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Mensagem por Admin Dom Mar 06, 2016 6:07 pm

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Tudo tem o seu lado bom, mesmo nas maiores tragédias. Se não acreditam, meditem só neste mote: se fossemos espanhóis, os políticos apanhados nas teias da corrupção saíam de cena, pela esquerda baixa, como se diz em teatro (nem mesmo a Família Real escapa!).

Ou seja, não publicariam livros, não dariam entrevistas, não se recandidatariam…
Terá Aljubarrota sido uma vitória completa?

Esta é, decerto, a batalha mais estudada da História de Portugal. Como tal, deveria estar perfeitamente definida em todos os seus detalhes.

Mas não. Basta consultar uma série de trabalhos publicados nos últimos anos, entre livros, artigos e programas de televisão, para constatar as diferenças de opinião – exceto quanto ao desfecho final – felizmente!

A título de exemplo, temos as discussões sobre se a segunda posição dos portugueses (cerca de 2 km a Sul da inicial) estava já preparada de antecedência, ou se foi feita no próprio dia da batalha, e se haveria tempo para isso.

Deixemos o assunto aos entendidos, e vamos a um exercício de transposição temporal. Como seria descrita a Batalha de Aljubarrota, nos nossos dias, pelos nossos meios de comunicação social? É que estamos já habituados a ver, quando não narrações diferentes do mesmo caso, pelo menos a colocação do ênfase em pontos diferentes, conforme a sensibilidade (inclusivamente política) do jornalista.

Ainda bem que assim é; caso contrário, além de desaparecer a pluralidade de opiniões, condição necessária à vivência democrática, este Mundo seria uma pasmaceira.

Mas há também um outro lado. Eça de Queirós (sempre ele!), numa das suas Farpas, anotou a forma como os vários jornais haviam noticiado a visita de D. Pedro II do Brasil a Alexandre Herculano. Um dizia que fora à tebaida de Herculano; outro, ao seu tugúrio; outro ainda que ao seu retiro; e assim por diante. E rematava Eça: mas afinal, ninguém disse que foi a casa de Alexandre Herculano!

É dentro deste espírito que tentarei fazer a tal transposição, imaginando a narração da Batalha de Aljubarrota.
O “Correio da Manhã” ter-se-ia alongado na questão do casamento de D. Juan I de Castela com D. Beatriz. Assim, corriam rumores que o casal não se dava bem. D. Beatriz, nascida em 1373, teria 10 anos quando casou, o que configuraria um caso de pedofilia. Por outro lado, D. Juan enviuvou em princípio de 1383 e casou em Maio desse ano, o que provava que era leviano e inconstante. E tanto assim, que tendo D. Beatriz tido um filho em 1386, morto pouco depois da nascença, o casal não teve mais filhos. Aljubarrota teria sido, deste modo, fruto de questões domésticas; não tinha já D. Juan levantado o cerco a Lisboa porque D. Beatriz estava doente? E porque abandonou Aljubarrota tão depressa? Está-se mesmo a ver porquê: para calar as bocas do mundo sobre o ambiente familiar.

O “I” teria focado as rivalidades entre D. João I e D. Nuno Álvares Pereira. Ao que parece, a questão vinha desde o encontro de ambos em Abrantes, seguido da partida inusitada de D. Nuno em direção a Tomar. Já no campo da batalha, teria havido discussões entre ambos, para saber quem comandava a vanguarda. E quando os castelhanos romperam a frente da posição portuguesa, D. João ficou satisfeito, porque isso lhe deu uma posição de força para negociar o contra-ataque, chantageando D. Nuno Álvares Pereira e levando a novo equilíbrio das forças políticas.

O “Diário de Notícias” teria repisado a questão jurídica, lembrando que o tratado de D. Fernando I com D. Juan não tinha sido expressamente denunciado, e podia ter sido dado o benefício da dúvida ao rei castelhano. A atitude impulsiva de D. João I, e sobretudo de D. Nuno Álvares Pereira, ao decidirem pela batalha, poderia ter deitado tudo a perder, e só por sorte isso não aconteceu.

