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Mensagem por Admin Sáb Dez 12, 2015 6:50 pm

Frutos da circunstância Mw-860
LUÍS BARRA

Os gigantes americanos descobriram em São Teotónio, Odemira, um paraíso para a produção de frutos vermelhos. Um dos territórios mais desertificados do país encheu-se de gente para trabalhar nas estufas. Ali coabitam agora mais de vinte nacionalidades

O que fazem camponeses da Tailândia, na estrada para a Zambujeira do Mar? O que faz um sikh, com o seu turbante e uma cana de pesca, próximo do Carvalhal? Por quem esperam os nepaleses sentados em posição de flor de lótus, ao pôr do sol, junto ao Brejão? Para onde vão os cidadãos bengalis que caminham cobertos de pó próximo da Azenha do Mar? Não estão de passagem. Não são forasteiros. Não são turistas. São dali, tão dali como o vietnamita que passa pelas ruas de São Teotónio, o paquistanês ou o cambojano, o bielorrusso, o búlgaro, o indiano, o ucraniano, o tailandês, o guineense e o cabo-verdiano, o holandês e o alemão, o romeno e o azeri, o marroquino, o brasileiro, o moçambicano, o francês, o chileno, o peruano, o moldavo, o cubano, o angolano, o dinamarquês e o inglês e também o russo que, vindo da loja chinesa, acabou sentado ao lado de um alentejano. Outrora, quando um compadre passava na rua, o mais provável era encontrar alentejanos como ele, nascidos onde morreram os avós de ambos. Mas essa é só uma das muitas razões que tornam as pessoas de um certo lugar. E é por isso que o que tornou a vila de São Teotónio um lugar universalmente concêntrico foram as mesmas razões que levaram os filhos dos tais compadres a emigrar.

Há cerca de uma década, os grandes produtores mundiais de frutos vermelhos descobriram no sudoeste alentejano um clima abençoado para a cultura intensiva destes frutos. Solos arenosos e água, muita água, graças ao Perímetro de Rega do Mira. E então tudo mudou. Mudou a paisagem. Mudou a demografia. Mudou o tecido social. Estufas pintaram de branco hectares e hectares de território, quase até à fronteira do mar. Atualmente, na freguesia de São Teotónio, as zonas de cultivo já rondam os 1100 hectares, com tendência expansionista.

Em breve, dizem os produtores, Portugal será o maior produtor de frutos vermelhos da Europa. E um dos maiores do mundo. Até lá, o mundo vem aos poucos para Portugal. Já deu origem à maior de todas as vagas migrantes na região, com passaporte asiático. São Teotónio transformou-se numa verdadeira multinacional. Entre os que estão de passagem e os que ficam, os legais e os clandestinos, os que vieram e os que já estavam, o que é estatística e não é, são eles a mão de obra para as macroexplorações hortofrutícolas que invadiram a região.

É trabalho duro, de sol a sol, debaixo de quilómetros de estufas, a temperaturas altíssimas. Moram onde for preciso, onde for mais barato, onde caibam muitos e se pague pouco. Alguns comem e dormem ao lado do posto de trabalho. Outros, em pensões sobrelotadas de zero estrelas, em casas decrépitas, em residenciais improvisadas, em campismos selvagens, em contentores. Por todos os meridianos da freguesia de São Teotónio a sua presença é de tal forma evidente que se tornaram uma espécie de pessoas invisíveis, seres das estufas, que podem não constar nos últimos censos, mas também não contribuem para os números do desemprego do concelho. Em dezembro de 2014, as pessoas inscritas há um ou mais de um ano no Centro de Emprego de Odemira eram 95,3 por cento de nacionalidade portuguesa. Cidadãos da Europa de Leste, 0,6 por cento. Brasil, 0,3 por cento. Países asiáticos: zero.

Frutos da circunstância Mw-680
DESCANSO. Longe das estufas, 
a vida faz-se mais devagar
LUÍS BARRA

É claro que estes números não traduzem a realidade. As pessoas em situação precária de cidadania não vão ao centro de emprego. Mas os números não deixam de ser avassaladores. Quase tanto como os estimados lucros dos colossos da fruta vermelha ou dos vegetais instalados na região. Por junto, ultrapassaram os 100 milhões de euros. A exportação da framboesa apresentou lucros de 64 milhões de euros. Sendo que 90 por cento da framboesa produzida em Portugal é deste concelho. Estas indústrias estão a dinamizar a economia de Odemira, pelo menos nas folhas de Excel. E o fluxo de imigrantes, que é incessante, está a fazer o mesmo com a economia paralela. De qualquer das formas, os imigrantes, como um segredo, são a alma do negócio.

Dada a escassez de mão de obra portuguesa, e a pouca atração por este tipo de trabalho, as empresas tiveram de recorrer ao trabalho importado. Há diversas firmas de angariação de trabalhadores a atuar na região, sendo a mais relevante a DFRM International, israelita, que já abriu sucursal em Odemira. Como esta empresa, há várias outras, sobretudo espanholas e búlgaras. A densidade populacional do concelho de Odemira é baixíssima e envelhecida. Pela sua delicadeza, a colheita de frutos vermelhos não permite a mecanização. O trabalho manual é essencial. Em São Teotónio, vivem atualmente mais de vinte nacionalidades. Uma riqueza cultural só comparável com a cultura dos frutos vermelhos, com a framboesa a ocupar o trono, o mirtilo a debutar, a amora a aguardar e o morango em vias de extinção.

Ler mais - http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-12-12-Frutos-da-circunstancia

LUÍS PEDRO CABRAL
Texto
LUÍS BARRA
Fotos
12.12.2015 às 12h00
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