Porto de Lisboa foi grande perdedor de 2015. Greves ajudam a explicar

O movimento nos portos portugueses subiu 7,7% no passado, mais do que duplicando o crescimento registado em 2014. Sines consolidou liderança. Lisboa foi o único dos grandes portos onde a actividade encolheu.

As mercadorias movimentadas em 2015 nos portos portugueses atingiram cerca de 87 milhões de toneladas, após um crescimento de 7,7%, que significa uma mais do que duplicação da taxa de crescimento do ano anterior, que fora de 3,2%. O porto de Sines, que concentra quase metade da actividade portuária, consolidou a sua posição de liderança com um crescimento de 17,6% na tonelagem de mercadorias transportadas. 

Também o porto de Leixões cresceu, 4,8%. Entre os grandes portos nacionais só Lisboa caiu, tendo visto a sua actividade encolher no ano passado 2,2%.

Estes são dados preliminares sobre o conjunto do ano de 2015 e incidem apenas sobre os três maiores portos portugueses. Foram apresentados nesta quarta-feira, 13 de Abril, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) numa nota em que fornece dados mais detalhados sobre a evolução da actividade dos transportes durante o quarto trimestre do ano passado. 

Essa nota fornece também pistas para ajudar a perceber o que se passou no Porto de Lisboa: greves que se prolongaram de Novembro a Janeiro, sendo que há um pré-aviso para nova paralisação ainda neste mês.
 
Relativamente aos últimos três meses de 2015, escreve o INE que os portos de Lisboa e Setúbal registaram uma evolução negativa de 3,4% e de 6%, respectivamente, "com diminuições acentuadas em Dezembro no porto de Lisboa (-19,1%) e em Novembro no porto de Setúbal (-24,1%). 

Também no porto da Figueira da Foz ocorreu redução no movimento (-15,6% de toneladas). Refira-se que nestes três portos ocorreram greves no quarto trimestre de 2015". 

Já o porto de Sines assegurou no quarto trimestre 46,4% do movimento total de mercadorias nos portos nacionais, após um crescimento de 6,6%, ao passo que o porto de Leixões (21,6% do total) registou um aumento de 3,4%.

EVA GASPAR | egaspar@negocios.pt | 13 Abril 2016, 14:04
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