Economês

Sempre tive admiração por quem é barra em economia. Por mais que me esforce, eu, assumida má aluna a Matemática, não consigo traçar cenários como os especialistas em "economês". Fiquei, um dia destes, a imaginar como seria ter de responder a alguém que só usasse termos ligados a essa ciência, numa conversa normal. Imaginem comigo: "Tem de ter cuidado com a sua imagem. Parece alguém que teve uma queda na Bolsa, que acaba em baixa, no vermelho. Isso não é bom para alavancar o seu trajeto e conseguir sossegar os mercados. Tenha atenção ao seu rating social e à taxa de variação do seu PIB. Guarde sempre uma almofada financeira para não ter pesadelos. 

Evite grupos especulativos, prefira os de investimento. Não deixe nunca que a obriguem a um impeachment. Fuja de uma cara de austeridade e opte por uma sem défice". Se esta conversa existisse mesmo, seria o dicionário o refúgio para saber o que significam termos que ouço todos os dias, vezes sem conta. Ver-me-ia grega? Era natural. A palavra "economia" veio de lá, da Grécia, juntando os termos "oikos" (casa) e "nomos" (costume, lei), resultando em "regras ou administração da casa, do lar". Os gregos... sempre os gregos.

JORNALISTA

05.12.2015
MARGARIDA FONSECA
Jornal de Notícias