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A vertigem
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A vertigem
Há muitos anos que não se ouvia no Parlamento um PS tão à esquerda, tão colado ao BE e ao PCP, tão hostil às grandes empresas, tão pouco preo-cupado com o investimento privado, tão indiferente ao risco de atirar pela janela a imagem de partido com genuínas preocupações sociais, mas que também compreende e aceita os mecanismos da economia de mercado - embora procure corrigi-los. Não há terceira via nenhuma com António Costa. O socialismo saiu da gaveta nestes dias de debate parlamentar. António Costa não é Jeremy Corbyn, o inglês que extremou o Partido Trabalhista. Não é radical e revolucionário. Mas, devolução a devolução, subsídio a subsídio, medida a medida, frase a frase, o primeiro-ministro encostou-se aos parceiros da esquerda e já não se notam muitas diferenças. Nem sequer o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, escapou. Poderia ter sido ele ontem o último reduto para a defesa das empresas, para a inevitável necessidade de proteger o investimento e para a obrigação de deixar claro que governar não é apenas dar, como não pode ser apenas tirar. Governar significa criar condições para que o país possa avançar protegendo os mais desfavorecidos - e são tantos -, mas percebendo também que o Estado social não é uma dádiva do céu, é o resultado de um contrato que implica vantagens e sacrifícios para todos, especialmente numa fase ainda tão vulnerável do país. Talvez a intenção de António Costa não fosse pôr em causa a matriz social-democrata do PS, mas foi isso que aconteceu nestes últimos dois dias. A ânsia de aprovar o Orçamento do Estado talvez justifique esta deriva para águas radicais, mas os discursos ficam, as palavras foram ouvidas, a maneira como se falou das grandes empresas - e já são tão poucas em Portugal - corresponde à desconfiança militante que faz parte do arsenal ideológico do BE e do PCP, mas não do PS. Nem com Seguro, nem com Sócrates, nem com Guterres, nem com Constâncio, nem com Soares isso aconteceu. Costa ultrapassou-os pela esquerda, embora a gestão política diária possa temperar esta vertigem.
Editorial
24 DE FEVEREIRO DE 2016
00:00
André Macedo
Diário de Notícias
Editorial
24 DE FEVEREIRO DE 2016
00:00
André Macedo
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