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A nova geração de líderes políticos
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A nova geração de líderes políticos
Um fenómeno que se tem verificado nos últimos dez anos, e agora nos EUA, consiste no aparecimento de líderes políticos com um discurso de protesto, mais radical e agressivo, que vai ao encontro da insatisfação de uma parte importante dos eleitores.
Nesta última semana ficou claro para todos que Donald Trump tem reais possibilidades de se tornar Presidente dos EUA. Há inclusive algumas sondagens que o dão como principal favorito para os americanos.
Verifiquei que muitas pessoas de diversos quadrantes e nacionalidades (incluindo nos EUA) mostraram a sua admiração com este facto, considerando que este candidato não tem condições para governar devido à sua personalidade e promessas eleitorais e, como tal, questionam se é merecedor de o fazer.
Contudo, os EUA são uma democracia onde cada eleitor vota de acordo com a sua consciência e sem qualquer tipo pressão ou influência, e tendo conhecimento das regras eleitorais do seu país. Portanto, quem se apresentar como candidato, cumprir a lei eleitoral e tiver mais votos que os seus oponentes, pode e tem o direito de ser eleito e de governar, tendo os EUA o presidente que os seus cidadãos escolherem.
Um fenómeno que se tem verificado nos últimos dez anos, e agora nos EUA, consiste no aparecimento de líderes políticos com um discurso de protesto, mais radical e agressivo, que vai ao encontro da insatisfação e frustação de uma parte importante da população que vota. Este é um fenómeno generalizado nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, que está para ficar, pois estes políticos ganham eleições, ou pelo menos têm bons resultados nas mesmas, o que lhes permite influenciar as decisões políticas dos seus países.
Esses bons resultados eleitorais são consequência da crescente insatisfação com a classe política estabelecida. Essa insatisfação tem várias causas, que não vou neste artigo explorar, mas que, diria, ficaram mais visíveis após a crise financeira de 2008.
Tem-se também verificado uma enorme alteração dos valores e das práticas sociais que regem as sociedades desenvolvidas, nomeadamente no enfoque cada vez maior no indivíduo (eu) e menos no grupo (nós), que se pode provar, por exemplo, com o aparecimento e uso massivo das redes sociais e em várias alterações legislativas implementadas.
Assim, não é de estranhar que em vários países da Europa, como Grécia, Espanha, Áustria, Hungria e Eslováquia, e agora nos EUA, tenham surgido líderes políticos anti-sistema oriundos de todos os quadrantes políticos, enquadrados nesta nova realidade. Em Portugal, destaco o resultado do MPT nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, na altura com Marinho e Pinto como cabeça de lista, e os 10% obtidos nas últimas eleições legislativas pelo Bloco de Esquerda.
Apesar de considerar que os valores democráticos têm sempre de prevalecer e que todos os políticos, incluindo os que preconizam uma ruptura do sistema e das políticas estabelecidas, têm os mesmos direitos de se candidatarem e liderarem se for esse o sentido do voto dos eleitores, quero destacar que, no meu entender, o aparecimento deste novo tipo de líderes políticos e o meio político-social em geral é um novo factor a ter em conta por parte dos investidores e gestores quando tiverem de tomar as suas decisões de investimento, considerando este factor como uma ameaça numa análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), pois cria maior incerteza e imprevisibilidade.
00:05 h
Tiago Moreira Salgado, Gestor
Económico
Nesta última semana ficou claro para todos que Donald Trump tem reais possibilidades de se tornar Presidente dos EUA. Há inclusive algumas sondagens que o dão como principal favorito para os americanos.
Verifiquei que muitas pessoas de diversos quadrantes e nacionalidades (incluindo nos EUA) mostraram a sua admiração com este facto, considerando que este candidato não tem condições para governar devido à sua personalidade e promessas eleitorais e, como tal, questionam se é merecedor de o fazer.
Contudo, os EUA são uma democracia onde cada eleitor vota de acordo com a sua consciência e sem qualquer tipo pressão ou influência, e tendo conhecimento das regras eleitorais do seu país. Portanto, quem se apresentar como candidato, cumprir a lei eleitoral e tiver mais votos que os seus oponentes, pode e tem o direito de ser eleito e de governar, tendo os EUA o presidente que os seus cidadãos escolherem.
Um fenómeno que se tem verificado nos últimos dez anos, e agora nos EUA, consiste no aparecimento de líderes políticos com um discurso de protesto, mais radical e agressivo, que vai ao encontro da insatisfação e frustação de uma parte importante da população que vota. Este é um fenómeno generalizado nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, que está para ficar, pois estes políticos ganham eleições, ou pelo menos têm bons resultados nas mesmas, o que lhes permite influenciar as decisões políticas dos seus países.
Esses bons resultados eleitorais são consequência da crescente insatisfação com a classe política estabelecida. Essa insatisfação tem várias causas, que não vou neste artigo explorar, mas que, diria, ficaram mais visíveis após a crise financeira de 2008.
Tem-se também verificado uma enorme alteração dos valores e das práticas sociais que regem as sociedades desenvolvidas, nomeadamente no enfoque cada vez maior no indivíduo (eu) e menos no grupo (nós), que se pode provar, por exemplo, com o aparecimento e uso massivo das redes sociais e em várias alterações legislativas implementadas.
Assim, não é de estranhar que em vários países da Europa, como Grécia, Espanha, Áustria, Hungria e Eslováquia, e agora nos EUA, tenham surgido líderes políticos anti-sistema oriundos de todos os quadrantes políticos, enquadrados nesta nova realidade. Em Portugal, destaco o resultado do MPT nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, na altura com Marinho e Pinto como cabeça de lista, e os 10% obtidos nas últimas eleições legislativas pelo Bloco de Esquerda.
Apesar de considerar que os valores democráticos têm sempre de prevalecer e que todos os políticos, incluindo os que preconizam uma ruptura do sistema e das políticas estabelecidas, têm os mesmos direitos de se candidatarem e liderarem se for esse o sentido do voto dos eleitores, quero destacar que, no meu entender, o aparecimento deste novo tipo de líderes políticos e o meio político-social em geral é um novo factor a ter em conta por parte dos investidores e gestores quando tiverem de tomar as suas decisões de investimento, considerando este factor como uma ameaça numa análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), pois cria maior incerteza e imprevisibilidade.
00:05 h
Tiago Moreira Salgado, Gestor
Económico
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