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Quem é responsável pelo ataque à Embaixada de Espanha
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Quem é responsável pelo ataque à Embaixada de Espanha
Há poucas dúvidas de que o ataque devastador na sexta-feira à noite em Cabul junto à Embaixada de Espanha, que matou dois agentes da polícia espanhola e oito afegãos, foi obra da rede Haqqani. O grupo tem trabalhado de perto com a Al-Qaeda, com os talibãs e com outros grupos no Paquistão e na Ásia Central. O seu líder é atualmente Sirajuddin Haqqani, o filho do fundador Jalaluddin Haqqani.
Os haqqanis têm sido uma fonte de desespero para as forças dos Estados Unidos e da NATO que passaram anos a tentar localizá-los. Eles têm bases de operações no Paquistão, o que os torna praticamente intocáveis e controlam também grandes áreas do Leste do Afeganistão onde dispõem de escolas de treino para bombistas suicidas. Outros comandantes talibãs alugam bombistas suicidas aos haqqanis.
Eles são também extremamente famosos, igualmente reverenciados e odiados, lutaram contra os soviéticos nos anos 1980 e derrotaram-nos definitivamente numa famosa batalha em 1987 no Leste do Afeganistão, combateram ao lado dos talibãs na guerra civil da década de 1990 e estabeleceram uma relação de trabalho próxima com Osama bin Laden.
Contudo, trazê-los agora perante a justiça pode revelar-se difícil. O novo líder talibã, o mullah Akhtar Mansour, nomeou Sirajuddin Haqqani como um dos seus adjuntos na organização e incluiu-o também nas conversações de paz de julho, que tiveram lugar no Paquistão entre o governo de Cabul e uma delegação talibã. Essas negociações terminaram num fracasso e numa escalada da tensão entre o Afeganistão e o Paquistão e, também, entre os talibãs que estão divididos entre os da linha dura que não querem conversar e os que querem um fim para o interminável conflito.
Agora, as hipóteses de negociações de paz aumentaram novamente desde o encontro desta semana em Islamabad, numa conferência regional entre os líderes do Paquistão e do Afeganistão. Estes concordaram em retomar as conversações de paz. Sem dúvida que um representante haqqani irá estar também presente, apesar das mortes em Cabul.
O problema para Cabul é que os haqqanis são também extremamente próximos do exército paquistanês. As autoridades dos EUA descreveram a rede Haqqani como um braço dos Interserviços de Informação Militar paquistaneses (ISI). O Paquistão foi acusado no passado de usar a rede para atacar alvos indianos em Cabul, como a Embaixada da Índia, pensões onde os indianos se hospedam e projetos de ajuda indianos.
Com a aproximação, cheia de esperança, de mais uma ronda de negociações de paz entre Cabul e os talibãs, que irá sem dúvida ser intermediada pelo Paquistão, os haqqanis irão continuar a desempenhar um papel tanto na guerra como na tentativa de estabelecer a paz. A questão crucial é saber se isso será aceitável, no futuro, para o Ocidente e para os afegãos que sofreram às suas mãos. Para já, a Espanha perdeu tragicamente dois excelentes oficiais às mãos deles.
* Jornalista e investigador paquistanês
13 DE DEZEMBRO DE 2015
00:01
Ahmed Rashid
Diário de Notícias
Os haqqanis têm sido uma fonte de desespero para as forças dos Estados Unidos e da NATO que passaram anos a tentar localizá-los. Eles têm bases de operações no Paquistão, o que os torna praticamente intocáveis e controlam também grandes áreas do Leste do Afeganistão onde dispõem de escolas de treino para bombistas suicidas. Outros comandantes talibãs alugam bombistas suicidas aos haqqanis.
Eles são também extremamente famosos, igualmente reverenciados e odiados, lutaram contra os soviéticos nos anos 1980 e derrotaram-nos definitivamente numa famosa batalha em 1987 no Leste do Afeganistão, combateram ao lado dos talibãs na guerra civil da década de 1990 e estabeleceram uma relação de trabalho próxima com Osama bin Laden.
Contudo, trazê-los agora perante a justiça pode revelar-se difícil. O novo líder talibã, o mullah Akhtar Mansour, nomeou Sirajuddin Haqqani como um dos seus adjuntos na organização e incluiu-o também nas conversações de paz de julho, que tiveram lugar no Paquistão entre o governo de Cabul e uma delegação talibã. Essas negociações terminaram num fracasso e numa escalada da tensão entre o Afeganistão e o Paquistão e, também, entre os talibãs que estão divididos entre os da linha dura que não querem conversar e os que querem um fim para o interminável conflito.
Agora, as hipóteses de negociações de paz aumentaram novamente desde o encontro desta semana em Islamabad, numa conferência regional entre os líderes do Paquistão e do Afeganistão. Estes concordaram em retomar as conversações de paz. Sem dúvida que um representante haqqani irá estar também presente, apesar das mortes em Cabul.
O problema para Cabul é que os haqqanis são também extremamente próximos do exército paquistanês. As autoridades dos EUA descreveram a rede Haqqani como um braço dos Interserviços de Informação Militar paquistaneses (ISI). O Paquistão foi acusado no passado de usar a rede para atacar alvos indianos em Cabul, como a Embaixada da Índia, pensões onde os indianos se hospedam e projetos de ajuda indianos.
Com a aproximação, cheia de esperança, de mais uma ronda de negociações de paz entre Cabul e os talibãs, que irá sem dúvida ser intermediada pelo Paquistão, os haqqanis irão continuar a desempenhar um papel tanto na guerra como na tentativa de estabelecer a paz. A questão crucial é saber se isso será aceitável, no futuro, para o Ocidente e para os afegãos que sofreram às suas mãos. Para já, a Espanha perdeu tragicamente dois excelentes oficiais às mãos deles.
* Jornalista e investigador paquistanês
13 DE DEZEMBRO DE 2015
00:01
Ahmed Rashid
Diário de Notícias
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