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Limitações
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Limitações
Os acréscimos salariais (em termos reais) não podem ser, sistematicamente, superiores aos acréscimos de produtividade média do factor produtivo trabalho.
Conforme já disse, a utopia em contacto com a realidade muda de estado. E, em boa verdade, a teoria transforma-se.
A ideia de que o investimento é influenciado pelas expectativas de evolução da procura faz, em meu entender, todo o sentido, estando na origem do que designo de “síndroma despesista”.
O aumento do rendimento disponível das famílias e o aumento do consumo interno (no pressuposto de uma propensão marginal a consumir bens nacionais significativa) poderão ter um impacto positivo no nível de actividade económica, com efeitos indutores no emprego e, por conseguinte, em termos de função bem-estar social.
Uma política redistributiva do rendimento que favoreça os segmentos menos privilegiados da população contribui, em teoria, para aumentar o efeito multiplicador do investimento, promovendo alterações no perfil da procura e, mais tarde, no perfil da oferta e na própria tipologia das combinações produtivas adoptadas, permitindo a obtenção de saltos qualitativos ao nível das estruturas produtivas e do que Schumpeter designava de estrutura de poderes. Numa palavra, pode ser geradora de desenvolvimento económico.
Uma política que procure, em situações de estagnação, dinamizar a actividade produtiva a partir do investimento público pode, também ela, ser geradora de desenvolvimento económico, quer reduzindo custos de contexto, quer induzindo investimento privado, no pressuposto de um comportamento FTL - “Follow The Leader” por parte da generalidade dos agentes económicos.
Mas, na implementação de modelos de inspiração keynesiana (e, até certo ponto, estruturalista), importa atender a limitações com que o decisor se confronta.
Em primeiro lugar, convirá não esquecer a evolução das exportações líquidas decorrente do incremento do consumo interno.
Em segundo lugar, os acréscimos salariais (em termos reais) não podem ser, sistematicamente, superiores aos acréscimos de produtividade média do factor produtivo trabalho, uma vez que uma evolução desse tipo conduzirá a uma redução significativa dos lucros, com efeitos indutores negativos no investimento.
Em terceiro lugar, importa atender às restrições orçamentais, de curto e de longo prazos, procurando-se evitar um processo de acumulação da dívida pública que ponha em causa a sua sustentabilidade.
Em quarto lugar, afigura-se da maior relevância o mais estrito respeito de uma “regra de ouro” das Finanças Públicas, a qual consiste na necessidade de os eventuais défices orçamentais se apresentarem iguais ou inferiores ao investimento público reprodutivo.
Pensar e , sobretudo, agir diferentemente é não apenas enveredar por uma interpretação incorrecta do neokeynesianismo. É, também, prestar um mau serviço à economia de um país.
Nem mais, nem menos...
00:05 h
António Rebelo de Sousa
Económico
Conforme já disse, a utopia em contacto com a realidade muda de estado. E, em boa verdade, a teoria transforma-se.
A ideia de que o investimento é influenciado pelas expectativas de evolução da procura faz, em meu entender, todo o sentido, estando na origem do que designo de “síndroma despesista”.
O aumento do rendimento disponível das famílias e o aumento do consumo interno (no pressuposto de uma propensão marginal a consumir bens nacionais significativa) poderão ter um impacto positivo no nível de actividade económica, com efeitos indutores no emprego e, por conseguinte, em termos de função bem-estar social.
Uma política redistributiva do rendimento que favoreça os segmentos menos privilegiados da população contribui, em teoria, para aumentar o efeito multiplicador do investimento, promovendo alterações no perfil da procura e, mais tarde, no perfil da oferta e na própria tipologia das combinações produtivas adoptadas, permitindo a obtenção de saltos qualitativos ao nível das estruturas produtivas e do que Schumpeter designava de estrutura de poderes. Numa palavra, pode ser geradora de desenvolvimento económico.
Uma política que procure, em situações de estagnação, dinamizar a actividade produtiva a partir do investimento público pode, também ela, ser geradora de desenvolvimento económico, quer reduzindo custos de contexto, quer induzindo investimento privado, no pressuposto de um comportamento FTL - “Follow The Leader” por parte da generalidade dos agentes económicos.
Mas, na implementação de modelos de inspiração keynesiana (e, até certo ponto, estruturalista), importa atender a limitações com que o decisor se confronta.
Em primeiro lugar, convirá não esquecer a evolução das exportações líquidas decorrente do incremento do consumo interno.
Em segundo lugar, os acréscimos salariais (em termos reais) não podem ser, sistematicamente, superiores aos acréscimos de produtividade média do factor produtivo trabalho, uma vez que uma evolução desse tipo conduzirá a uma redução significativa dos lucros, com efeitos indutores negativos no investimento.
Em terceiro lugar, importa atender às restrições orçamentais, de curto e de longo prazos, procurando-se evitar um processo de acumulação da dívida pública que ponha em causa a sua sustentabilidade.
Em quarto lugar, afigura-se da maior relevância o mais estrito respeito de uma “regra de ouro” das Finanças Públicas, a qual consiste na necessidade de os eventuais défices orçamentais se apresentarem iguais ou inferiores ao investimento público reprodutivo.
Pensar e , sobretudo, agir diferentemente é não apenas enveredar por uma interpretação incorrecta do neokeynesianismo. É, também, prestar um mau serviço à economia de um país.
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