Portos e Terminais ganhando menos lucro?

A formação e reformação de consórcios de transportadoras maiores, juntamente com maiores tamanhos dos navios estão a provocar desafios nos portos e terminais que pode resultar na diminuição de lucros, de acordo com a consultoria britânica Drewry.

Os portos não são imunes à volatilidade do mercado e da economia mundial, mas têm provado a sua capacidade de resistir às tempestades – mesmo em 2009, ano em que os volumes globais portuários caíram quase 9% e tendo sido o pior ano que a indústria já tinha visto, todos os principais operadores de terminais de contentores a nível mundial mantiveram as suas margens de EBITDA, pelo menos em termos percentuais.

No entanto, a troca de navios de uma rota de comércio para outro meio significa que todos os portos estão assistindo a aumentos substanciais nas dimensões dos navios. Num ambiente de baixa de crescimento, a implantação de navios maiores resulta em serviços de frequências mais baixas e maiores picos de volume. Para os operadores de terminais, os custos de Capex e Opex estão aumentando enquanto a procura é relativamente estática.

Enquanto navios e alianças ficarem maiores, a escolha dos portos e terminais que podem acomodá-los reduz substancialmente. A criação de alianças resultou na instabilidade das quotas de mercado para muitos portos – e a composição das alianças vai mudar novamente em breve devido à actividade de “aquisições e fusões” no sector dos transportes marítimos.

A nova natureza da procura é de capacidade de um terminal menos fragmentada (preferencialmente terminais com maiores capacidades necessárias ), o que prevê a consolidação dos terminais, tanto fisicamente como em termos de propriedade. No entanto, esta consolidação é complexa e dispendiosa, e pode não ser possível, ou pode demorar muito tempo para atingir.

A consultora Drewry acredita que a combinação dos factores mencionados indica que é cada vez mais difícil para os operadores de terminais manterem os seus níveis históricos típicos de altos retornos financeiros.

Há vários cenários possíveis, que podem ver os operadores de terminais e linhas de navegação cooperar mais de perto para mitigar o impacto negativo de navios e alianças maiores, no entanto, isso é improvável para resolver completamente o problema.

Outro cenário pode ser os aumentos significativos de preços que seriam obtidos a partir de linhas de transporte, a fim de equilibrar os custos mais elevados e manter as margens. No entanto, como as companhias de navegação já estão sentindo a dor financeira grave do excesso de capacidade e fraca procura, vão resistir a esta força e pressão.

Segundo a Drewry, as restantes duas opções incluem operadores de terminais aceitar uma nova era de menores margens e retornos, empurrando alguns operadores e investidores do mercado ou a uma decisão de não apostarem em investimentos para aumentar capacidade, porque os retornos são insuficientes para os seus accionistas.

Esta é uma opção extrema que na verdade iria deixar linhas de navegação com poucas opções para atracar navios de grande porte.

“Os porto de contentores e a indústria global estão à beira de um ponto crítico. Para salvaguardar o fornecimento da capacidade adequada e produtividade para o longo prazo, as mudanças terão de ter lugar para assegurar retornos suficientes sobre o investimento para os operadores portuários. Algo tem que dar “, diz Drewry.

EconomiaDoMar.Org com a Drewry
March 5, 2016
Economia do Mar.org