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O futuro das concentrações
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O futuro das concentrações
Relatório da Drewry debate fusões e aquisições no mercado dos porta-contentores
A frequência de fusões e aquisições no transporte marítimo por porta-contentores confirma a fragmentação de um segmento de mercado e sugere uma tendência para a concentração, segundo um relatório da consultora Drewry recentemente divulgado.
Com os cinco principais operadores mundiais responsáveis por menos de metade do mercado global deporta-contentores num contexto de intensa pressão financeira sobre o sector, os quatro grandes acordos dos últimos 12 meses parecem ser a resposta a um desastre anunciado.
A consultora nota que o sector tem uma dívida acumulada superior a 76 mil milhões de euros e recorda que nos últimos três anos as companhias têm diminuído os investimentos em projectos de grande dimensão e de longo prazo, concentrando o capital mais no seu core business. Em 2014 esse tipo de investimento terá sido de 20 mil milhões de euros, menos 3 mil milhões do que em 2013 e menos 4 mil milhões do que em 2012. E no período de 2016-2017 os resultados financeiros deverão sofrer uma deterioração, segundo a Drewry.
“A consolidação pode ser o caminho da sobrevivência para alguns, permitindo aos operadores juntarem-se para ganhar escala e criar sinergias”, refere o relatório. Mas no horizonte dos operadores pode estar mais do que um interesse em ganhar escala. O seu objectivo pode mesmo ser o crescimento. No entanto, nem todos seguem a mesma via. Uns fundem-se ou adquirem, outros preferem crescer organicamente.
Entre os motivos identificados para as fusões e aquisições neste sector contam-se geralmente o interesse em obter economias de escala (redução de custos unitários com aumento do volume de negócios), vantagens de posicionamento estratégico, complementaridade na cobertura geográfica e reforço de poder no mercado (determinado pela capacidade de condicionar os preços).
Segundo a Drewry, os benefícios para a indústria serão maiores se as empresas crescerem por aquisições do que se optarem por construir novos e maiores navios, de que ela neste momento não precisa. Mas, adverte a consultora, “a concentração como estratégia individual das companhias comporta riscos se os objectivos não forem alcançados”. O sucesso dessas operações dependerá de como for gerida a fusão ou aquisição, considera a Drewry.
E a consultora refere vários pontos que devem ser acautelados em prol do êxito das operações. Um deles é o de que as concentrações entre duas companhias de porta-contetores devem procurar economias por via da obtenção de sinergias, designadamente através de operações inteligentes) e vantagens estratégicas de longo prazo.
Complementaridade de cobertura geográfica, manutenção de clientes depois das fusões ou aquisições, motivação das equipas, integração de diferentes culturas empresariais, integração de sistemas técnicos e operativos e uma boa estratégia de comunicação são outros tantos aspectos considerados importantes.
Já a presença de uma empresa em processo de fusão ou aquisição numa aliança diferente, pode gerar instabilidade, o que constitui um risco maior. Por um lado, os parceiros da empresa que entra num novo processo negocial podem sentir-se ultrapassados ou prejudicados e reagir contra isso. Por outro, durante a transição para uma nova aliança, um operador tem de gerir equilíbrios difíceis de sustentar, prejudicando o menos possível a sua posição, presente ou futura.
Outro risco é a perda de quota de mercado por dois operadores que actuavam no mesmo segmento, após um processo de fusão ou aquisição, como parece ter sucedido com a Maresk e a Hapag-Lloyd depois de adquirirem a P&O Nedlloyd e a CP Ships respectivamente. “Logo, se o objectivo é ganhar economias de escala, estas transacçoes parecem menos que bem sucedidas”, refere o relatório.
Para consultar o relatório, clicar no link abaixo indicado:
http://www.drewry.co.uk/downloads/Drewry_WhitePaper_Liner_Industry_Consolidation_March_2016.pdf
Jornal da Economia do Mar
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