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Os afectos e a racionalidade
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Os afectos e a racionalidade
O país passou por momentos reconhecidamente difíceis nos últimos anos.
O esforço exigido foi elevado, mas os resultados obtidos foram consensualmente reconhecidos fora do país, acima e para além das declarações incendiárias dos agentes internos. Esses foram os tempos da racionalidade necessária.
Em contraponto, nos últimos meses temos sido conduzidos para o espaço da emoção primária. Como se repentinamente pudéssemos dar meia volta na realidade e regressar a um tempo ilusório de prosperidade. Temos a convicção que não é possível, nem concretizável sem pôr em causa o futuro mais imediato.
O Governo do PS apoiado pelo Bloco e pelo PCP querem-nos fazer crer num conto de fadas: com eles tudo é possível, tudo é fácil. Ora, sabemos que tal não é verdade. Sabemos nós, e a Comissão Europeia, sabem os agentes económicos nacionais e internacionais, sabem os parceiros sociais e os investidores. Os portugueses – mesmo aqueles que apoiam a solução governativa atual - também sabem e questionam-se sobre o futuro.
Apesar das preocupações, as pessoas sentiram a necessidade de uma nova esperança e de viver um novo sonho. Cansadas de tremendismo e de tensões motivadas por esses anos de contenção, os portugueses acreditaram que era possível fazer diferente.
A política portuguesa precisa de emoção como carece de racionalidade. O sentimento de que Marcelo Rebelo de Sousa transporá a sua campanha de afetos para o seu magistério pode ser suficiente para um sentimento de reconciliação nacional, de consenso e acalmia, mas não pode ser um mero desejo unilateral. Merece uma resposta séria.
Os partidos políticos têm essa responsabilidade. Mas a resposta não pode esquecer os avisos sucessivos de derrapagem, de caminhada para um novo beco sem saída. Nem pode ser feita à custa de omissões, mentiras e novas ilusões. O cenário de subida de juros, de aumento de dívida, de decisões adiadas, de negação sucessiva, recordam-nos realidades suficientemente próximas e de consequências nefastas.
A emoção e o apelo a sentimentos primários não podem constituir o elemento central da condução do país para um espaço sustentável. Se precisamos de envolvimento pessoal e de um sentimento de moderação, importa convocar quem está a criar a nova ilusão nacional para assumir a sua responsabilidade.
Não basta invocar a emoção. Quem gere agora os destinos do país pode estar a contribuir para a depressão coletiva ao distribuir a riqueza que não existe, mostrando-se incapaz de criar condições para a construir.
O Presidente da República tem, no início do seu mandato, um desafio duplo: evidenciar a necessária sensibilidade para a condição dos portugueses, exigindo responsabilidade e racionalidade nas decisões, e não permitir que os jogos políticos de uns ponham em causa o esforço coletivo e o futuro próximo de todos.
PSD e CDS, que assumiram a racionalidade como princípio absoluto de governação no governo presidido por Pedro Passos Coelho, devem demonstrar que entendem a diferente situação do país. Os congressos, que ambos vão realizar em breve, têm de evidenciar esta disposição de juntar emoção e razão na dosagem adequada para encontrar as respostas que respeitem Portugal e os portugueses.
09/03/2016
23:05 h
António Rodrigues
Económico
O esforço exigido foi elevado, mas os resultados obtidos foram consensualmente reconhecidos fora do país, acima e para além das declarações incendiárias dos agentes internos. Esses foram os tempos da racionalidade necessária.
Em contraponto, nos últimos meses temos sido conduzidos para o espaço da emoção primária. Como se repentinamente pudéssemos dar meia volta na realidade e regressar a um tempo ilusório de prosperidade. Temos a convicção que não é possível, nem concretizável sem pôr em causa o futuro mais imediato.
O Governo do PS apoiado pelo Bloco e pelo PCP querem-nos fazer crer num conto de fadas: com eles tudo é possível, tudo é fácil. Ora, sabemos que tal não é verdade. Sabemos nós, e a Comissão Europeia, sabem os agentes económicos nacionais e internacionais, sabem os parceiros sociais e os investidores. Os portugueses – mesmo aqueles que apoiam a solução governativa atual - também sabem e questionam-se sobre o futuro.
Apesar das preocupações, as pessoas sentiram a necessidade de uma nova esperança e de viver um novo sonho. Cansadas de tremendismo e de tensões motivadas por esses anos de contenção, os portugueses acreditaram que era possível fazer diferente.
A política portuguesa precisa de emoção como carece de racionalidade. O sentimento de que Marcelo Rebelo de Sousa transporá a sua campanha de afetos para o seu magistério pode ser suficiente para um sentimento de reconciliação nacional, de consenso e acalmia, mas não pode ser um mero desejo unilateral. Merece uma resposta séria.
Os partidos políticos têm essa responsabilidade. Mas a resposta não pode esquecer os avisos sucessivos de derrapagem, de caminhada para um novo beco sem saída. Nem pode ser feita à custa de omissões, mentiras e novas ilusões. O cenário de subida de juros, de aumento de dívida, de decisões adiadas, de negação sucessiva, recordam-nos realidades suficientemente próximas e de consequências nefastas.
A emoção e o apelo a sentimentos primários não podem constituir o elemento central da condução do país para um espaço sustentável. Se precisamos de envolvimento pessoal e de um sentimento de moderação, importa convocar quem está a criar a nova ilusão nacional para assumir a sua responsabilidade.
Não basta invocar a emoção. Quem gere agora os destinos do país pode estar a contribuir para a depressão coletiva ao distribuir a riqueza que não existe, mostrando-se incapaz de criar condições para a construir.
O Presidente da República tem, no início do seu mandato, um desafio duplo: evidenciar a necessária sensibilidade para a condição dos portugueses, exigindo responsabilidade e racionalidade nas decisões, e não permitir que os jogos políticos de uns ponham em causa o esforço coletivo e o futuro próximo de todos.
PSD e CDS, que assumiram a racionalidade como princípio absoluto de governação no governo presidido por Pedro Passos Coelho, devem demonstrar que entendem a diferente situação do país. Os congressos, que ambos vão realizar em breve, têm de evidenciar esta disposição de juntar emoção e razão na dosagem adequada para encontrar as respostas que respeitem Portugal e os portugueses.
09/03/2016
23:05 h
António Rodrigues
Económico
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