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A Lua sabe tudo
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A Lua sabe tudo
A Lua é uma cadela Jack Russell, ainda muito moça, que o meu neto António diz "pensar em mil coisas ao mesmo tempo". Tem sempre seis ou sete investimentos em mente: cumprimentar toda a gente, conhecer todos os cães, ir a toda a parte, correr em todas as direcções, deitar-se ao sol e atirar-se a um ribeiro.
O António, do outro lado chama "Lua!" e ela atira-se logo às àguas sem perder um segundo a pensar como há-de fazer. Atira-se e é varrida pela corrente em direcção ao mar. Como não gosta de ser levada, até porque tem as pernas extremamente curtas não só para chegar ao chão como para servir de remos, desiste de chegar à outra margem e volta para trás. Não fica frustrada. Começa logo outra brincadeira. É o animal menos monomaníaco que já conheci. Se a trela se enrola nas patas de trás, tudo bem, continua em modo de arrasto, alegremente, a aproveitar aquela novidade.
Nunca se queixa nem ladra. Está sempre feliz, empenhada, curiosa e cheia, sobretudo, de vontade de continuar. Ou de mudar. Ou de ficar. Ou de ir. Se não consegue fazer uma coisa, começa logo a fazer outra, sem teimosia e sem rancor.
A Lua sabe que há mil coisas para fazer nesta vida e que todas elas acabam por ser boas. Muitas, é verdade, acabam mal começam, porque não as consegue fazer. Não faz mal. É da maneira que começa mais depressa a fazer a seguinte.
A Lua sabe que nada há mais triste e inútil do que o tempo perdido a chorar e a sonhar com o que se fez e não fez. Fazer é que é.
Por Miguel Esteves Cardoso
30/05/2016 - 08:29
Público
O António, do outro lado chama "Lua!" e ela atira-se logo às àguas sem perder um segundo a pensar como há-de fazer. Atira-se e é varrida pela corrente em direcção ao mar. Como não gosta de ser levada, até porque tem as pernas extremamente curtas não só para chegar ao chão como para servir de remos, desiste de chegar à outra margem e volta para trás. Não fica frustrada. Começa logo outra brincadeira. É o animal menos monomaníaco que já conheci. Se a trela se enrola nas patas de trás, tudo bem, continua em modo de arrasto, alegremente, a aproveitar aquela novidade.
Nunca se queixa nem ladra. Está sempre feliz, empenhada, curiosa e cheia, sobretudo, de vontade de continuar. Ou de mudar. Ou de ficar. Ou de ir. Se não consegue fazer uma coisa, começa logo a fazer outra, sem teimosia e sem rancor.
A Lua sabe que há mil coisas para fazer nesta vida e que todas elas acabam por ser boas. Muitas, é verdade, acabam mal começam, porque não as consegue fazer. Não faz mal. É da maneira que começa mais depressa a fazer a seguinte.
A Lua sabe que nada há mais triste e inútil do que o tempo perdido a chorar e a sonhar com o que se fez e não fez. Fazer é que é.
Por Miguel Esteves Cardoso
30/05/2016 - 08:29
Público
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