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Medina e uma Lisboa imaginária
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Medina e uma Lisboa imaginária
Já todos percebemos que este frenesim de Medina em transformar a cidade de Lisboa de uma assentada vai dar asneira. Todos menos ele, que insiste numa gestão da cidade assente numa espécie de conceção visionária, de autopropaganda pública e de medidas de tendência que não só atrapalham a vida das pessoas como acabam por revelar um certo provincianismo disfarçado de cosmopolitismo.
No fundo, a esquerda urbana é muito assim: adepta de um conjunto de tendências urbanas muito próprias, mas também muito pouco realistas e práticas, que apenas encaixam nos unicórnios das suas cidades imaginárias.
O imenso estaleiro em que Lisboa se transformou está também assente numa visão muito egoística e muito pouco própria da gestão da coisa pública. Quando se confundem calendários eleitorais com necessidades da população, normalmente, o resultado não é positivo, e nós, em Lisboa, arriscamo--nos a pagar uma pesada fatura por este frenesim e por todo este embuste que nos enfiam desgraçadamente pelos olhos dentro.
“É fazer cidade”, diz Medina sem perceber que para isso não basta governar para os seus camaradas, para os lisboetas imaginários e para aqueles em que qualquer ocasião é boa para o experimentalismo bacoco, impraticável e maçador da vida das pessoas normais. É uma chatice continuarem a existir em Lisboa pessoas de mobilidade reduzida, velhinhos, moradores com carros e gente normal. Uma chatice ter de lidar com pessoas reais e concretas que apenas querem ter sossego nas suas vidas, ter os buracos das suas ruas tapados, o lixo à sua porta removido, sítios para poderem passear e, se possível, não serem massacrados com a alarvidade de taxas e taxinhas que mais não servem a não ser para alimentar esta visão deturpada da cidade.
Escreve à segunda-feira
16/05/2016
Sérgio Azevedo
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
No fundo, a esquerda urbana é muito assim: adepta de um conjunto de tendências urbanas muito próprias, mas também muito pouco realistas e práticas, que apenas encaixam nos unicórnios das suas cidades imaginárias.
O imenso estaleiro em que Lisboa se transformou está também assente numa visão muito egoística e muito pouco própria da gestão da coisa pública. Quando se confundem calendários eleitorais com necessidades da população, normalmente, o resultado não é positivo, e nós, em Lisboa, arriscamo--nos a pagar uma pesada fatura por este frenesim e por todo este embuste que nos enfiam desgraçadamente pelos olhos dentro.
“É fazer cidade”, diz Medina sem perceber que para isso não basta governar para os seus camaradas, para os lisboetas imaginários e para aqueles em que qualquer ocasião é boa para o experimentalismo bacoco, impraticável e maçador da vida das pessoas normais. É uma chatice continuarem a existir em Lisboa pessoas de mobilidade reduzida, velhinhos, moradores com carros e gente normal. Uma chatice ter de lidar com pessoas reais e concretas que apenas querem ter sossego nas suas vidas, ter os buracos das suas ruas tapados, o lixo à sua porta removido, sítios para poderem passear e, se possível, não serem massacrados com a alarvidade de taxas e taxinhas que mais não servem a não ser para alimentar esta visão deturpada da cidade.
Escreve à segunda-feira
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Sérgio Azevedo
opiniao@newsplex.pt
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