União Europeia e América Latina reforçam laços de cooperação em Lisboa

Acabei de tomar conhecimento da recente decisão da Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu para que Lisboa seja a cidade anfitriã da reunião das Comissões Parlamentares Permanentes da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana, que terá lugar de 16 a 20 de maio próximo.

Ao fim de um longo ano de trabalho a tentar convencer os vários grupos políticos no Parlamento Europeu e na Assembleia da República para a importância da realização deste evento em Lisboa, fui agradavelmente surpreendido com a aceitação da minha proposta para que Lisboa fosse o palco privilegiado desta importante concentração de eleitos nacionais de 33 países da América Latina e do Caribe, bem como da União Europeia, para debaterem assuntos de vital importância para ambos os lados do Atlântico.

É para mim, como eurodeputado, presidente do Partido da Terra - MPT e coordenador do Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa no Parlamento Europeu junto da Delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana, uma enorme satisfação poder ter contribuído para que a capital portuguesa seja a anfitriã deste evento que permitirá, no nosso país, estreitar e reforçar os laços de cooperação entre estes dois blocos regionais, potenciado um desenvolvimento mais sustentável, mais democrático e mais igualitário.

A aprovação desta proposta no Parlamento Europeu representa mais um reconhecimento da credibilidade de Lisboa como destino privilegiado para eventos internacionais e constitui, pela dimensão e notoriedade da reunião, que junta um terço dos membros da ONU e quase metade dos membros do G20, um fator de valorização da cidade e do país, com enormes impactos na economia, no turismo e nas atividades com aquelas correlacionadas.

A Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (Eurolat), composta por 150 membros (75 parlamentares do Parlamento Europeu e 75 dos parlamentos nacionais dos 33 Estados latino-americanos que dela fazem parte) é a voz de mil milhões de cidadãos da América Latina e da União Europeia e constitui uma instância privilegiada de reforço do diálogo e da cooperação estratégica entre dois continentes que, embora separados por um oceano, se deparam com um número crescente de desafios e oportunidades que lhes são comuns.

O maior investidor na região, que é precisamente a União Europeia, tem vindo, ao longo das últimas décadas, a reforçar os laços de cooperação política, económica e comercial com os diversos países da América Latina e das Caraíbas, com claros benefícios mútuos.

É precisamente em fóruns deste tipo que Portugal poderá (pela sua ligação histórica à maior potência regional da América do Sul, o Brasil, e o peso da comunidade portuguesa na Venezuela) ter uma voz privilegiada nas relações comerciais, económicas, sociais e culturais com os parceiros latino-americanos, começando, desde já por ratificar o acordo de associação UE-América Central, que lhe permitirá, designadamente, potenciar a influência do porto de Sines na economia nacional e europeia como primeiro porto de águas profundas entre a América Latina e a Europa.

Eurodeputado do MPT

08 DE ABRIL DE 2016
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José Inácio Faria
Diário de Notícias