João Franco realça necessidade de "baixar custos de transferência do modo marítimo para o ferroviário"

O presidente da APS, João Franco, concedeu uma entrevista ao jornal 'Diário Económico', onde, para além de ter analisado e comentado a questão da expansão do Terminal XXI/construção de um novo terminal de contentores no Porto de Sines, debruçou-se sobre o potencial do aumento da capacidade da linha ferroviária, nomeadamente entre Sines e a fronteira com Espanha, as implicações e os benefícios competitivos adjacentes a esse projecto.

"No que respeita à necessidade de aumentar a capacidade da linha ferroviária, é necessário baixar os custos em termos de operação", introduziu João Franco. "O porto de Sines está a concorrer directamente com Algeciras, Valência ou Tânger Med. O número de comboios tem vindo a crescer em Sines, assim como a quantidade de tonelagem distribuída a partir do caminho-de-ferro. Temos de baixar os custos de transferência do modo marítimo para o ferroviário e isso não deve passar pela redução de custos com o pessoal", analisou.

O presidente da APS explicou que, mais importante que a diminuição de tempo de trânsito, permitido por uma nova linha ferroviária a partir de Sines, para transporte de mercadorias, "é a redução de custos". João Franco esclareceu que a potencial nova linha férrea "vai permitir a diminuição da distância, portanto, do tempo e dos custos, e também a possibilidade ter comboios maiores, com 750 metros de comprimento". "A distância até à fronteira com Espanha, em Elvas/Caia/Badajoz, iria reduzir-se em cerca de 180 quilómetros, além de possibilitar o aumento da extensão dos comboios", adicionou.

À pergunta do 'Diário Económico' sobre a utilidade estratégica de uma nova linha ferroviária que ligue Sines a Espanha, aumentando o hinterland, João Franco respondeu com exemplos específicos, puxando também dos galões competitivos de Sines: "na exportação de Sines para Espanha, os contentores frigoríficos para produtos agro-alimentares têm já um grande relevo (...) o presidente do governo da Extremadura espanhola veio a Sines, após um acordo firmado com os portos de Sines, Lisboa e Setúbal, sublinhar que precisa de um canal de exportação dos seus produtos, da sua região, através dos portos nacionais. O porto de Sines é o mais próximo da região da Extremadura e pratica preços muito competitivos".

22/04/2016
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