Medlog (ex-CP Carga) já pensa em chegar ao centro da Europa

Medlog – Transportes e Logística é o novo nome da CP Carga. A empresa, agora controlada pela MSC, quer crescer rapidamente, alavancada pelos tráfegos de contentores marítimos da casa-mãe, mas também fruto duma aposta assumida na prestação de serviços logísticos e de transportes (que não exclusivamente ferroviários).

No imediato, o mercado da Península Ibérica é o alvo. A ex-CP Carga é quase totalista no mercado doméstico mas tem reduzida expressão do lado de lá da fronteira. O tráfego de contentores é a aposta principal. O encaminhamento para os portos nacionais será, claro, um objectivo. Mas haverá que contar também com os importantes movimentos de contentores que a MSC realiza nos portos espanhóis, desde logo no de Valência.

Para poder acudir a todas as solicitações, a Medlog seguiu o mesmo caminho da Takargo, na Ibercargo, e terá contratado já sete locomotivas a diesel capazes de operar em toda a Península.

Mas a ambição dos novos donos da Medlog não se fica por aqui. Afinal, Carlos Vasconcelos, o homem forte da MSC em Portugal, garantiu, com a vitória na privatização da CP Carga, o primeiro operador ferroviário para o grupo suíço a nível mundial.

E como a MSC movimenta (muitos) contentores nos principais portos da Europa, nada mais lógico do que tentar replicar além-Pirinéus a estratégia que tão bons resultados deu quando aplicada ao Terminal XXI de Sines. O transporte de contentores entre Roterdão e o centro da Europa estará já no horizonte.

Mas não só. A nova designação social diz bem do que se propõe fazer a nova CP Carga. Além de transportador ferroviário, a Medlog assume-se como um prestador de serviços logísticos, oferecendo ao mercado o armazenamento e tratamento das mercadorias, além do seu transporte, por modo ferroviário ou rodoviário.

Será interessante ver como a empresa conciliará esta nova postura com a prestação de serviços de transporte ferroviário a outros operadores logísticos que são actualmente são clientes.

A realização de comboios multicliente e multiproduto será outra opção estratégica, para captar mais tráfegos num mercado com poucos clientes de grande dimensão capazes de garantirem comboios-bloco.

Com tudo isto, a Medlog aposta em atingir o break-even em 2019.

16 Maio, 2016 at 12:25
por T&N