Ferrovia em Portugal conta com mil milhões europeus

O Plano de Investimentos Ferroviários 2016-2020 contará com um apoio financeiro da União Europeia de mil milhões de euros, anunciou recentemente o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

Este plano funda-se no Plano PETI 3+ e está abrangido por um pacote financeiro composto por fundos comunitários do programa Connecting Europe Facility (CEF) e pelo programa Portugal 2020. A estes pode ainda acrescer o mecanismo EFSI – European Fund for Strategic Investment (Fundo Europeu para Investimento Estratégico) e o contributo das Infraestruturas de Portugal (IP).

Segundo detalha o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, citado pela agência Lusa, “a concretização destes projetos, previstos e consensualizados no PETi, representa a aposta clara do Governo na ferrovia e na colocação das infraestruturas ao serviço do desenvolvimento e da economia do país, daí a prioridade máxima dada aos corredores de mercadorias”.

Corredores internacionais norte e sul em destaque

No corredor internacional norte, um dos destaques é o projeto Aveiro-Vilar Formoso, uma obra que custará cerca de 56 milhões de euros e deverá estar concluída no último trimestre de 2020. Este corredor incluirá inclui ainda o projeto Pampilhosa-Vilar Formoso, a eletrificação do troço Covilhã-Guarda, para permitir comboios elétricos na totalidade da Linha da Beira Baixa, e a construção da concordância na Guarda e Pampilhosa, ambos com contratação da construção prevista para agosto. O objetivo é melhorar a ligação do norte e centro com a Europa, para viabilizar um transporte ferroviário de mercadorias eficiente, permitindo a articulação entre os portos e a fronteira de Vilar Formoso, promover a interoperabilidade ferroviária com a rede espanhola e a europeia e reduzir os custos de operação da IP da ordem dos 500 mil euros/ano.

Já o corredor internacional sul é também um projeto significativo e visa assegurar a ligação ferroviária entre o sul de Portugal e a Europa, também para viabilizar um transporte de mercadorias eficiente, permitindo a articulação entre os portos e Caia. Este projeto antecipa uma redução de custos anual de 0,17 milhões de euros para a IP e de 1,8 milhões para o operador. Entre as principais intervenções, destaca-se o projeto de redução do tempo de trajeto dos comboios de mercadorias entre Sines e Elvas/Caia em cerca de 1:30 e a utilização de tração elétrica em todo o trajeto. Está ainda incluída a construção de linha nova entre Évora Norte e Elvas (via única eletrificada de 79 quilómetros), uma obra que deverá ter início em outubro de 2016, e a modernização e eletrificação da Linha do Leste, entre Elvas e a fronteira (nove quilómetros), que vai assegurar a ligação a Espanha e cuja contratação da construção terá lugar em dezembro próximo. Os projetos do corredor internacional sul permitirão aumentar as receitas anuais da IP em 3,60 milhões de euros.

O Plano de Investimentos abrange ainda a Linha do Norte, visando melhorar a ligação do eixo Atlântico de Portugal com a Europa, que, entre outros aspetos, permitirá reduzir em 5 minutos o percurso Lisboa/Porto e os custos anuais da IP em 3,30 milhões de euros; e a Linha do Minho, numa intervenção que vai reduzir o custo anual da IP em 0,25 milhões de euros e 1,90 milhões do operador.

O plano contempla ainda projetos de corredores complementares (Linhas do Oeste, Douro e Algarve) e outros projetos para Leixões, Setúbal e Cascais. Em alguns casos, os investimentos incluem construção nova, modernização e eletrificação.

Publicado em: 22/02/2016 - 9:00:12
OJE.pt