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Iberização
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Iberização
Importa criar um instrumento de intervenção de último recurso, em termos de recapitalização do sistema financeiro, que passe por um Mecanismo Europeu de Estabilidade ou por outra entidade especialmente criada para o efeito.
Como tenho vindo a lembrar, com a União Bancária os depositantes e, de um modo geral, os aplicadores deixam de estar garantidos pelo sistema financeiro, o que significa que passam a ter que saber escolher a instituição financeira com que operam, pressupondo-se uma total transparência do mercado que lhes permita ter condições para avaliar os riscos das alternativas com que se confrontam.
Todavia, sabemos que o pressuposto da transparência nem sempre se verifica, sendo certo que a actual metodologia de resolução não limita os efeitos sistémicos, antes correndo o risco da sua amplificação. Como já referi, por diversas vezes, não é aplicando ‘haircuts’ nas obrigações seniores e nos depósitos acima de cem mil euros que se consegue restabelecer a confiança no sistema financeiro.
Sou, portanto, dos que entendem que, para o adequado funcionamento do sistema financeiro europeu, se afigura indispensável repensar o “eixo resolução”, estando como estou de acordo com os avanços obtidos no que concerne ao “eixo supervisão” e ao “ eixo garantia”.
Mais concretamente, importa criar um instrumento de intervenção de último recurso, em termos de recapitalização do sistema financeiro, que passe por um Mecanismo Europeu de Estabilidade ou, ainda, por outra entidade especialmente criada para o efeito.
A banca espanhola beneficiou, em termos práticos, de um “resgate” europeu, o qual passou ao lado do Estado espanhol, não obrigando à negociação de um acordo de assistência, com as consequências daí decorrentes.
É claro que, na perspectiva de alguns, que têm um papel decisivo na Europa, haveria sempre muitos problemas com a aceitação da adopção de uma metodologia semelhante em relação ao sistema financeiro português, uma vez que este não produziria efeitos sistémicos no sistema financeiro europeu.
Para alguns, se houver problemas com o sistema financeiro português, tal não corresponderá a mais do que uma “crise de âmbito regional”, a qual poderá e deverá ser resolvida no quadro ibérico.
Por outras palavras, não seria preciso recapitalizar a banca portuguesa recorrendo a apoios comunitários – do BCE ou de qualquer outro mecanismo. O que seria necessário, isso sim, era assegurar que os nossos queridos vizinhos espanhóis resolvessem o problema. E se os espanhóis carecessem de auxílio, aí sim, a Europa teria que intervir. Resumindo, para alguns os eventuais problemas existentes no sistema financeiro português terão que ser objecto de uma solução ibérica.
Será lamentável que os nossos amigos alemães e franceses pensem assim, mas não constituirá a maior das surpresas.
Mas, enfim, seria desejável que houvesse quem pensasse diferentemente no Banco de Portugal e no Governo português.
Nem mais, nem menos...´
00:05 h
António Rebelo de Sousa
Económico
Como tenho vindo a lembrar, com a União Bancária os depositantes e, de um modo geral, os aplicadores deixam de estar garantidos pelo sistema financeiro, o que significa que passam a ter que saber escolher a instituição financeira com que operam, pressupondo-se uma total transparência do mercado que lhes permita ter condições para avaliar os riscos das alternativas com que se confrontam.
Todavia, sabemos que o pressuposto da transparência nem sempre se verifica, sendo certo que a actual metodologia de resolução não limita os efeitos sistémicos, antes correndo o risco da sua amplificação. Como já referi, por diversas vezes, não é aplicando ‘haircuts’ nas obrigações seniores e nos depósitos acima de cem mil euros que se consegue restabelecer a confiança no sistema financeiro.
Sou, portanto, dos que entendem que, para o adequado funcionamento do sistema financeiro europeu, se afigura indispensável repensar o “eixo resolução”, estando como estou de acordo com os avanços obtidos no que concerne ao “eixo supervisão” e ao “ eixo garantia”.
Mais concretamente, importa criar um instrumento de intervenção de último recurso, em termos de recapitalização do sistema financeiro, que passe por um Mecanismo Europeu de Estabilidade ou, ainda, por outra entidade especialmente criada para o efeito.
A banca espanhola beneficiou, em termos práticos, de um “resgate” europeu, o qual passou ao lado do Estado espanhol, não obrigando à negociação de um acordo de assistência, com as consequências daí decorrentes.
É claro que, na perspectiva de alguns, que têm um papel decisivo na Europa, haveria sempre muitos problemas com a aceitação da adopção de uma metodologia semelhante em relação ao sistema financeiro português, uma vez que este não produziria efeitos sistémicos no sistema financeiro europeu.
Para alguns, se houver problemas com o sistema financeiro português, tal não corresponderá a mais do que uma “crise de âmbito regional”, a qual poderá e deverá ser resolvida no quadro ibérico.
Por outras palavras, não seria preciso recapitalizar a banca portuguesa recorrendo a apoios comunitários – do BCE ou de qualquer outro mecanismo. O que seria necessário, isso sim, era assegurar que os nossos queridos vizinhos espanhóis resolvessem o problema. E se os espanhóis carecessem de auxílio, aí sim, a Europa teria que intervir. Resumindo, para alguns os eventuais problemas existentes no sistema financeiro português terão que ser objecto de uma solução ibérica.
Será lamentável que os nossos amigos alemães e franceses pensem assim, mas não constituirá a maior das surpresas.
Mas, enfim, seria desejável que houvesse quem pensasse diferentemente no Banco de Portugal e no Governo português.
Nem mais, nem menos...´
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António Rebelo de Sousa
Económico
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