Dívida de Portugal a subir a 2, 5 e 10 anos

Os juros da dívida portuguesa estão hoje a subir a dois, a cinco e a dez anos em relação a terça-feira, alinhados com os da Irlanda e Itália. Um dia depois da Comissão Europeia ter divulgado ontem as previsões económicas para este ano e para o próximo com avisos à economia portuguesa

Na abertura do mercado os juros da dívida portuguesa a dez anos estavam a subir para 3,112%, face a 3,075% na terça-feira e 4,084% face a 11 de Fevereiro, o que é um máximo desde Março de 2014. Nos últimos seis meses, os juros a dez anos desceram até ao mínimo de 2,257%, registado a 2 de Dezembro do ano passado.

Na dívida a um prazo de cinco anos, os juros estavam a avançar, para 1,845%, contra 1,824% na terça-feira. O valor mínimo dos últimos seis meses dos juros a cinco anos é de 0,918% e verificou-se a 2 de Dezembro de 2015.

Os juros a dois anos, estes também estavam a subir, para 0,578%, contra 0,574% na terça-feira.

Isto é a reacção dos mercados, dos investidores dívida soberana, depois de ontem a Comissão Europeia ter divulgado as previsões económicas para este ano e para o próximo, tendo piorado as previsões.

Em Portugal, a tendência é de contágio vindo do centro da Europa e por isso, as expectativas de crescimento desceram. A Comissão concorda com o FMI e aponta uma desaceleração do PIB, para além de mostrar pessimismo com a obtenção de um défice público de 2,2%. 

Bruxelas aponta para um défice provável  de 2,7% este ano e 2,3% em 2017, muito acima dos objectivos assumidos pelo Governo de 2,2% em 2016 e 1,4% no próximo ano.

A Comissão Europeia piorou a sua estimativa de crescimento da economia portuguesa para 1,5% este ano e para 1,7% no próximo, previsões em ambos os casos mais pessimistas do que as apresentadas pelo Governo.

No Programa de Estabilidade, remetido já a Bruxelas, o executivo português comprometeu-se com um crescimento do PIB em 1,8% em 2016 e 2017.

Bruxelas admite ainda que o crescimento económico português pode ser prejudicado pela "incerteza política, os desenvolvimentos nos mercados financeiros e uma pressão persistente de desalavancagem sobre o sector privado".

10:24 h
Económico