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Mudar de caminho
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Mudar de caminho
Até nas relações humanas é verdade: o hábito não só conforta como reconforta.
Cada vez que vamos por um caminho diferente somos recompensados. É uma regra da vida. Reparamos mais nas coisas quando são inesperadas. O caminho habitual até pode ser mais bonito (senão não o escolheríamos), mas, por ser (só aparentemente) mais conhecido, adormece-nos os sentidos.
Somos condicionados para escolher as melhores maneiras de fazer as coisas, sejam as mais aprazíveis, as mais reveladoras ou as mais práticas, rápidas ou prudentes.
"Quem não arrisca não petisca" é a versão portuguesa, carregada de negativismo, da canção Walk on the Wild Side (música e letra de Lou Reed, produzida por David Bowie para o álbum de Lou Reed Transformer de 1972).
Na verdade, nem é preciso arriscar para petiscar. Basta variar. Dizer "quem não arrisca não petisca" é como dizer "quem se recusa a mudar nunca há-de sentir os benefícios da mudança".
Mesmo nas coisas mais banais descobrimos aquelas que são as mais importantes de todas: as que mudam a nossa maneira de sentirmos e vivermos as nossas vidas para mais bem as usufruirmos.
As flores que sempre vimos florescem sem darmos por isso. As que nunca vimos antes florescem cada vez que olhamos para elas.
Até nas relações humanas é verdade: o hábito não só conforta como reconforta. Mas, cada vez que saltamos para onde o confortável não existe, temos o prazer de descobrir que cada um dos nossos prazeres é renovável, nem que seja pela diferença do objecto, do destino ou da relação entre eles.
Todos voam.
MIGUEL ESTEVES CARDOSO
13/04/2016 - 00:15
Público
Cada vez que vamos por um caminho diferente somos recompensados. É uma regra da vida. Reparamos mais nas coisas quando são inesperadas. O caminho habitual até pode ser mais bonito (senão não o escolheríamos), mas, por ser (só aparentemente) mais conhecido, adormece-nos os sentidos.
Somos condicionados para escolher as melhores maneiras de fazer as coisas, sejam as mais aprazíveis, as mais reveladoras ou as mais práticas, rápidas ou prudentes.
"Quem não arrisca não petisca" é a versão portuguesa, carregada de negativismo, da canção Walk on the Wild Side (música e letra de Lou Reed, produzida por David Bowie para o álbum de Lou Reed Transformer de 1972).
Na verdade, nem é preciso arriscar para petiscar. Basta variar. Dizer "quem não arrisca não petisca" é como dizer "quem se recusa a mudar nunca há-de sentir os benefícios da mudança".
Mesmo nas coisas mais banais descobrimos aquelas que são as mais importantes de todas: as que mudam a nossa maneira de sentirmos e vivermos as nossas vidas para mais bem as usufruirmos.
As flores que sempre vimos florescem sem darmos por isso. As que nunca vimos antes florescem cada vez que olhamos para elas.
Até nas relações humanas é verdade: o hábito não só conforta como reconforta. Mas, cada vez que saltamos para onde o confortável não existe, temos o prazer de descobrir que cada um dos nossos prazeres é renovável, nem que seja pela diferença do objecto, do destino ou da relação entre eles.
Todos voam.
MIGUEL ESTEVES CARDOSO
13/04/2016 - 00:15
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