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Meia dúzia de pontes…
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Meia dúzia de pontes…
Para que serve restabelecer os feriados que o governo anterior eliminou? Uns dirão que é puro revanchismo. Outros que é apenas a reposição da solenidade de uma certa política de “símbolos”.
O Governo continua denodadamente a governar às arrecuas. Tudo o que Passos Coelho aprovou morre às mãos dos novos governantes, com o entusiástico apoio da maioria parlamentar de extrema-esquerda. Foram os exames, que na extraordinária concepção do primeiro-ministro só servem para “apurar uma raça de eleitos” e, recentemente, a reposição de quatro feriados. Aliás, em matéria de feriados e tolerâncias de ponto o Executivo tem-se esmerado.
Acompanhando a comoção que atravessou o país com esta medida legislativa, o Governo celebrou condignamente o feito: sessão solene e discurso patriótico. Ao acto compareceram alguns campeões do 1º de Dezembro e do 5 de Outubro. Talvez a todos eles se devesse perguntar cruamente: para que serve restabelecer os feriados que o governo anterior eliminou sem qualquer significativa repercussão pública? Uns dirão, talvez injustamente, que se tratou de puro revanchismo. Outros, que foi apenas a reposição da solenidade (e da continuidade) de uma certa política de “símbolos”. O ponto é que isso de pouco ou nada vale se entre os jovens (e menos jovens) se ignora a simbologia da implantação da República e da Restauração da Independência, admitindo que essas simbologias possam ainda hoje interessar.
Tudo isto aflora um texto velho de 150 anos em que Ramalho Ortigão, a propósito da “festa patriótica do Primeiro de Dezembro”, dava conta do “dia triste” das solenidades como se “contra a nacionalidade que se divertia a sábia natureza protestava”. E concluía “tal qual o que sucedia no momento histórico da dominação espanhola, estamos pobres, ignorantes, indiferentes e desarmados”. Estamos hoje, na matéria, igualmente pobres e desarmados, mas sobretudo ignorantes e indiferentes. E não é seguramente a reposição dos feriados que nos tornará menos ignorantes e menos indiferentes. O que talvez ajudasse a combater a indiferença e a ignorância, velhas maleitas da vida portuguesa, seria manter um sistema de ensino estável e coerente – e com exames – que verdadeiramente ensinasse aos jovens o significado do 5 de Outubro e do 1º de Dezembro.
Felizmente que temos uma comunicação social atentíssima e sem estados de alma que rapidamente foi ao centro da questão e deu resposta prosaica às nossas interrogações: com a reposição de quatro feriados, oficializada a 28 de Março, os portugueses terão (este ano) “quatro fins-de-semana de três dias e meia-dúzia de pontes”.
00:05 h
Ricardo Leite Pinto
Económico
O Governo continua denodadamente a governar às arrecuas. Tudo o que Passos Coelho aprovou morre às mãos dos novos governantes, com o entusiástico apoio da maioria parlamentar de extrema-esquerda. Foram os exames, que na extraordinária concepção do primeiro-ministro só servem para “apurar uma raça de eleitos” e, recentemente, a reposição de quatro feriados. Aliás, em matéria de feriados e tolerâncias de ponto o Executivo tem-se esmerado.
Acompanhando a comoção que atravessou o país com esta medida legislativa, o Governo celebrou condignamente o feito: sessão solene e discurso patriótico. Ao acto compareceram alguns campeões do 1º de Dezembro e do 5 de Outubro. Talvez a todos eles se devesse perguntar cruamente: para que serve restabelecer os feriados que o governo anterior eliminou sem qualquer significativa repercussão pública? Uns dirão, talvez injustamente, que se tratou de puro revanchismo. Outros, que foi apenas a reposição da solenidade (e da continuidade) de uma certa política de “símbolos”. O ponto é que isso de pouco ou nada vale se entre os jovens (e menos jovens) se ignora a simbologia da implantação da República e da Restauração da Independência, admitindo que essas simbologias possam ainda hoje interessar.
Tudo isto aflora um texto velho de 150 anos em que Ramalho Ortigão, a propósito da “festa patriótica do Primeiro de Dezembro”, dava conta do “dia triste” das solenidades como se “contra a nacionalidade que se divertia a sábia natureza protestava”. E concluía “tal qual o que sucedia no momento histórico da dominação espanhola, estamos pobres, ignorantes, indiferentes e desarmados”. Estamos hoje, na matéria, igualmente pobres e desarmados, mas sobretudo ignorantes e indiferentes. E não é seguramente a reposição dos feriados que nos tornará menos ignorantes e menos indiferentes. O que talvez ajudasse a combater a indiferença e a ignorância, velhas maleitas da vida portuguesa, seria manter um sistema de ensino estável e coerente – e com exames – que verdadeiramente ensinasse aos jovens o significado do 5 de Outubro e do 1º de Dezembro.
Felizmente que temos uma comunicação social atentíssima e sem estados de alma que rapidamente foi ao centro da questão e deu resposta prosaica às nossas interrogações: com a reposição de quatro feriados, oficializada a 28 de Março, os portugueses terão (este ano) “quatro fins-de-semana de três dias e meia-dúzia de pontes”.
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