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É uma habitual prática democrática, implementada por órgãos de comunicação social escrita, seja ela impressa ou online: ter um espaço aberto para comentários sobre variadíssimos artigos e opiniões neles expostas. O volume da contribuição de leitores, na nossa Região Autónoma, não é em nada inferior ao que se possa testemunhar noutras latitudes e longitudes. Opiniões essas, muito pessoais e por isso sinceras, às vezes até para além da fronteira de bom gosto e civismo – mas mesmo assim testemunhando a vitalidade da vivência democrática, se bem que muitas vezes atenuada pelo “pseudonimismo” vigente.
Essa envolvência, com ou sem identificação do autor, parece, no entanto, que pára à porta de tópicos culturais: podemos folhear edições de jornais regionais de meses e anos atrás, e vamos descobrir que, de longe, a mais restrita interacção (e aqui obviamente não me refiro às redes sociais, onde todos estão, em primeiro lugar, rodeados por pessoas que já conhecem) é aquela que advém dos assuntos culturais (política e desporto, pois claro, estão de outro lado do espectro).
Porque é que seja? Pessoas não ligam nenhuma? Ou estariam de acordo com tudo (bastante improvável)? Não se sentem competentes (e porque não – no mínimo, não seriam nada diferentes de muitos de nós que às vezes somos “seleccionadores do sofá” sem que nunca tenhamos dado um passo no relvado)? Não têm uma opinião? Ah, sim? E porque não? Será que não admitem à cultura a legitimidade de constar, nas suas variadíssimas formas, das preocupações principais do ser humano, de mãos dadas com a educação? Será que as actividades culturais não passam de um “post scriptum” nas nossas vidas? Será que, na procura da estabilidade económica e familiar, nestes tempos perturbados, dispensa-se de um dos poucos veículos e meios que podem verdadeiramente contribuir para a saúde mental, bem-estar emocional e uma perspectiva mais abrangente, e por isso mais relativizada, da vida? Será que se pode dizer que a cultura não nos diz respeito e que é possível passar ao lado dela como se de um outro barco no nevoeiro se tratasse? Será que o assunto é uma importunação? A pretender ocupar o espaço de “outras coisas mais importantes” (e, pela falta de envolvimento, parece que quase todas o são)?
Testemunhando e partilhando os esforços que se fazem nesta terra para sensibilizar os jovens para os assuntos culturais, oferta cultural e a vida pela cultura, custa-me acreditar que qualquer uma destas perguntas, as quais, aliás, não pretendem ser retóricas, possa ser respondida com um “sim” por estes jovens. Há uma grande vaga, sempre crescente, de interesse e actividade cultural no meio escolar e até pré-escolar. E esses jovens, provavelmente, terão atitudes mais definidas e terão alguma coisa para dizer…quando estes espaços lhes forem legalmente abertos. Até lá, não são eles a quem cabia assumir uma atitude…
Robert Andres, Musicólogo
Diário de Notícias da madeira
Segunda, 25 de Janeiro de 2016
Essa envolvência, com ou sem identificação do autor, parece, no entanto, que pára à porta de tópicos culturais: podemos folhear edições de jornais regionais de meses e anos atrás, e vamos descobrir que, de longe, a mais restrita interacção (e aqui obviamente não me refiro às redes sociais, onde todos estão, em primeiro lugar, rodeados por pessoas que já conhecem) é aquela que advém dos assuntos culturais (política e desporto, pois claro, estão de outro lado do espectro).
Porque é que seja? Pessoas não ligam nenhuma? Ou estariam de acordo com tudo (bastante improvável)? Não se sentem competentes (e porque não – no mínimo, não seriam nada diferentes de muitos de nós que às vezes somos “seleccionadores do sofá” sem que nunca tenhamos dado um passo no relvado)? Não têm uma opinião? Ah, sim? E porque não? Será que não admitem à cultura a legitimidade de constar, nas suas variadíssimas formas, das preocupações principais do ser humano, de mãos dadas com a educação? Será que as actividades culturais não passam de um “post scriptum” nas nossas vidas? Será que, na procura da estabilidade económica e familiar, nestes tempos perturbados, dispensa-se de um dos poucos veículos e meios que podem verdadeiramente contribuir para a saúde mental, bem-estar emocional e uma perspectiva mais abrangente, e por isso mais relativizada, da vida? Será que se pode dizer que a cultura não nos diz respeito e que é possível passar ao lado dela como se de um outro barco no nevoeiro se tratasse? Será que o assunto é uma importunação? A pretender ocupar o espaço de “outras coisas mais importantes” (e, pela falta de envolvimento, parece que quase todas o são)?
Testemunhando e partilhando os esforços que se fazem nesta terra para sensibilizar os jovens para os assuntos culturais, oferta cultural e a vida pela cultura, custa-me acreditar que qualquer uma destas perguntas, as quais, aliás, não pretendem ser retóricas, possa ser respondida com um “sim” por estes jovens. Há uma grande vaga, sempre crescente, de interesse e actividade cultural no meio escolar e até pré-escolar. E esses jovens, provavelmente, terão atitudes mais definidas e terão alguma coisa para dizer…quando estes espaços lhes forem legalmente abertos. Até lá, não são eles a quem cabia assumir uma atitude…
Robert Andres, Musicólogo
Diário de Notícias da madeira
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