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Seis meses de impostura
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Seis meses de impostura
Confesso a minha ignorância: como pode o PSD alimentar a ideia que de o actual Governo é para durar a legislatura?
Ao fim de seis meses de governação socialista o balanço é mau. Quer no estilo, quer na forma, quer no conteúdo o Governo não chega à nota mínima. E contudo nasceu em ambiente de reduzida crispação, tem beneficiado ao longo dos últimos meses da condescendência do Presidente da República e, sobretudo, tem “boa imprensa”, ou seja, preguiçosa quando é necessário investigar.
No estilo é um Governo de personalidades anódinas que não conseguem que alguém se recorde delas por boas razões, e alguns até por más. Em geral primam pela omissão e quando saem à luz do dia o susto é grande. Mas o pior é mesmo o primeiro-ministro – elogiado pela tal “imprensa” como um mestre da “táctica política” – que, tentando impor um estilo descontraído, até já conseguiu irritar o tão carinhoso Presidente da República.
Entre “vacas voadoras”, tiradas humorísticas de gosto duvidoso e empáfia quanto baste parece que o seu único objectivo é sobreviver. E é mesmo. Porque, do ponto de vista formal, como bem disse Francisco Assis, este é um “Governo de gestão” incapaz de fazer reformas e pressuroso a apagar fogos que ele próprio ateia pela inépcia dos seus governantes. Isto ao mesmo tempo que tenta agradar aos portugueses e à Europa, numa verdadeira quadratura do círculo.
Quanto ao conteúdo já se percebeu que o Governo não existe para governar, ou seja, prover ao “bem comum”. Está apenas obcecado em anular ou desmantelar tudo o que o Passos Coelho fez. E compreende-se, pois esse é o único cimento que liga a “geringonça”. Não arrisca nada sem consultar os seus parceiros e sobrevive assustado sob a permanente ameaça dos grupos de pressão (designadamente a CGTP). Veja-se a forma como o Governo lidou com a questão das escolas privadas comparando com os estivadores. Para os primeiros “ideologia” pura e dura, para os segundos “diálogo”.
E valerá a pena lembrar, apenas como nota de rodapé, não vá alguém assustar-se, que quase todos os indicadores económicos e financeiros estão bem piores, a começar pelo verdadeiro flagelo que deveria estar no centro das preocupações de qualquer governo: o desemprego. Ou seja, desbarata os sacrifícios que eu, como todos os portugueses, fizemos nos últimos quatro anos para tentar pôr o país são.
Daí que não entenda, confesso a minha ignorância, como pode o PSD alimentar a ideia que de o actual Governo é para durar a legislatura. Estranhamente, a ideia de que o Governo é uma impostura política, pela forma como nasceu – e agora confirmada pela forma como governa – ganhou foros de anátema. Quase todos, a começar pelos comentadores e políticos da oposição se calaram quanto a esse aspecto. Como se a legitimidade constitucional do Governo servisse para apagar a sua ilegitimidade política.
É bom que se recupere esse tema, que nunca devia ter saído do debate, porque ele é e continuará a ser, até o actual Governo passar à História – ou encontrar a verdadeira legitimidade política que lhe falta – a questão essencial. A única mesmo...
00:05 h
Ricardo Leite Pinto, Professor da Universidade Lusíada
Económico
Ao fim de seis meses de governação socialista o balanço é mau. Quer no estilo, quer na forma, quer no conteúdo o Governo não chega à nota mínima. E contudo nasceu em ambiente de reduzida crispação, tem beneficiado ao longo dos últimos meses da condescendência do Presidente da República e, sobretudo, tem “boa imprensa”, ou seja, preguiçosa quando é necessário investigar.
No estilo é um Governo de personalidades anódinas que não conseguem que alguém se recorde delas por boas razões, e alguns até por más. Em geral primam pela omissão e quando saem à luz do dia o susto é grande. Mas o pior é mesmo o primeiro-ministro – elogiado pela tal “imprensa” como um mestre da “táctica política” – que, tentando impor um estilo descontraído, até já conseguiu irritar o tão carinhoso Presidente da República.
Entre “vacas voadoras”, tiradas humorísticas de gosto duvidoso e empáfia quanto baste parece que o seu único objectivo é sobreviver. E é mesmo. Porque, do ponto de vista formal, como bem disse Francisco Assis, este é um “Governo de gestão” incapaz de fazer reformas e pressuroso a apagar fogos que ele próprio ateia pela inépcia dos seus governantes. Isto ao mesmo tempo que tenta agradar aos portugueses e à Europa, numa verdadeira quadratura do círculo.
Quanto ao conteúdo já se percebeu que o Governo não existe para governar, ou seja, prover ao “bem comum”. Está apenas obcecado em anular ou desmantelar tudo o que o Passos Coelho fez. E compreende-se, pois esse é o único cimento que liga a “geringonça”. Não arrisca nada sem consultar os seus parceiros e sobrevive assustado sob a permanente ameaça dos grupos de pressão (designadamente a CGTP). Veja-se a forma como o Governo lidou com a questão das escolas privadas comparando com os estivadores. Para os primeiros “ideologia” pura e dura, para os segundos “diálogo”.
E valerá a pena lembrar, apenas como nota de rodapé, não vá alguém assustar-se, que quase todos os indicadores económicos e financeiros estão bem piores, a começar pelo verdadeiro flagelo que deveria estar no centro das preocupações de qualquer governo: o desemprego. Ou seja, desbarata os sacrifícios que eu, como todos os portugueses, fizemos nos últimos quatro anos para tentar pôr o país são.
Daí que não entenda, confesso a minha ignorância, como pode o PSD alimentar a ideia que de o actual Governo é para durar a legislatura. Estranhamente, a ideia de que o Governo é uma impostura política, pela forma como nasceu – e agora confirmada pela forma como governa – ganhou foros de anátema. Quase todos, a começar pelos comentadores e políticos da oposição se calaram quanto a esse aspecto. Como se a legitimidade constitucional do Governo servisse para apagar a sua ilegitimidade política.
É bom que se recupere esse tema, que nunca devia ter saído do debate, porque ele é e continuará a ser, até o actual Governo passar à História – ou encontrar a verdadeira legitimidade política que lhe falta – a questão essencial. A única mesmo...
00:05 h
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