Novo terminal de contentores deve ir para o Barreiro, mas decisão final só em março

O secretário de Estados dos Transportes, Sérgio Monteiro, diz que ainda faltam estudos ambientais, mas que ajuda ter o apoio da autarquia



É quase certo que o novo terminal de contentores do Porto de Lisboa deve ir para o Barreiro, mas a decisão final não chegará antes de março. Ainda estão a ser feitos estudos ambientais e depois é preciso que os privados aceitem o local e queiram investir. Uma coisa é certa, ajuda que a autarquia queira o investimento.


"Não confirmo que será no Barreiro, apenas que outras localizações vão sendo afastadas. Agora estamos a olhar em exclusivo para o Barreiro e confirmar mesmo não deve ser antes de março", disse o o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro à margem do 17º congresso da APLOG.

De acordo com o governante, "faltam aprofundar os estudos de impacto ambiental. Aquela é uma zona contaminada, é preciso movimentar areias e fazer uma drenagem profunda e ainda ver de que forma tratamos essas areias contaminadas. Precisamos de ter a certeza do ponto de vista ambiental antes de confirmar a localização".

Além disso, é preciso que os privados continuem interessados em investir neste projeto porque, se não estiverem, ele não avança mesmo que haja uma localização disponível.

"Se os agentes económicos continuarem interessados ele avança e se não estiverem ele não avança porque não haverá investimento público associado a este terminal, ele é totalmente privado", acrescentou Sérgio Monteiro, salientando que "até agora, não há sinal de desconforto na localização Barreiro". Aliás, o secretário de Estado admite que havia algumas vantagens em relação à Trafaria, mas que nenhum dos interessados "disse que não queria o Barreiro".

"Do ponto de vista do atravessamento do canal fluvial eles preferiam a Trafaria porque fica 20 minutos mais perto do movimento de mercadorias e temos de ser mais eficientes em logística ara compensar esse tempo", explicou.

Mas apesar desses 20 minutos a mais e das questões ambientais, que também existiam na Trafaria, o Barreiro continua a ser a preferência. Sérgio Monteiro explica porquê.

"Desde logo, porque a autarquia [do Barreiro] quer o investimento. Parecendo que não faz uma diferença do tamanho do mundo. Uma coisa é impormos um investimento por decreto a uma autarquia que não o quer, outra coisa é ter uma autarquia que acarinha, que cria condições e reserva espaço para que o investimento avance".

E também porque no Barreiro há menos investimento, apesar de ser preciso mais dragagem de areias. "Na Trafaria eram precisos mais 160 milhões de euros para fazer a ligação de caminho de ferro que já há no Barreiro", rematou.

Por Ana Baptista
29/10/2014 | 13:31 |  Dinheiro Vivo