O “Público” noticiaria que as coisas não seriam simples, uma vez que a batalha traria graves consequência no futuro, envenenando as relações entre os dois povos (pode mesmo especular-se que o recente desaguisado ente o Presidente da Câmara do Porto e o Alcaide de Vigo teria tido aí a sua origem).

O “Jornal de Notícias” lembraria que, se não fosse o reforço enviado pelo Porto durante o cerco de Lisboa, nem teria chegado a haver batalha, pois a cidade (que ainda nem era capital!) teria caído em 1384. E mais: tanto o Porto como Gaia haviam tomado voz pelo Mestre de Avis. Teria ainda publicado a lista dos cavaleiros de Entre Douro e Minho que tomaram parte na batalha.

O “Expresso” teria feito a transcrição do diálogo entre D. João I e Nuno Álvares Pereira junto à capelinha de Tomar, antes da batalha, e a recolha das lamentações de D. Juan à sua chegada a Santarém – tudo em primeira mão.

A “Visão” teria publicado vários artigos, com infogravuras da batalha e pormenores da orgânica e armamento dos exércitos em confronto, bem como crónicas dos seus correspondentes em França, Jean Froissart, e em Castela, Pedro López de Ayala.

Os semanários económicos alongar-se-iam sobre o agravamento da dívida pública, sobretudo pela contratação de mercenários ingleses, e os efeitos nocivos do encerramento das fronteiras com Castela, com a diminuição do comércio raiano (incluindo o contrabando). A quebra de moeda que se seguiu e mais tarde a conquista de Ceuta foram as consequências mais visíveis da crise assim criada (para mais Ceuta foi um investimento que não teve retorno).

O “Jornal da Madeira” teria dito que a batalha foi importante porque permitiu o casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre, que deu origem ao infante D. Henrique, que criou em sua casa João Gonçalves Zarco, que descobriu a Madeira; daí a relevância da Batalha de Aljubarrota.

As revistas ditas femininas seriam unânimes: a grande figura da batalha fora Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota. Sem ela, o desfecho teria sido outro. Variariam apenas em alguns detalhes. Uma revista diria que ela estava assim vingando da morte do namorado, às mãos dos castelhanos; outra descreveria o que ela tinha vestido e daria indicações sobre a pá do forno; outra ainda que ela tinha tendências homossexuais; ou mesmo que o marido tinha fugido de casa anos antes, dado o arrebitado feitio dela.

E os noticiários televisivos? Também aqui haveria diversos pontos de vista. Uma das estações nem daria a notícia, uma vez que os portugueses não tinham sido derrotados (portanto, não era notícia); outra estação, que acontecera uma tragédia para os lados de Aljubarrota, perto de Leiria, com milhares de mortos, quase todos por identificar; outra ainda, que tinha enviado um repórter para o local para fazer entrevistas, apresentando o ponto de vista de um português e o de um castelhano, dos quais nada se concluía.

Voltando ao espírito do nosso Eça, todos se teriam abstido de dizer que a batalha de Aljubarrota tinha sido um ponto fulcral na História de Portugal e da Europa. Que, se as coisas tivessem corrido de outro modo, eu estaria escrevendo este texto em castelhano.

Y porque no?

Tudo tem o seu lado bom, mesmo nas maiores tragédias. Se não acreditam, meditem só neste mote: se fossemos espanhóis, os políticos apanhados nas teias da corrupção saíam de cena, pela esquerda baixa, como se diz em teatro (nem mesmo a Família Real escapa!).

Ou seja, não publicariam livros, não dariam entrevistas, não se recandidatariam…

Terá Aljubarrota sido uma vitória completa?

Por Nuno Santa Clara 
Barreiro
06.03.2016 - 14:56
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