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Maturidade
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Maturidade
É preciso inteligência, humildade e maturidade para enfrentar os desafios.
A economia portuguesa beneficiou de uma conjuntura favorável no último ano. As taxas de juro de curto prazo estão negativas, e as taxas a 10 anos longe dos valores de 4,5%, que serviram de referência nos últimos 15 anos.
O preço do petróleo, continua a baixar, embora a um ritmo menor devido à desvalorização do euro, mas não deixa de se traduzir num aumento do rendimento disponível dos agentes económicos, já que os custos com energia desceram. Por fim a desvalorização do euro, deu o tão ambicionado impulso aos exportadores, que continuam o principal contribuidor do ajustamento das contas externas. Está chegado o momento de avaliar as razões pelas quais o nosso PIB não consegue crescer mais do que a média europeia, contra todas as expectativas. Por alguma razão os nossos custos de contexto continuam mais elevados, já que, a título de exemplo, as taxas de juro cobradas ao Tesouro e empresas nacionais são mais altas quando comparadas com Espanha. A prioridade da Assembleia da República deve ser realizar uma análise aprofundada das restrições que impedem um crescimento do PIB, sem enviesamento político. A dívida é um fardo pesado, mas não é certamente a causa da falta de crescimento. Veja-se a Irlanda cuja dívida pública superou os 123% em 2013, e apresenta hoje um crescimento económico anual de 6,7%.
Uma sociedade é tão forte quanto a solidez do seu sistema financeiro. Este deve ser regulado e controlado na sua ambição, por muitas vezes desmedida, mas não esvaziado de qualquer importância. Foi essa a decisão que a Irlanda tomou – uma intervenção para restaurar a confiança dos depositantes. Em Portugal a tomada de consciência tardia dos problemas do sistema financeiro colocou em causa o mecanismo de transmissão de dinheiro facilitado pelo BCE. Foi assim com o BES e será assim com outras instituições. É difícil assumir perdas e lidar com o desconhecido, mas esperar que os problemas se resolvam por si só, é dar um tiro no pé. Neste momento existem três bancos cotados que valem pouco mais de 5,5 mil milhões de euros, menos do que o BES chegou a valer em Abril de 2014, e que representam uns insignificantes 3,2% do PIB português.
Por outro lado o BCE continua a tentar comprar tempo às instituições para reforçarem os seus capitais e aos governos para implementarem reformas estruturais. Talvez ciente que os seus apelos não estavam a ser tidos em conta, os países do eixo alemão, forçaram o BCE a apresentar medidas que ficaram aquém do esperado. Como consequência as taxas de juro de longo prazo subiram para todos os países do euro. Nesta conjuntura de incerteza e enquanto existir necessidade de financiamento do orçamento nacional, não é correcto, nem inteligente defender a reestruturação da dívida pública, principalmente quando se é parceiro de um governo que irá enfrentar dificuldades e restrições orçamentais.
A falta de exigência traz consigo consequências graves. Em 1977 fomos alvo da primeira intervenção externa. Seis anos depois a segunda. Só podemos desejar que a história não se repita em 2017. Para tal é preciso inteligência, humildade e maturidade para enfrentar os desafios.
00:05 h
Pedro Lino
Económico
A economia portuguesa beneficiou de uma conjuntura favorável no último ano. As taxas de juro de curto prazo estão negativas, e as taxas a 10 anos longe dos valores de 4,5%, que serviram de referência nos últimos 15 anos.
O preço do petróleo, continua a baixar, embora a um ritmo menor devido à desvalorização do euro, mas não deixa de se traduzir num aumento do rendimento disponível dos agentes económicos, já que os custos com energia desceram. Por fim a desvalorização do euro, deu o tão ambicionado impulso aos exportadores, que continuam o principal contribuidor do ajustamento das contas externas. Está chegado o momento de avaliar as razões pelas quais o nosso PIB não consegue crescer mais do que a média europeia, contra todas as expectativas. Por alguma razão os nossos custos de contexto continuam mais elevados, já que, a título de exemplo, as taxas de juro cobradas ao Tesouro e empresas nacionais são mais altas quando comparadas com Espanha. A prioridade da Assembleia da República deve ser realizar uma análise aprofundada das restrições que impedem um crescimento do PIB, sem enviesamento político. A dívida é um fardo pesado, mas não é certamente a causa da falta de crescimento. Veja-se a Irlanda cuja dívida pública superou os 123% em 2013, e apresenta hoje um crescimento económico anual de 6,7%.
Uma sociedade é tão forte quanto a solidez do seu sistema financeiro. Este deve ser regulado e controlado na sua ambição, por muitas vezes desmedida, mas não esvaziado de qualquer importância. Foi essa a decisão que a Irlanda tomou – uma intervenção para restaurar a confiança dos depositantes. Em Portugal a tomada de consciência tardia dos problemas do sistema financeiro colocou em causa o mecanismo de transmissão de dinheiro facilitado pelo BCE. Foi assim com o BES e será assim com outras instituições. É difícil assumir perdas e lidar com o desconhecido, mas esperar que os problemas se resolvam por si só, é dar um tiro no pé. Neste momento existem três bancos cotados que valem pouco mais de 5,5 mil milhões de euros, menos do que o BES chegou a valer em Abril de 2014, e que representam uns insignificantes 3,2% do PIB português.
Por outro lado o BCE continua a tentar comprar tempo às instituições para reforçarem os seus capitais e aos governos para implementarem reformas estruturais. Talvez ciente que os seus apelos não estavam a ser tidos em conta, os países do eixo alemão, forçaram o BCE a apresentar medidas que ficaram aquém do esperado. Como consequência as taxas de juro de longo prazo subiram para todos os países do euro. Nesta conjuntura de incerteza e enquanto existir necessidade de financiamento do orçamento nacional, não é correcto, nem inteligente defender a reestruturação da dívida pública, principalmente quando se é parceiro de um governo que irá enfrentar dificuldades e restrições orçamentais.
A falta de exigência traz consigo consequências graves. Em 1977 fomos alvo da primeira intervenção externa. Seis anos depois a segunda. Só podemos desejar que a história não se repita em 2017. Para tal é preciso inteligência, humildade e maturidade para enfrentar os desafios.
00:05 h
Pedro Lino
Económico
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