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Frustrar expectativas
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Frustrar expectativas
Em fevereiro a taxa de desemprego estabilizou na média dos países da OCDE (6,5%), mas subiu duas décimas em Portugal, para 12,3% da população ativa. É provável que a criação líquida de empregos durante os quatro anos desta legislatura fique abaixo do que estava indicado no programa eleitoral do PS. Entretanto, as famílias em situação de sobreendividamento voltaram a aumentar. Em fevereiro o crédito pessoal ao consumo cresceu nada menos de 16%.
A Comissão Europeia e o FMI continuam a mostrar que não acreditam nas previsões do Governo. E António Costa já fala na necessidade de prudência nas previsões. O Bloco de Esquerda agita-se, naturalmente. Mas o otimismo irresponsável do Governo irá manter-se tanto tempo quanto possível, porventura a pensar em eleições antecipadas.
O indicador avançado da OCDE para Portugal voltou a cair em Fevereiro. Este indicador, que tenta antecipar a tendência futura, encontra-se no valor mais baixo desde Novembro de 2013.
O FMI prevê a desaceleração da economia portuguesa até 2017 - crescimento do PIB de 1,4% este ano (contra 1,8% no Orçamento de Estado) e de 1,3% no próximo. Naturalmente que o emprego pouco poderá aumentar com estes números.
O FMI baixou igualmente as previsões do crescimento mundial; e reclama mais investimento público em infraestruturas. Uma receita que não se pode aplicar a Portugal, por causa do desequilíbrio que ainda persiste nas contas do Estado, mas também porque há anos se investiu demais; por exemplo, temos a quarta mais densa rede de estradas e autoestradas do mundo…
Francamente pessimistas são, ainda, as previsões da Universidade Católica Portuguesa (UCP). A sua previsão para o crescimento do PIB em Portugal no corrente ano baixou de 2% (previsão anterior) para 1,3%. A UCP justifica esta revisão em baixa com três motivos: agravamento em 2015 do défice estrutural das contas públicas (isto é, descontando os efeitos do ciclo económico); fragilidade do crescimento no segundo semestre do ano passado (que o Instituto Nacional de Estatística já havia mostrado); e política orçamental em 2016 menos expansionista face ao anunciado pelo Governo em Janeiro (e tudo indica que o tal plano B, o das “medidas adicionais”, quando aparecer a tornará ainda menos expansionista).
“A economia portuguesa encontra-se num compasso de espera que se manifesta num adiamento da recuperação do investimento”, sublinha a UCP. E são de referir, ainda, os dececionantes números das exportações nos primeiros dois meses do ano - porque a conjuntura económica internacional se tornou menos favorável; e talvez, também, como resultado da dramática falta de investimento empresarial.
Dir-se-á que este abrandamento económico não é necessariamente culpa do presente Governo - desde há oito meses que as perspetivas sobre a economia portuguesa têm vindo sucessivamente a degradar-se. O Orçamento apenas entrou em vigor no início deste mês de abril. Certas ou erradas, as políticas governamentais só daqui a mais algum tempo revelarão o seu grau de eficácia.
É verdade. Mas não é menos certo que A. Costa se fartou de proclamar o fim da austeridade e a viragem de página para um período de prosperidade e crescimento. Suscitou, assim, expectativas que daqui em diante serão largamente frustradas. Começará a instalar-se a descrença.
Francisco Sarsfield Cabral | 27/04/2016 14:55
SOL
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