João Franco: expansão do Terminal XXI ou construção de novo terminal, o essencial é tomar uma decisão ágil

Numa relevante entrevista concedida ao jornal 'Diário Económico', o presidente da APS, João Franco, abordou o tema premente da expansão do Terminal XXI, concessionado à empresa de Singapura PSA, deixando claro que o essencial, para o bem da actividade e competitividade do Porto de Sines, é o avanço rumo ao aumento da capacidade de movimentação de contentores: seja através da expansão do Terminal XXI, seja através da construção de um novo terminal.

"Aquilo em que estamos menos bem e cuja resolução se vai tornando urgente, é a necessidade de aumentar a capacidade de movimentação do terminal de contentores e, em consequência disso, de aumentar a capacidade da linha ferroviária", declarou João Franco, vendo o adiamento da resolução do dossier da expansão da capacidade como uma ameaça para Sines. "Tendo em conta o aumento consecutivo do movimento de contentores no porto de Sines, temos de equacionar o aumento da capacidade do actual terminal ou a necessidade de construção e concessão de um novo terminal", analisou.

Para o presidente da APS, o cerne da questão prende-se com a urgência de uma decisão que coloque fim à incerteza e ao adiamento, seja para avançar com a expansão do terminal ou a edificação de um novo: "Tem é de haver uma decisão política com alguma celeridade, diria, até ao final deste ano", rematou, lembrando que ambas as situações implicam, naturalmente, o levantamento de "questões ao nível jurídico e financeiro" que tomarão o seu tempo. Para João Franco, não há tempo a perder, ainda para mais porque a dinâmica de crescimento do Porto de Sines não espera - urge agir para não travar o desenvolvimento do porto alentejano.

"O actual terminal tem uma capacidade instalada de cerca de 2,3 milhões de TEU. Para este ano, perspectivamos uma movimentação de cerca de 1,6 milhões de TEU. Com esta taxa de crescimento, esta capacidade de movimentação de contentores em Sines estará esgotada dentro de dois ou três anos", argumentou, realçando assim a importância da resolução do dossier. "A obra física de alargamento do actual terminal ou de construção de um novo deverá demorar até um ano e meio. Por isso, atrasar essa decisão pode afectar a capacidade de crescimento da movimentação de contentores em Sines." 

Ao jornal 'Diário Económico', que publicou a entrevista no seu site, João Franco afirmou já ter discutido a questão com Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, assegurando não ter "dúvidas que a questão deverá estar a ser analisada" e que deverá ser tomada uma decisão em conformidade com as necessidades de Sines nos próximos tempos.

21/04/2016
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