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Que internacionalização?
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Que internacionalização?
Será sempre um erro lamentável pretender utilizar os mesmos instrumentos para as diversas modalidades de internacionalização.
Muito se tem falado sobre a internacionalização da economia portuguesa. A esse propósito, convirá começar por esclarecer se se pretende analisar a problemática da ‘soft internationalization’ ou da ‘hard internationalization’ sem, naturalmente, se esquecer a ‘intermediate internationalization’.
Não podem ser analisadas da mesma forma uma internacionalização “suave”, envolvendo menos risco e assente nas exportações, uma internacionalização “intermédia”, associada, por exemplo, a algumas modalidades de ‘frachising’, e uma internacionalização incorporando “maior risco relativo”, isto é, implicando o que se convencionou designar de IDE-Investimento Directo Estrangeiro.
Em qualquer caso, se se pretende ter uma ideia de como apostar nestes três tipos de internacionalização importa começar por um Plano de Ordenamento do Território consistente, pela elaboração de Planos de Desenvolvimento Regionais e bem assim de um Plano Indicativo de Desenvolvimento a nível nacional, com sintonização dos sectores estratégicos e definição de medidas de incentivo às empresas.
Mais, importa, ainda, criar instrumentos de apoio aos diferentes tipos de internacionalização.
Será sempre um erro lamentável pretender utilizar os mesmos instrumentos para as diversas modalidades de internacionalização, não fazendo, também, sentido confundir a canalização de fundos estruturais para a reestruturação de empresas em território nacional ou, ainda, para a concretização de novas infra-estruturas geradoras de externalidades positivas com o apoio à implementação de estratégias de investimento directo de empresas portuguesas no exterior.
Deste modo, o que faz sentido é dispor de um instrumento financeiro para o apoio à reestruturação de empresas nacionais, utilizar instrumentos de apoio à ‘soft internationalization’ a partir da AICEP e da banca comercial portuguesa (com destaque para a CGD) e, ainda, apostar num banco de desenvolvimento que actue em ligação com as EDFI’s (European Development Finantial Institutions) e que funcione como ‘arranger’ de fundos postos à disposição pela Comissão Europeia, com destaque para o ‘blending’.
As funções, os instrumentos e as metodologias devem ser diferenciadas, competindo o apoio à ‘hard internationalization’ à SOFID, a qual está já, hoje em dia, a actuar articuladamente com as EDFI’s e instituições financeiras multilaterais, assumindo-se, simultaneamente, como um dos instrumentos da política de cooperação portuguesa.
Infelizmente, poucos pensam neste conjunto de questões. Dir-se-ia que pensam que a internacionalização se processa por geração espontânea, enfim, que não se prepara, que não se programa.
Que um liberal puro assim pense, faz sentido. Mas, que um social-democrata (ou um socialista democrático, na versão europeia moderada) assuma o mesmo comportamento, não se compreende.
Nem mais, nem menos...
00:05 h
António Rebelo de Sousa
Económico
Muito se tem falado sobre a internacionalização da economia portuguesa. A esse propósito, convirá começar por esclarecer se se pretende analisar a problemática da ‘soft internationalization’ ou da ‘hard internationalization’ sem, naturalmente, se esquecer a ‘intermediate internationalization’.
Não podem ser analisadas da mesma forma uma internacionalização “suave”, envolvendo menos risco e assente nas exportações, uma internacionalização “intermédia”, associada, por exemplo, a algumas modalidades de ‘frachising’, e uma internacionalização incorporando “maior risco relativo”, isto é, implicando o que se convencionou designar de IDE-Investimento Directo Estrangeiro.
Em qualquer caso, se se pretende ter uma ideia de como apostar nestes três tipos de internacionalização importa começar por um Plano de Ordenamento do Território consistente, pela elaboração de Planos de Desenvolvimento Regionais e bem assim de um Plano Indicativo de Desenvolvimento a nível nacional, com sintonização dos sectores estratégicos e definição de medidas de incentivo às empresas.
Mais, importa, ainda, criar instrumentos de apoio aos diferentes tipos de internacionalização.
Será sempre um erro lamentável pretender utilizar os mesmos instrumentos para as diversas modalidades de internacionalização, não fazendo, também, sentido confundir a canalização de fundos estruturais para a reestruturação de empresas em território nacional ou, ainda, para a concretização de novas infra-estruturas geradoras de externalidades positivas com o apoio à implementação de estratégias de investimento directo de empresas portuguesas no exterior.
Deste modo, o que faz sentido é dispor de um instrumento financeiro para o apoio à reestruturação de empresas nacionais, utilizar instrumentos de apoio à ‘soft internationalization’ a partir da AICEP e da banca comercial portuguesa (com destaque para a CGD) e, ainda, apostar num banco de desenvolvimento que actue em ligação com as EDFI’s (European Development Finantial Institutions) e que funcione como ‘arranger’ de fundos postos à disposição pela Comissão Europeia, com destaque para o ‘blending’.
As funções, os instrumentos e as metodologias devem ser diferenciadas, competindo o apoio à ‘hard internationalization’ à SOFID, a qual está já, hoje em dia, a actuar articuladamente com as EDFI’s e instituições financeiras multilaterais, assumindo-se, simultaneamente, como um dos instrumentos da política de cooperação portuguesa.
Infelizmente, poucos pensam neste conjunto de questões. Dir-se-ia que pensam que a internacionalização se processa por geração espontânea, enfim, que não se prepara, que não se programa.
Que um liberal puro assim pense, faz sentido. Mas, que um social-democrata (ou um socialista democrático, na versão europeia moderada) assuma o mesmo comportamento, não se compreende.
Nem mais, nem menos...
00:05 h
António Rebelo de Sousa
Económico
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