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Quando as taxas de juro são negativas
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Quando as taxas de juro são negativas
As taxas de juro negativas não vieram para ficar, mas também ainda não têm fim à vista. As vantagens de um mercado com taxas de juro negativas não são muitas. Os bancos e as seguradoras não gostam porque perdem margem, quem tem empréstimos não sente um efeito muito significativo na prestação e quem tem algumas poupanças vê o seu esforço pouco compensado.
Uma taxa de juro negativa é uma anomalia financeira que significa aceitar que ao constituir um depósito a prazo, se receba menos no vencimento que o dinheiro inicialmente aplicado. É como ter um apartamento alugado sem cobrar pelo aluguer e pagar ao inquilino para ficar na nossa casa. Esta anomalia financeira também tem o reverso da medalha, pois possibilitaria pedir dinheiro emprestado e pagar um montante menor que o valor do empréstimo. Há diversas explicações para este acontecimento tão singular, mas o principal objetivo é sem dúvida o estimulo monetário para reativar a economia através do investimento empresarial com baixos custos financeiros.
O que está realmente a acontecer é que os bancos sabem que não podem cobrar aos seus clientes pela constituição de depósitos, uma vez que isso significaria uma imediata fuga dos depósitos. Por outro lado, como não podem aplicar taxas negativas às poupanças, são obrigados a equilibrar a sua margem financeira com os empréstimos. Uma prova disso, são os dados recentemente publicados pelos Bancos Centrais um pouco por toda a Europa, que mostram que para além da recente evolução negativa nas taxas de juro, as taxas médias do crédito ao consumo e crédito às empresas têm vindo a aumentar.
As taxas de juro negativas comprometem a margem financeira dos bancos pelo efeito de redução dos juros que cobram do crédito habitação, que está sempre indexado à Euribor. Já o crédito pessoal e às empresas, como têm tido uma evolução contrária, mostram que a politica monetária do Banco Central Europeu (BCE) não está a funcionar com a rapidez necessária. O principal objetivo do BCE em baixar as taxas de juro é o de controlar a inflação e deixá-la nos 2%. Só assim é capaz de proteger os países do sul da europa, muito suscetíveis a outras crises, e os países com elevada carga de dívida privada como a França, a Bélgica e a Holanda. Se o atual nível de inflação se prolonga no tempo, vai fazer com que a carga de dívida persista, prejudicando fortemente o crescimento económico.
A inflação é então a razão do empenho do BCE em baixar as taxas de juro. Mas a realidade é que o crescimento económico alavancado pelo crédito barato não está a acontecer. Esta situação difícil de crescimento débil na Europa não está a ser beneficiada pelas taxas de juro negativas. Por um lado porque esta medida foi tardia e por outro porque os bancos ao se protegerem, não deixam antever melhorias nas expectativas da inflação. Sejam quais forem as próximas medidas do BCE, o que fica claro é que sem um aumento da inflação no curto prazo, fica muito difícil à Europa resolver o seu problema de endividamento e consequente crescimento económico.
Luís Pedro Branco Gestor Financeiro
Diário de Notícias da Madeira
Quinta, 14 de Abril de 2016
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