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Saber se se sabe
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Saber se se sabe
O populismo nacionalista, em Portugal, implica o empobrecimento dos que aqui viverem e a subordinação de todos aos encargos da dívida.
A FRASE...
"A reestruturação da dívida faz-se gerindo o excessivo endividamento e não quebrando a possibilidade de continuar o crescimento. O problema está em saber se se sabe onde investir."
Augusto Mateus, Antena 1, 13 de Novembro de 2016
A ANÁLISE...
A eleição de Donald Trump implica que se meteu um joker (diabo) no baralho com que se joga a política mundial, onde deixaram de existir padrões de normalidade que sirvam de referência para aqueles que se afastam da rota escolhida e se desequilibraram. Ao meter no jogo o joker (diabo), o eleitorado dos Estados Unidos terminou a época do império benévolo que oferecia tempo de recuperação aos desequilibrados: quem cometer erros não terá nem margem nem tempo de recuperação.
Portugal chega a esta mudança de época nas piores condições. Com endividamento excessivo, tem de gerir a contracção da despesa pública (designando como austeridade o que apenas é o acerto de contas), encontrando a rejeição dos eleitores dependentes das políticas públicas - que preferem meter um joker (diabo) no baralho das cartas do poder. Com um sistema bancário submerso pelas imparidades, tem de assumir que os banqueiros falharam no exercício das suas responsabilidades de avaliar os riscos de incumprimento - ou será que se limitaram a obedecer às instruções e ordens dos detentores do poder político, que servem os seus interesses particulares em nome do interesse colectivo? Sem crescimento económico, continua sem modelo de desenvolvimento desde que o fim do império e a nacionalização dos centros de acumulação de capital destruíram as condições de autonomia de decisão na economia (e que a integração europeia veio apenas reforçar e completar).
Quem quer que seja o joker (diabo) português, não investe porque não sabe em que deve investir. Insiste na dependência distributiva que lhe assegura o poder e desiste da modernização competitiva que o dispensaria. O populismo nacionalista, em Portugal, implica o empobrecimento dos que aqui viverem e a subordinação de todos aos encargos da dívida.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com
Joaquim Aguiar
14 de Novembro de 2016 às 21:10
Negócios
A FRASE...
"A reestruturação da dívida faz-se gerindo o excessivo endividamento e não quebrando a possibilidade de continuar o crescimento. O problema está em saber se se sabe onde investir."
Augusto Mateus, Antena 1, 13 de Novembro de 2016
A ANÁLISE...
A eleição de Donald Trump implica que se meteu um joker (diabo) no baralho com que se joga a política mundial, onde deixaram de existir padrões de normalidade que sirvam de referência para aqueles que se afastam da rota escolhida e se desequilibraram. Ao meter no jogo o joker (diabo), o eleitorado dos Estados Unidos terminou a época do império benévolo que oferecia tempo de recuperação aos desequilibrados: quem cometer erros não terá nem margem nem tempo de recuperação.
Portugal chega a esta mudança de época nas piores condições. Com endividamento excessivo, tem de gerir a contracção da despesa pública (designando como austeridade o que apenas é o acerto de contas), encontrando a rejeição dos eleitores dependentes das políticas públicas - que preferem meter um joker (diabo) no baralho das cartas do poder. Com um sistema bancário submerso pelas imparidades, tem de assumir que os banqueiros falharam no exercício das suas responsabilidades de avaliar os riscos de incumprimento - ou será que se limitaram a obedecer às instruções e ordens dos detentores do poder político, que servem os seus interesses particulares em nome do interesse colectivo? Sem crescimento económico, continua sem modelo de desenvolvimento desde que o fim do império e a nacionalização dos centros de acumulação de capital destruíram as condições de autonomia de decisão na economia (e que a integração europeia veio apenas reforçar e completar).
Quem quer que seja o joker (diabo) português, não investe porque não sabe em que deve investir. Insiste na dependência distributiva que lhe assegura o poder e desiste da modernização competitiva que o dispensaria. O populismo nacionalista, em Portugal, implica o empobrecimento dos que aqui viverem e a subordinação de todos aos encargos da dívida.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com
Joaquim Aguiar
14 de Novembro de 2016 às 21:10
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