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Culpas externas, desculpas internas
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Culpas externas, desculpas internas
Estamos ainda em pleno processo de apreciação do Orçamento de Estado para 2016 e, enquanto não termina a votação final global, somos – estranhamente – bombardeados com novidades governamentais todos os dias.
A principal novidade é que, independentemente das alterações que a proposta do governo venha a sofrer no Parlamento, temos a certeza de que o Orçamento será objeto de revisões assim que entrar em vigor. Isto não é uma simples declaração política ou de fé, constitui a decorrência direta e imediata do que os membros do Governo têm dito.
Foi o Governo pela voz do ministro das Finanças que assumiu preparar novas medidas sob a pressão de Bruxelas, condição pela qual a Comissão Europeia não objetou ao esboço de Orçamento. É ainda o Governo, com as suas decisões casuísticas de reversão que apenas criam despesa não orçamentada, que o vai agravar.
O coro de vozes que se pronuncia sobre o Orçamento ainda em gestação – técnicas, independentes e isentas – não pode deixar de merecer a nossa reflexão. A UTAO, o Conselho de Finanças Públicas, o Conselho Económico e Social, as agências de ‘rating’, a Comissão Europeia ou o FMI, levantam dúvidas quanto às metas e aos resultados irrealistas do documento.
Em momento de reafirmação do país enquanto entidade credível e cumpridora, esta inversão do caminho demonstra uma tendência para o facilitismo populista e a hipoteca do futuro. Situação tão mais gravosa quanto a mesma é assumida pelo primeiro-ministro António Costa como se fosse ainda líder da oposição e não como estadista preocupado com a evolução positiva do seu país.
O governo desafia o passado e não constrói estruturadamente o futuro. Vive do presente como se não houvesse amanhã, preparando a justificação para o insucesso adivinhado. A subida das taxas de juro das obrigações, o aumento constante da dívida pública, a instabilidade das previsões de crescimento e de défice constituem avisos sérios, mas ignorados, de perigo e deveriam impelir o Governo a ser cauteloso e a preparar os portugueses.
Para o PS e para o Governo, estamos em permanente festa e despreocupação. É para aumentar, aumenta-se, é para gastar, gasta-se, é para induzir ao consumo, consumimos. Aumentamos o crédito e não o investimento, criamos despesa e não receita, decidimos no momento em vez de ponderar o caminho seguinte.
Quando tivermos de prestar contas ou simplesmente dar contas, o discurso será claro. Começamos pela vitimização direta na qual ninguém acredita. Mas a responsabilidade será da crise internacional, das imposições de Bruxelas, do euro, da finança internacional e dos bancos. Poderemos juntar a falta de produtividade nacional, a diminuição das exportações, da perda de dinamismo da economia espanhola ou da contração do mercado em África.
O que suceder nesta legislatura terá responsáveis difusos. O que acontecer será responsabilidade de todos menos dos socialistas, bloquistas e comunistas que quiseram o bem sem olhar a quem, nem a ninguém. Nem olharam porventura para a realidade. Essa é a principal responsável.
00:05 h
António Rodrigues
Económico
A principal novidade é que, independentemente das alterações que a proposta do governo venha a sofrer no Parlamento, temos a certeza de que o Orçamento será objeto de revisões assim que entrar em vigor. Isto não é uma simples declaração política ou de fé, constitui a decorrência direta e imediata do que os membros do Governo têm dito.
Foi o Governo pela voz do ministro das Finanças que assumiu preparar novas medidas sob a pressão de Bruxelas, condição pela qual a Comissão Europeia não objetou ao esboço de Orçamento. É ainda o Governo, com as suas decisões casuísticas de reversão que apenas criam despesa não orçamentada, que o vai agravar.
O coro de vozes que se pronuncia sobre o Orçamento ainda em gestação – técnicas, independentes e isentas – não pode deixar de merecer a nossa reflexão. A UTAO, o Conselho de Finanças Públicas, o Conselho Económico e Social, as agências de ‘rating’, a Comissão Europeia ou o FMI, levantam dúvidas quanto às metas e aos resultados irrealistas do documento.
Em momento de reafirmação do país enquanto entidade credível e cumpridora, esta inversão do caminho demonstra uma tendência para o facilitismo populista e a hipoteca do futuro. Situação tão mais gravosa quanto a mesma é assumida pelo primeiro-ministro António Costa como se fosse ainda líder da oposição e não como estadista preocupado com a evolução positiva do seu país.
O governo desafia o passado e não constrói estruturadamente o futuro. Vive do presente como se não houvesse amanhã, preparando a justificação para o insucesso adivinhado. A subida das taxas de juro das obrigações, o aumento constante da dívida pública, a instabilidade das previsões de crescimento e de défice constituem avisos sérios, mas ignorados, de perigo e deveriam impelir o Governo a ser cauteloso e a preparar os portugueses.
Para o PS e para o Governo, estamos em permanente festa e despreocupação. É para aumentar, aumenta-se, é para gastar, gasta-se, é para induzir ao consumo, consumimos. Aumentamos o crédito e não o investimento, criamos despesa e não receita, decidimos no momento em vez de ponderar o caminho seguinte.
Quando tivermos de prestar contas ou simplesmente dar contas, o discurso será claro. Começamos pela vitimização direta na qual ninguém acredita. Mas a responsabilidade será da crise internacional, das imposições de Bruxelas, do euro, da finança internacional e dos bancos. Poderemos juntar a falta de produtividade nacional, a diminuição das exportações, da perda de dinamismo da economia espanhola ou da contração do mercado em África.
O que suceder nesta legislatura terá responsáveis difusos. O que acontecer será responsabilidade de todos menos dos socialistas, bloquistas e comunistas que quiseram o bem sem olhar a quem, nem a ninguém. Nem olharam porventura para a realidade. Essa é a principal responsável.
00:05 h
António Rodrigues
Económico
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