusão de uma casa para a Orquestra.”
Francamente, não preciso aqui tirar disso ilações nenhumas, cabo ao leitor fazê-lo, pelo seu próprio juízo. E nem sequer esteja eu a pensar aqui numa sala para TANTAS pessoas...
P.S. No concerto em que tive a honra de participar, esse Centro Cultural acolheu cerca de um milhar e meio de ouvintes...sim, portugueses! E, obviamente, não se tratava nem de fado, nem de uma banda, nem de um ídolo de pimba...
Robert Andres, Musicólogo
Diário de Notícias da Madeira
Quarta, 25 de Novembro de 2015
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