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2014
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2014
Com o ano terminado – coincidentemente com o último ano da legislatura do atual Governo – é altura de fazer balanços. Foi um período atribulado para Portugal, a tentar emergir de uma grave crise económica e financeira, sob o protetorado dos nossos credores.
Foram exigidos muitos sacrifícios aos portugueses, com um alarmante aumento do número de desempregados, diminuição do poder de compra, contração da atividade económica e aumento brutal da carga fiscal.
Não vou aqui dissecar a bondade de muitas das medidas que o Governo tomou, sendo, no entanto, importante refletir sobre as razões que nos trouxeram a este tão triste cenário. Durante anos, por culpa da irresponsabilidade de tantos Governos e do míope alheamento de toda a comunidade, o país endividou-se para construir estradas que estão hoje vazias, escolas com cada vez menos crianças e com estudos de projetos megalómanos que em nada serviram o país (TGV, novo aeroporto, etc.). Como se não bastasse, assistimos, sem particular comoção, a uma crise de valores que nos roubou a esperança e o sonho de um futuro menos sombrio. A descida da taxa de natalidade é disso um bom e assustador exemplo, refletindo as consequências de uma política assente no experimentalismo social, na satisfação de reivindicações de grupos de pressão poderosos mas muito pouco representativos e na negação das nossas origens enquanto Povo e Nação.
Chegámos a 2011 com a ilusão de que, apesar de tudo, a coisa se iria resolver. Era uma questão de tempo e de dinheiro. Acontece que, por motivos que todos conhecemos, o tempo se esgotou e o dinheiro deixou de vir. Veio a troika e o resto da história é amplamente conhecida.
Passaram-se, entretanto, quatro anos e a desesperança é ainda o retrato do estado de espírito de muitos dos que, durante décadas, confiaram naqueles que se dispuseram ao serviço público. A constatação de que muitos se serviram, ao invés de servirem – e de que os recentes processos judiciais são um bom exemplo, com a detenção daqueles que levaram o país até à beira do abismo –, reflete-se na indiferença e na apatia de quem pode contribuir para alterar o estado das coisas. Com o seu voto e com uma cada vez maior intervenção social e política.
Apesar de tudo, há sinais positivos. O desemprego começou a diminuir, as exportações estão bem de saúde e o turismo tem dado um importante contributo para a recuperação de uma economia que tarda em arrancar. Libertámo-nos também do jugo de quem nos socorremos quando deixámos de ser capazes de pagar as nossas contas.
Em 2015 vamos ter eleições e é importante que todos tenhamos consciência da importância das escolhas que somos chamados a fazer. Independentemente da cor política de cada um, sermos melhores enquanto país só será possível se quem tem a arma do voto a exercer de forma responsável e exigente. Caso contrário, arriscamos entregar os destinos do país aos demagogos que, sem qualquer decoro ou pudor, irão navegar nos destroços deixados por quem aqui nos trouxe.
Um bom ano para todos.
Rui Tabarra e Castro
Advogado da FCB&A
2 Janeiro, 2015 17:05
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