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Os que só acham
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Os que só acham
Henrique Neto acha que Portugal corre o risco de ter um novo resgate. O pior destas frases-choque é que não chocam, não espantam, não chamam a atenção, são uma espécie de ladainha que nos habituámos a ouvir. Ah, sim, um outro resgate, diz você? O facto de a previsão catastrofista sair, desta vez, da boca de Henrique Neto explica também esta indiferença. Neto já foi do PS e andou lá próximo. Como se costuma dizer, gravitou, parecia fazer parte de alguma coisa levemente socialista. Depois candidatou-se a presidente da República e percebeu que o espaço mental de Medina Carreira (que tem reconhecidos direitos de autor) talvez fosse o que mais lhe convinha - isto é, posicionar-se mais à direita, sem filiação partidária, longe do hoje sobrepovoado terreno da esquerda. E então o tom soturno virou cassete, transformou-se em longplay, e tem-lhe garantido algum espaço no debate público.
Na realidade, ele não acrescenta nada ao que já se disse e dirá nos próximos tempos, mas andará por aí, com o ruído sempre a aumentar e os portugueses cada vez mais indiferentes - o que ouvem dali é o que repetido nas tertúlias televisivas, berço de muitos aspirantes a qualquer coisa de vagamente político, como ele, mas que já não tem muito que ver com política, é show time. Para os candidatos a ocupar o Palácio de Belém, o maior desafio destas eleições presidenciais é evitar este fogo fátuo. Os portugueses estão cansados. Acabaram de passar por um período de enorme agitação parlamentar. A capacidade para viver tudo de novo, com ataques e frases bombásticas, com promessas descabeladas, está literalmente esgotado. "Se eu fosse PR - disse Neto ontem ao Expresso - teria chamado os líderes dos dois partidos mais votados e tê-los ia compelido a formarem governo."
Porque será que Cavaco Silva não se lembrou de ideia tão luminosa? É uma lástima que "compelir" não seja um dos poderes presidenciais com mais força constitucional. E não o sendo, os portugueses podem sentir-se compelidos, por contágio e indisfarçável indiferença, a passar ao lado das eleições presidenciais mais importantes das duas últimas décadas. É bom que não o façam. Desta vez é mesmo importante separar o trigo do joio. Os que sabem dos que acham.
Editorial
06 DE DEZEMBRO DE 2015
00:01
André Macedo
Diário de Notícias
Na realidade, ele não acrescenta nada ao que já se disse e dirá nos próximos tempos, mas andará por aí, com o ruído sempre a aumentar e os portugueses cada vez mais indiferentes - o que ouvem dali é o que repetido nas tertúlias televisivas, berço de muitos aspirantes a qualquer coisa de vagamente político, como ele, mas que já não tem muito que ver com política, é show time. Para os candidatos a ocupar o Palácio de Belém, o maior desafio destas eleições presidenciais é evitar este fogo fátuo. Os portugueses estão cansados. Acabaram de passar por um período de enorme agitação parlamentar. A capacidade para viver tudo de novo, com ataques e frases bombásticas, com promessas descabeladas, está literalmente esgotado. "Se eu fosse PR - disse Neto ontem ao Expresso - teria chamado os líderes dos dois partidos mais votados e tê-los ia compelido a formarem governo."
Porque será que Cavaco Silva não se lembrou de ideia tão luminosa? É uma lástima que "compelir" não seja um dos poderes presidenciais com mais força constitucional. E não o sendo, os portugueses podem sentir-se compelidos, por contágio e indisfarçável indiferença, a passar ao lado das eleições presidenciais mais importantes das duas últimas décadas. É bom que não o façam. Desta vez é mesmo importante separar o trigo do joio. Os que sabem dos que acham.
Editorial
06 DE DEZEMBRO DE 2015
00:01
André Macedo
Diário de Notícias
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