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Mensagem por Admin Sex maio 06, 2016 3:43 pm

HÁ ALGUMA COISA DE ESPECIAL NOS ALENTEJANOS (?) _joaompereirinha_28_11_2015-6319_0

Eu não sou sociólogo. Sou antes, uma espécie de “nómada intelectual”. Daqueles que “não têm história, têm uma geografia e essa geografia, que tem lugar no «espaço plano» das estepes, escreve-se por meio de uma «linha criativa de fuga» caracterizada pela rapidez, uma rapidez «fora da lei», mas no fluxo, fora do âmbito da «máquina racional administrativa», seguindo as correntes de energia”, como diz Kenneth White, roubando palavras a Deleuze (1987. O Espírito Nómada. (L. Mendonça, Trad.) Deriva.). Da mesma forma que passo a vida a amar as pessoas à distância, forçado pelas despedidas que me provocam. Chocado pela falta que me fazem. Passo os dias no entretanto, no caminho entre a ida e a volta, ou no regresso.

Mas, por vezes, temos o talento de nos atrairmos uns aos outros, como a calçada que ampara as folhas caducas que caem timidamente. É gradual, a forma como conseguimos trazer os outros para junto de nós, apesar de todo o atrito que sempre nos rodeia. Por vezes, também as folhas dos nossos corações são varridas por pequenos vendavais. Assim como os pingos da chuva inesperada que diluem as lágrimas da nossa saudade, molhando-nos o rosto e lavando-nos a alma de cima abaixo. É como tudo na vida, onde somos pequenos pêndulos a percorrer enormes distâncias, sem nunca sair do nosso eixo, que muitas vezes são os outros.

No compasso dos meus sentimos, posso dizer que o Alentejo é o meu eixo. Uma troca de olhares, um abraço, um sorriso ou um aperto de mão. Julgamos ser feitos de pensamentos, de sentimentos, de aparências. Mas não passamos de pequeninos grãos de areia soltos. Transformados em vidro pelo calor da felicidade das nossas recordações, consumidas pela luz da nossa existência intransmissível. A barba áspera dos meus avós, os cuidados das minhas avós, o frio daquelas manhãs de sábado cheias de orvalho em que aprendi a andar de bicicleta, ou quando apanhava cogumelos selvagens, perdido por entre as árvores e a lama que me afastava, são só meus. Mas são também o que me amarra ao lugar dos meus afetos.

Inadvertidamente, fotografo os lugares por onde vou caminhando. As ruas, cujas paredes fazem eco dos pequenos recortes de vida que escolhemos revisitar. Uma ida ao senhor das gomas. O jogo das escondidas. Naquele tempo, éramos tantos que um simples jogo durava horas. Isso, ou o tempo, realmente, pertence a uma dimensão relativa. Sejam as cicatrizes, ou os momentos felizes, as memórias costumam ser os momentos que mais tempo ocupam dentro de nós. Descobri que parte da Fotografia que faço é uma forma de reconstituir as minhas memórias de infância. Intuitivamente, é esse pequenino eu, que procuro sempre resgatar, e de quem não me tenciono afastar mais.

Descobri que, por mais que viaje, por mais motivos e projetos que desenhe, fui enchendo o meu vagar de imagens, projetos, mosaicos e lapsos de momentos congelados, sobre e no Alentejo. Um Alentejo, de onde e de quem, tanto me tenho afastado. E que me parece sempre tão novo, tão simples e ao mesmo tampo complexo, tão estranho e desconhecido, tão distante e sempre grande, que nunca se esgota. Haverá alguma coisa de especial, no Alentejo, nestas gentes, nesta terra, neste sol, nestas brigas, nestas casas vazias, nestes montes abandonados, nestas rugas do sol, neste cansaço constante…? Talvez não, não deve haver nada objetivo, que separe um Alentejano – tão falado e comentado em todo o lado – de qualquer outro homem ou mulher. A não ser, talvez, o espaço e a vastidão: das terras, que o separam do resto do mundo, e que tornam este pais enorme; e do jarro de vinho à mesa, cuja presença se faz sentir quando é dividido com amizade genuína.

Por isso, agarrei nos meus projetos fotográficos, encadernei-os por volumes, e chamei-lhes “Largo do Poço das Memórias”, pois, no Alentejo, até a água, como a alma dos homens, se colhe da terra.

Imagem © João M. Pereinha 2015

João M. Pereirinha
Fotógrafo, escritor e poeta
6 Maio 2016      03:45
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