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Moralista ou ‘pop star’?
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Moralista ou ‘pop star’?
Clama-se que chegou uma nova fase na vivência política portuguesa. Vimos Marisa Matias, curiosamente num discurso feito nas ruas de Bruxelas para os Portugueses, a anunciar que está a chegar uma política nova e uma nova maneira de estar na política. E essa maneira parece ser a de ‘pop star’, exatamente no “velho” sentido que é de vedeta popular, com os arranjos minimalistas duma jaqueta de ganga roçada mas com jargões popularuchos.
E assim aparecem novas vedetas telegénicas e colunistas, onde fazem pulular a ideia do papão governativo que engordam os balofos politiqueiros e nada sobra para a população. Esquecem-se eles próprios, os que denunciam a suposta balofice, que também são políticos e não vedetas de reality shows e que as suas palavras devem ser políticas e não de mesquinho julgamento pessoal.
Quando Francisco Louçã e Miguel Portas apareceram na cena política com o Bloco de Esquerda, esperava-se obviamente um discurso mais crispado. A vivência política é e tem de ser fértil no escamotear dos fundamentos e motivações das decisões que interessam a todos. Mas sem extravasar os seus estritos limites. A política cinge-se à ciência ou arte de organização e direção dum Estado e aos atos dos que, nessa organização, têm poderes de decisão. A existência desses limites que, aliás, não são só cordeais mas também legais, são a razão pela qual o indivíduo não receie a vivência política – pela exposição pública e escrutínio – e possa, se assim entender, exercer funções abraçando o interesse público.
O exercício do poder não é fácil. E não o é nas em várias vertentes: os que exercem o poder executivo pela ponderação abrangente que devem ter e aqueles que, no exercício de funções parlamentares, têm de escrutinar o poder executivo mas também criar soluções legislativas que permitam saciar os intuitos de quem votou neste ou naquele partido com determinado programa.
Recorde-se que a política foi, em tempos, considerada efetivamente uma arte, respeitada e admirada, que inebriou tantos e corrompeu outros tantos. E por isso mesmo a credibilidade dos eleitos são sufragadas no não exercício do voto. Sucessivamente assistimos a claras vitórias da abstenção, da (verdadeira) maioria de portugueses que nada diz, vira a cara e arrepia-se só de ouvir as vozes estridentes que aparecem esganiçadamente a palrar em debates parlamentares. E será que os intervenientes na vida política se perguntam das razões deste tremendo afastamento entre eleitores e eleitos. Não parece assim ser, uma vez que, tendencialmente, o individuo parece cegar quando se trata da sua autoavaliação ou dos defeitos dos seus pares.
O caso mais paradigmático é o de Mariana Mortágua a comentar as vidas de banqueiros, ex-governantes ou o Presidente da República, o brilhozinho de raiva que destila roça a inveja e não a indignação. O julgamento pessoal faz-se em tribunais e que se saiba, Mariana não usa beca.
Não podem estas moralistas ou pop star da vida política vir anunciar uma política que não passa de azedume de quem defende acabar os supostamente mais ricos – como se tivessem uma capa viscosa - ao invés de solucionar os verdadeiros problemas de quem passa necessidade. De que adianta apenas achincalhar em praça pública todos os que ganhem acima de 3.000€/ mês?
Confunde-se política, ética e justiça, tentando fazer-se julgamentos de caráter na praça pública. Com estas atitudes, afastam-se os mais válidos da vida pública e temos aqueles que estão dispostos a espetáculos de variedades.
00:05 h
Mauro Xavier
Económico
E assim aparecem novas vedetas telegénicas e colunistas, onde fazem pulular a ideia do papão governativo que engordam os balofos politiqueiros e nada sobra para a população. Esquecem-se eles próprios, os que denunciam a suposta balofice, que também são políticos e não vedetas de reality shows e que as suas palavras devem ser políticas e não de mesquinho julgamento pessoal.
Quando Francisco Louçã e Miguel Portas apareceram na cena política com o Bloco de Esquerda, esperava-se obviamente um discurso mais crispado. A vivência política é e tem de ser fértil no escamotear dos fundamentos e motivações das decisões que interessam a todos. Mas sem extravasar os seus estritos limites. A política cinge-se à ciência ou arte de organização e direção dum Estado e aos atos dos que, nessa organização, têm poderes de decisão. A existência desses limites que, aliás, não são só cordeais mas também legais, são a razão pela qual o indivíduo não receie a vivência política – pela exposição pública e escrutínio – e possa, se assim entender, exercer funções abraçando o interesse público.
O exercício do poder não é fácil. E não o é nas em várias vertentes: os que exercem o poder executivo pela ponderação abrangente que devem ter e aqueles que, no exercício de funções parlamentares, têm de escrutinar o poder executivo mas também criar soluções legislativas que permitam saciar os intuitos de quem votou neste ou naquele partido com determinado programa.
Recorde-se que a política foi, em tempos, considerada efetivamente uma arte, respeitada e admirada, que inebriou tantos e corrompeu outros tantos. E por isso mesmo a credibilidade dos eleitos são sufragadas no não exercício do voto. Sucessivamente assistimos a claras vitórias da abstenção, da (verdadeira) maioria de portugueses que nada diz, vira a cara e arrepia-se só de ouvir as vozes estridentes que aparecem esganiçadamente a palrar em debates parlamentares. E será que os intervenientes na vida política se perguntam das razões deste tremendo afastamento entre eleitores e eleitos. Não parece assim ser, uma vez que, tendencialmente, o individuo parece cegar quando se trata da sua autoavaliação ou dos defeitos dos seus pares.
O caso mais paradigmático é o de Mariana Mortágua a comentar as vidas de banqueiros, ex-governantes ou o Presidente da República, o brilhozinho de raiva que destila roça a inveja e não a indignação. O julgamento pessoal faz-se em tribunais e que se saiba, Mariana não usa beca.
Não podem estas moralistas ou pop star da vida política vir anunciar uma política que não passa de azedume de quem defende acabar os supostamente mais ricos – como se tivessem uma capa viscosa - ao invés de solucionar os verdadeiros problemas de quem passa necessidade. De que adianta apenas achincalhar em praça pública todos os que ganhem acima de 3.000€/ mês?
Confunde-se política, ética e justiça, tentando fazer-se julgamentos de caráter na praça pública. Com estas atitudes, afastam-se os mais válidos da vida pública e temos aqueles que estão dispostos a espetáculos de variedades.
00:05 h
Mauro Xavier
Económico
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