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A extrema-direita a crescer
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A extrema-direita a crescer
Foi por uma unha negra. O descontentamento dos austríacos esteve quase a colocar no poder um presidente de extrema-direita. A Áustria, ainda a sarar as feridas da II Guerra Mundial, equacionava eleger um presidente fascista. Quase 50 por cento (49, 7) votaram, na segunda volta das presidenciais, num candidato que se apresentou contra a Europa, os refugiados e pelo autoritarismo. Norbert Hofer, candidato da extrema-direita, anti-imigração e eurocético, obteve uma vitória confortável na primeira volta das presidenciais: 36 por cento dos votos. E domingo à noite, após a contagem dos votos em urna, era ele o vencedor. Mas faltava a decisão dos emigrantes austríacos: por diferença mínima, depois de recebidos os votos por correspondência, o ecologista Alexander van der Bellen foi eleito com 50,3 por cento.
Um quase empate que merece, sem dúvida, profunda reflexão. Pelos austríacos. E por todos os europeus. É só mais um sinal de que a União Europeia, como a vivemos hoje, apresenta--se como uma entidade muito mais administrativa do que política - e na qual os povos europeus se reveem cada vez menos.
Não haja ilusões. Van der Bellen, o candidato ecologista, teve uma vitória de Pirro. Se não houver uma mudança de rumo, a UE será apenas um compasso de espera no alastrar da extrema-direita e da xenofobia um pouco por toda a Europa. Portugal e Espanha são, por enquanto, as exceções no quadro político dos países que formam a União Europeia .
O medo tolhe de forma silenciosa. O medo rouba a lucidez, a perceção humanista sobre o Mundo. O terrorismo está aí , muda as nossas vidas, quer o assumamos, quer não. E os refugiados, para muitos europeus, surgem como terroristas com rosto. Eles são o outro, os que viveram aquilo que nós, mesmo nos nossos pesadelos, ainda não vivemos.
Não haja ilusões. Se continuarmos a percorrer tais caminhos, este ou outro Hofer ganhará umas próximas eleições. Na Áustria e nos outros países onde a extrema-direita conquista todos os dias novos simpatizantes.
Os sinais da Áustria chegam numa altura em que dezenas de líderes mundiais se encontram reunidos em Istambul, em mais uma tentativa de tornar o Mundo um local melhor para se viver. À hora a que escrevo, não há ainda decisões, apenas as palavras de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, a alertar as nossas consciências: "Há mais pessoas forçadas a fugir do que em qualquer outra altura desde a II Guerra Mundial". Mais de 50 líderes mundiais marcam presença na cimeira. Vão, seguramente, tomar bondosas decisões.
Paula Ferreira
24 Maio 2016 às 00:04
Jornal de Notícias
Um quase empate que merece, sem dúvida, profunda reflexão. Pelos austríacos. E por todos os europeus. É só mais um sinal de que a União Europeia, como a vivemos hoje, apresenta--se como uma entidade muito mais administrativa do que política - e na qual os povos europeus se reveem cada vez menos.
Não haja ilusões. Van der Bellen, o candidato ecologista, teve uma vitória de Pirro. Se não houver uma mudança de rumo, a UE será apenas um compasso de espera no alastrar da extrema-direita e da xenofobia um pouco por toda a Europa. Portugal e Espanha são, por enquanto, as exceções no quadro político dos países que formam a União Europeia .
O medo tolhe de forma silenciosa. O medo rouba a lucidez, a perceção humanista sobre o Mundo. O terrorismo está aí , muda as nossas vidas, quer o assumamos, quer não. E os refugiados, para muitos europeus, surgem como terroristas com rosto. Eles são o outro, os que viveram aquilo que nós, mesmo nos nossos pesadelos, ainda não vivemos.
Não haja ilusões. Se continuarmos a percorrer tais caminhos, este ou outro Hofer ganhará umas próximas eleições. Na Áustria e nos outros países onde a extrema-direita conquista todos os dias novos simpatizantes.
Os sinais da Áustria chegam numa altura em que dezenas de líderes mundiais se encontram reunidos em Istambul, em mais uma tentativa de tornar o Mundo um local melhor para se viver. À hora a que escrevo, não há ainda decisões, apenas as palavras de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, a alertar as nossas consciências: "Há mais pessoas forçadas a fugir do que em qualquer outra altura desde a II Guerra Mundial". Mais de 50 líderes mundiais marcam presença na cimeira. Vão, seguramente, tomar bondosas decisões.
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24 Maio 2016 às 00:04
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