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Os bons exemplos nunca são elogiados
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Os bons exemplos nunca são elogiados
Fomos confrontados, na semana que passou, com a nomeação de Fernando Teixeira dos Santos para ocupar o cargo de Presidente Executivo do Banco BIC Portugal.
Como sempre, no meio de decisões destas, levantaram-se as vozes críticas das incompatibilidades e tivemos as costumeiras referências a zonas nebulosas, quanto a decisões passadas, tomadas enquanto governante, que pudessem ter, de algum modo, beneficiado o futuro empregador. É um dos lados sombrios desta sociedade.
Teixeira dos Santos foi Ministro das Finanças há mais de 5 anos. De lá para cá soubemos que regressou à Faculdade de Economia da Universidade do Porto e pontualmente participou em espaços de comentário. Foi crucial para a definição do período recente por que Portugal passou. Contra tudo e contra todos, desencadeou in extremis o pedido de resgaste, que deu lugar ao programa de ajustamento. Foi um gesto de patriotismo, que o país lhe deve, a alternativa era seguramente pior, porém não apaga a sua acção, enquanto Ministro das Finanças no consulado Sócrates.
Não é correcta, por isso, essa tentativa de lançar suspeitas. Tanto mais que o processo de venda do falido BPN foi gerido pelo anterior Governo. Como sempre, são os do costume que clamam pela ética e rigor, mas que pecam muitas vezes, pela falta dela, nas suas acções.
A nossa sociedade é muito rápida a apontar o dedo, sempre pronta a carregar no gatilho da crítica, não importa sequer se é fundamentada ou não. Não partilhamos boas acções, não elogiamos quem merece, não gostamos do sucesso do próximo. Não. Há sempre um clamor geral perante a queda em desgraça, há sempre quem esteja pronto a levantar suspeitas e a deixar insinuações. Quanto pior, melhor.
Todavia, neste caso, não poderia deixar de reforçar o exemplo que Teixeira dos Santos deu. Passou por um período de nojo de cinco anos, sem exercer cargos empresariais de relevo. E fê-lo por sua iniciativa. Não sabemos se foi ou não convidado para ocupar outro lugar, no entanto, não é de crer que muitas organizações não pensassem num antigo Ministro das Finanças para os seus quadros.
Este é um ponto crucial. Ser Ministro de uma determinada área pode e deve restringir o futuro profissional do cidadão? Ou o manto de suspeitas que se segue implica que cada ex-titular de cargo público não possa trabalhar senão a anos-luz de distância da sua área profissional?
Então o que fazemos aos Ministros que cessam funções? Guardamo-los todos numa redoma de vidro para evitar tentações pecaminosas? Bem sei que por aí sempre se disse que o melhor de ser Ministro é ser ex-Ministro, no entanto, cada caso é um caso e a generalização sem critério é perigosa. Aliás, por essa generalização ser tão perigosa, hoje quem exerça funções de cariz político fica logo com uma aura de suspeição. Não são todos iguais, independentemente dos maus exemplos, daqueles que seguem o articulado da lei, mas não a ética republicana.
Só evitaremos os maus exemplos através da promoção da transparência e da responsabilização na vida pública, assim não haverá espaço para recantos obscuros que, ao não serem escrutinados, permitam a corrupção que corrói as instituições da nossa República e quebra os laços de solidariedade, que devem unir a nossa comunidade.
Neste caso só podemos elogiar a postura de Teixeira dos Santos e reconhecer a sua competência. Independentemente dos jogos partidários e das opções políticas. Reconhecer quem é bom não é, nem pode ser, um acto manchado pela constante invídia. Já chega de ataques pessoais e de calúnias.
DIOGO AGOSTINHO
30.05.2016 às 7h00
Expresso
Como sempre, no meio de decisões destas, levantaram-se as vozes críticas das incompatibilidades e tivemos as costumeiras referências a zonas nebulosas, quanto a decisões passadas, tomadas enquanto governante, que pudessem ter, de algum modo, beneficiado o futuro empregador. É um dos lados sombrios desta sociedade.
Teixeira dos Santos foi Ministro das Finanças há mais de 5 anos. De lá para cá soubemos que regressou à Faculdade de Economia da Universidade do Porto e pontualmente participou em espaços de comentário. Foi crucial para a definição do período recente por que Portugal passou. Contra tudo e contra todos, desencadeou in extremis o pedido de resgaste, que deu lugar ao programa de ajustamento. Foi um gesto de patriotismo, que o país lhe deve, a alternativa era seguramente pior, porém não apaga a sua acção, enquanto Ministro das Finanças no consulado Sócrates.
Não é correcta, por isso, essa tentativa de lançar suspeitas. Tanto mais que o processo de venda do falido BPN foi gerido pelo anterior Governo. Como sempre, são os do costume que clamam pela ética e rigor, mas que pecam muitas vezes, pela falta dela, nas suas acções.
A nossa sociedade é muito rápida a apontar o dedo, sempre pronta a carregar no gatilho da crítica, não importa sequer se é fundamentada ou não. Não partilhamos boas acções, não elogiamos quem merece, não gostamos do sucesso do próximo. Não. Há sempre um clamor geral perante a queda em desgraça, há sempre quem esteja pronto a levantar suspeitas e a deixar insinuações. Quanto pior, melhor.
Todavia, neste caso, não poderia deixar de reforçar o exemplo que Teixeira dos Santos deu. Passou por um período de nojo de cinco anos, sem exercer cargos empresariais de relevo. E fê-lo por sua iniciativa. Não sabemos se foi ou não convidado para ocupar outro lugar, no entanto, não é de crer que muitas organizações não pensassem num antigo Ministro das Finanças para os seus quadros.
Este é um ponto crucial. Ser Ministro de uma determinada área pode e deve restringir o futuro profissional do cidadão? Ou o manto de suspeitas que se segue implica que cada ex-titular de cargo público não possa trabalhar senão a anos-luz de distância da sua área profissional?
Então o que fazemos aos Ministros que cessam funções? Guardamo-los todos numa redoma de vidro para evitar tentações pecaminosas? Bem sei que por aí sempre se disse que o melhor de ser Ministro é ser ex-Ministro, no entanto, cada caso é um caso e a generalização sem critério é perigosa. Aliás, por essa generalização ser tão perigosa, hoje quem exerça funções de cariz político fica logo com uma aura de suspeição. Não são todos iguais, independentemente dos maus exemplos, daqueles que seguem o articulado da lei, mas não a ética republicana.
Só evitaremos os maus exemplos através da promoção da transparência e da responsabilização na vida pública, assim não haverá espaço para recantos obscuros que, ao não serem escrutinados, permitam a corrupção que corrói as instituições da nossa República e quebra os laços de solidariedade, que devem unir a nossa comunidade.
Neste caso só podemos elogiar a postura de Teixeira dos Santos e reconhecer a sua competência. Independentemente dos jogos partidários e das opções políticas. Reconhecer quem é bom não é, nem pode ser, um acto manchado pela constante invídia. Já chega de ataques pessoais e de calúnias.
DIOGO AGOSTINHO
30.05.2016 às 7h00
Expresso
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