Mais dúvidas que certezas no OE/2016

Adensam-se as dúvidas em relação ao Orçamento do Estado para 2016 e nem o facto de o ministro das Finanças dizer que se trata de um Orçamento rigoroso e responsável chega para afastar as interrogações.

A UTAO - Unidade Técnica de Apoio Orçamental, além de enumerar riscos, afirma que as novas medidas, levantam dúvidas quanto à razoabilidade ao nível da receita e da despesa.

Os técnicos do Parlamento especificam que as revisões de despesa com consumos intermédios e com pessoal têm projectadas evoluções que não encontram justificação nas medidas anunciadas. E também que a despesa com subsídios é revista de forma relevante, sem se saber o motivo daquela revisão. O pior, no entanto, são as interrogações que se levantam a nível internacional, com Bruxelas na linha da frente, mas também nos mercados de dívida soberana, onde Fevereiro está a ser o pior mês desde que há registos, ou seja desde há 19 anos, com as yields da dívida a dez anos a subirem 30%. A tarefa do Governo e, em particular, do ministro Mário Centeno deverá complicar-se no futuro próximo por causa da reposição das 35 horas semanais na Função Pública. António Costa e Centeno têm discursos diferentes relativamente à aplicação da medida e a CGTP já veio dizer que quer as 35 horas ao mesmo tempo para todos. Um assunto que promete ser fracturante e que constituirá mais uma dúvida acerca do futuro do país e da execução das contas públicas.

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Económico