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Ensinar e aprender
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Ensinar e aprender
1 Os problemas estruturais do ensino em Portugal têm uma razão e uma única razão: o financiamento do Estado aos colégios privados. O tom justicialista que, de um lado e do outro, se tem usado para fazer vingar argumentário quase nos faz acreditar que uma reflexão séria e ponderada sobre uma área determinante como a educação começa e acaba, de facto, nesta batalha entre Esquerda e Direita com crianças pelo meio.
Não, não é o fim do Mundo o Estado usar com parcimónia e tendo por base critérios objetivos e justificados o dinheiro dos contribuintes, evitando duplicação de gastos (na verdade, nem devia ser necessário aduzir esta gigantesca evidência); não, não é o fim do Mundo que o Estado tenha ajudado, durante dezenas de anos, escolas privadas a formar alunos em regiões onde a oferta pública não era capaz. E não é, certamente, o fim do Mundo que continue a fazê-lo onde tal seja necessário. Como vai acontecer. Quem não gostar da escola pública pode sempre optar pelo privado. Pagando. Como, de resto, acontece, sem um décimo do alarido público, com os hospitais, onde, curiosamente, é bem maior o fosso entre quem é beneficiário da ADSE e pode optar e os restantes pagadores de impostos, limitados, se não tiverem seguro, ao Serviço Nacional de Saúde.
Lamentavelmente, as posições extremaram-se de tal maneira que acabamos por não discutir o essencial: que alunos andam a formar as escolas públicas e as escolas privadas?
2 A cada dia que passa, parece mais evidente que a fórmula para tornar eficaz a Administração Pública passa por exportar para os restantes serviços os métodos e os meios da Administração Fiscal. Se tudo funcionasse como o Fisco, os dinamarqueses e os suecos organizavam expedições a Portugal para aprender como se faz. E o mais comovente é que tudo acontece num quadro de profunda dedicação patriótica. Ou, nas palavras de Helena Borges, diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, graças ao papel desempenhado pelos funcionários fiscais, nossos "parceiros para a cidadania".
Os números dos primeiros três meses do ano impressionam: quase 70 mil penhoras, das quais 18 mil de contas bancárias. A competência e o volume de trabalho destes funcionários têm uma razão de ser supletiva: se atingirem determinados valores de cobrança, são recompensados com um ou mais salários no fim do ano. A fórmula é estafada, mas funciona às mil maravilhas no público e no privado: gerir bem, compensar com justiça e colher os louros. É bem simplex, não?
EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO
PEDRO IVO CARVALHO
25 Maio 2016 às 00:03
Jornal de Notícias
Não, não é o fim do Mundo o Estado usar com parcimónia e tendo por base critérios objetivos e justificados o dinheiro dos contribuintes, evitando duplicação de gastos (na verdade, nem devia ser necessário aduzir esta gigantesca evidência); não, não é o fim do Mundo que o Estado tenha ajudado, durante dezenas de anos, escolas privadas a formar alunos em regiões onde a oferta pública não era capaz. E não é, certamente, o fim do Mundo que continue a fazê-lo onde tal seja necessário. Como vai acontecer. Quem não gostar da escola pública pode sempre optar pelo privado. Pagando. Como, de resto, acontece, sem um décimo do alarido público, com os hospitais, onde, curiosamente, é bem maior o fosso entre quem é beneficiário da ADSE e pode optar e os restantes pagadores de impostos, limitados, se não tiverem seguro, ao Serviço Nacional de Saúde.
Lamentavelmente, as posições extremaram-se de tal maneira que acabamos por não discutir o essencial: que alunos andam a formar as escolas públicas e as escolas privadas?
2 A cada dia que passa, parece mais evidente que a fórmula para tornar eficaz a Administração Pública passa por exportar para os restantes serviços os métodos e os meios da Administração Fiscal. Se tudo funcionasse como o Fisco, os dinamarqueses e os suecos organizavam expedições a Portugal para aprender como se faz. E o mais comovente é que tudo acontece num quadro de profunda dedicação patriótica. Ou, nas palavras de Helena Borges, diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, graças ao papel desempenhado pelos funcionários fiscais, nossos "parceiros para a cidadania".
Os números dos primeiros três meses do ano impressionam: quase 70 mil penhoras, das quais 18 mil de contas bancárias. A competência e o volume de trabalho destes funcionários têm uma razão de ser supletiva: se atingirem determinados valores de cobrança, são recompensados com um ou mais salários no fim do ano. A fórmula é estafada, mas funciona às mil maravilhas no público e no privado: gerir bem, compensar com justiça e colher os louros. É bem simplex, não?
EDITOR-EXECUTIVO-ADJUNTO
PEDRO IVO CARVALHO
25 Maio 2016 às 00:03
Jornal de Notícias
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