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Por detrás do boimbo
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Por detrás do boimbo
Na UE ou fora dela, o dinheiro passa à frente da política, do social, atropela tudo e todos. As pessoas contam muito pouco ou nada neste mundo colonizado pela avidez do capital.
O Bruegel, think tank europeu, publica regularmente documentos de reflexão sobre economia e governança, supostamente interessantes e úteis nas tomadas de decisão política no que ao desenvolvimento e ao crescimento económico europeu diz respeito. A União Europeia (UE) continua a braços com sintomas de forte anemia, que tende a tornar-se crónica se os líderes europeus não conseguirem, e pelo andar da carruagem não conseguem, adotar terapias diferentes daquelas que vêm sendo seguidas e que já se provaram inadequadas.
Para agravar a debilidade europeia, o Eurogrupo, espécie de excrescência institucional, porque fora dos tratados, mantém os países da zona euro sob apertado torniquete – muito mais ideológico do que técnico, diga-se de passagem –, deixando os mais fracos em permanente estado de apneia, arroxeados. Ora o Bruegel saiu a terreiro para demonstrar que a atual política orçamental, que faz do défice estrutural, essa variável macroeconómica ficcionista, cavalo de batalha, não contribui em nada para melhorar a saúde da UE, antes pelo contrário: relatório “A Proposal to Revive the European Fiscal Framework” , de 29 de março último.
Em meados de março, ainda, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, deu o dito por não dito relativamente à forma como se referiu a Portugal, ao atual OE e a um “plano B”. Conversa fiada. Já no final do mês, o FMI veio reforçar a “exigência” do parceiro da troika, instando o governo português a preparar “um conjunto específico de medidas de contingência”, o tal “plano B”, porque, insistem – e não vão desistir –, o OE não lhes inspira confiança. Tudo o que caia fora do figurino os impacienta.
Mal entrados em abril, nova peripécia: WikiLeaks revela conversa nada abonatória de responsáveis do FMI sobre a Grécia. Poul Thomsen, diretor do FMI para a Europa, e Delia Velculescu, chefe de missão do FMI para a Grécia, discutem estratégia para forçarem governo a aplicar políticas sociais de que os gregos não querem nem ouvir falar. Chamemos-lhe plano C, que o B já os gregos ingurgitaram.
Para rematar, dia 3 do corrente, salta para as páginas dos jornais, nacionais e estrangeiros, o escândalo dos paraísos fiscais, a chamada indústria do offshore: “The Panama Papers”, investigação a cargo do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que promete!
Alegadamente, uma fuga de informação a partir da firma de advogados Mossack Fonseca, com sede no Panamá, terá soltado 11,5 milhões de documentos que comprometem chefes de Estado, celebridades e criminosos irmãmente juntos em negócios obscuros, ocultação de fortunas e fuga ao fisco. Ao que se sabe, mesmo líderes mundiais empenhados (?!) na luta anticorrupção são mencionados. É fartar, vilanagem!
Em pouco mais de 30 dias, foram postos a descoberto diferentes matizes da ordem económica mundial, ou seja, de como o capital nos comanda a vida. Na UE ou fora dela, o dinheiro passa à frente da política, do social, atropela tudo e todos. As pessoas contam muito pouco ou nada neste mundo colonizado pela avidez do capital.
À vista, estendem-se as boas intenções. Por detrás do biombo, o monstro lambe os beiços, sentindo-se seguro. Só que o biombo está a ficar esgarçado...
06/04/2016
Maria Helena Magalhães
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
O Bruegel, think tank europeu, publica regularmente documentos de reflexão sobre economia e governança, supostamente interessantes e úteis nas tomadas de decisão política no que ao desenvolvimento e ao crescimento económico europeu diz respeito. A União Europeia (UE) continua a braços com sintomas de forte anemia, que tende a tornar-se crónica se os líderes europeus não conseguirem, e pelo andar da carruagem não conseguem, adotar terapias diferentes daquelas que vêm sendo seguidas e que já se provaram inadequadas.
Para agravar a debilidade europeia, o Eurogrupo, espécie de excrescência institucional, porque fora dos tratados, mantém os países da zona euro sob apertado torniquete – muito mais ideológico do que técnico, diga-se de passagem –, deixando os mais fracos em permanente estado de apneia, arroxeados. Ora o Bruegel saiu a terreiro para demonstrar que a atual política orçamental, que faz do défice estrutural, essa variável macroeconómica ficcionista, cavalo de batalha, não contribui em nada para melhorar a saúde da UE, antes pelo contrário: relatório “A Proposal to Revive the European Fiscal Framework” , de 29 de março último.
Em meados de março, ainda, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, deu o dito por não dito relativamente à forma como se referiu a Portugal, ao atual OE e a um “plano B”. Conversa fiada. Já no final do mês, o FMI veio reforçar a “exigência” do parceiro da troika, instando o governo português a preparar “um conjunto específico de medidas de contingência”, o tal “plano B”, porque, insistem – e não vão desistir –, o OE não lhes inspira confiança. Tudo o que caia fora do figurino os impacienta.
Mal entrados em abril, nova peripécia: WikiLeaks revela conversa nada abonatória de responsáveis do FMI sobre a Grécia. Poul Thomsen, diretor do FMI para a Europa, e Delia Velculescu, chefe de missão do FMI para a Grécia, discutem estratégia para forçarem governo a aplicar políticas sociais de que os gregos não querem nem ouvir falar. Chamemos-lhe plano C, que o B já os gregos ingurgitaram.
Para rematar, dia 3 do corrente, salta para as páginas dos jornais, nacionais e estrangeiros, o escândalo dos paraísos fiscais, a chamada indústria do offshore: “The Panama Papers”, investigação a cargo do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que promete!
Alegadamente, uma fuga de informação a partir da firma de advogados Mossack Fonseca, com sede no Panamá, terá soltado 11,5 milhões de documentos que comprometem chefes de Estado, celebridades e criminosos irmãmente juntos em negócios obscuros, ocultação de fortunas e fuga ao fisco. Ao que se sabe, mesmo líderes mundiais empenhados (?!) na luta anticorrupção são mencionados. É fartar, vilanagem!
Em pouco mais de 30 dias, foram postos a descoberto diferentes matizes da ordem económica mundial, ou seja, de como o capital nos comanda a vida. Na UE ou fora dela, o dinheiro passa à frente da política, do social, atropela tudo e todos. As pessoas contam muito pouco ou nada neste mundo colonizado pela avidez do capital.
À vista, estendem-se as boas intenções. Por detrás do biombo, o monstro lambe os beiços, sentindo-se seguro. Só que o biombo está a ficar esgarçado...
06/04/2016
Maria Helena Magalhães
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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