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No país de “vacas-voadoras”
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No país de “vacas-voadoras”
Há uns anos, um amigo açoriano, numa sua propriedade de veraneio na bela Vila das Capelas onde me acolheu em São Miguel, dizia-me a seguinte frase: «os Açores são oito ilhas mais um parque de diversões», referindo-se com humor à Ilha Terceira, e às tradições das suas gentes com imensas festas, das quais se destacam as chamadas “sanjoaninas” à entrada do verão.
Lembrei-me desta frase proferida naquela tarde de ambiência idílica, com odor a terra borrifada pelo orvalho, alcatifada de verde na costa norte de São Miguel, ao pensar no meu actual país de “vacas-voadoras”, onde se começa a desatar nós e a desafiar impossibilidades sacrossantas.
Imagino que os Açores e as suas imensas vacas, povoem o imaginário de tanto socialista - à excepção de Francisco Assis e de outros Velhos do Restelo - de como seria bom aquele gado voar e criar novas possibilidades estonteantes, como o do iogurte em pedaços ou o queijo curado directamente da ordenha e demais idiotices que possamos imaginar.
Não quero com isto dizer, que Portugal com Costa, ou a Grécia com Tsipras, se tornaram “parques de diversões” da Europa, apenas porque cada um à sua maneira, e saber, desafiam o “establishment” reinante da ortodoxia germânica, apesar de Tsipras ter capitulado, e o BE outrora tão colado, já se afaste do jovem governante que conduz a Grécia às guinadas. Era tão bom negar - apesar de ser cada vez mais difícil fazê-lo - que a extrema-direita partidária não representasse já, pelo menos, mais de 10% dos resultados eleitorais nalguns dos países europeus, numa ascensão inquietante, com tudo aquilo que isso possa representar. Se Costa nos quer fazer acreditar que as vacas voam, a elite burocrática europeia, transforma paulatinamente este velho continente num sítio estranho e potencialmente perigoso, com a erosão do centro do espectro político, com todo o desfile de descrédito e populismo que se engrandece a olhos vistos, sendo também preocupante os sinais que vemos nos EUA da “trampa” circense do candidato republicano. Contudo, não creio que cheguemos ao caos da Venezuela, que aflige muitos portugueses e madeirenses em particular, que vivem dias de crescentes dificuldades e incertezas, a que a diplomacia portuguesa tem acompanhado com especial cautela.
Em suma, as vacas voadoras de Costa, são a menor das minhas preocupações, e das preocupações da Europa, dos mercados, etc. Curiosamente a atenção de Cavaco era também prendida pelas vacas felizes na ordenha e no sorriso das mesmas nos pastos açorianos, mas nunca se registou que alguma vez, uma vaca lhe voasse à frente, ou dos que o acompanhavam naqueles séquitos mórbidos. Os animais projectam sempre a animosidade de espírito dos seus interlocutores humanos. E Cavaco - convenhamos - à excepção da hora do bolo-rei, não era uma figura que dinamitasse sensações.
Marcelo Rebelo de Sousa, foi à Alemanha há poucos dias, mendigar misericórdia, para que Portugal não seja sancionado. Há dentro de certas famílias políticas quem não se entenda, e que depois peçam consensos entre distintos partidos, quando não o sabem promover dentro de portas. A família desavinda do PPE (Partido Popular Europeu), através do seu líder, pediu há dias perante a Comissão Europeia, o castigo para Portugal e Espanha. Contudo Passos e Maria Luís publicitaram uma carta escrita a pedir clemência (estes dois respondem pelas falhas da meta) , e Marcelo lá foi à chancelaria alemã, cabisbaixo. Resta saber se o presidente português, levou alguns DVD’s com aquele vídeo promocional de Portugal, que publicitara há três anos, quando o jugo da “troika” começava a apertar o torniquete da lusa expiação.
Passada a primeira temporada da saga “Papéis do Panamá”, não se sabe se estão a ser trabalhados mais alguns episódios com algum elemento novo que prenda a audiência “voyeurista”. Aquela grande novidade acabou por desaparecer tão rápido, como uma espuma instantânea que nem tempo concede a que seja fotografada. O assunto nacional que desabrochou foi a polémica de alguns dos chamados “contratos de associação”, que o governo tem com alguns colégios privados. Afinal há sempre umas “rendas” sagradas, uns contratos invioláveis, que são para serem “honrados”. A igreja portuguesa enquanto parte interessada, tomou partido perante esta “violência”, mas nunca apoiou qualquer manifestação em prole dos portugueses que nos últimos quatro anos, perderam trabalho, direitos e até viram suspensos dois feriados religiosos, com que os mercantilizou com a coligação de direita de então no governo.
Há ainda muito “Cerejeira” à mistura com a naftalina que exala dalgumas gavetas desta igreja, que permanece ancorada num outro mundo de santos, ritos e intestinos privilégios anacrónicos. Não há dúvida de que nesta instituição de Francisco, há “pastores” que ainda nos vêm como umas meras “ovelhas” controladas.
Na Madeira a oposição segue mortiça, e não espicaça qualquer animosidade por parte do partido do governo. O debate político morreu ainda antes da “silly-season”. Os líderes dos partidos mais votados da oposição, não se mexem, estão ausentes ou então dão tiros de pólvora seca, como foi o caso de Lopes da Fonseca que há poucos dias ansiava pela requisição civil na questão da greve dos estivadores, quando horas depois, foi firmado o acordo com patrocínio da Ministra do Mar. Carlos Pereira limita-se a reproduzir nos media uma agenda com reuniões ministeriais, só para fazer notar aos madeirenses que aquela malta, são unha e carne, e que se farta de meter cunhas pelos madeirenses sobre aquelas merd*...matérias.
Cafôfo no Funchal continua a não fazer nada de substantivo pela cidade, para além dum programa cultural medíocre, mas bem orquestrado por alguns media, amplificando mero fogo de estalo, como se arte pirotécnica se tratasse. A docilidade dos media e de alguns escritos, expressam bem o rosário de futilidades a que está reduzida a maior câmara da Região a gestão corrente, cuja presidência se concentra exclusivamente para a reeleição do próximo ano, ora com aquela foto em Bruxelas com o tipo da Ryanair, ora disparando contra a Tap no Porto, mas resolver a questão dos acessos à Praia Formosa, e as crónicas fontes de poluição nas praias do Funchal como o caso do Gorgulho em vésperas da época balnear, como diz o outro, “’tá quieto”! E isto só para a rubrica “pão e circo”, porque o resto está paralisado.
O verão já aí vem. Mas não vem avião cargueiro, nem ferry. Isso poderia não fazer necessariamente os madeirenses mais felizes e prósperos. Mas reconheço, que uma cenoura pendurada à frente do nariz, sem nunca a conseguir alcançar por mais que corramos, faça saciar a fome a alguns num efeito placebo...e a manter a pança cheia, dalguns outros. Aliás, os mesmos de sempre.
Por fim e porque o verão está aí, pinta-se o quadro do abandono dos animais, que aliás ocorre durante todo o ano. Matilhas que atacam outros animais, e quadros de miséria e maldade com que se pincelam aguarelas desagradáveis na nossa terra, por pura incúria da nossa comunidade. Quadros que não se vêm numa Europa civilizada a que dizemos pertencer, ou para a qual aspiramos. Não são os poderes públicos que se devem substituir à mentalidade dalgumas pessoas nesta matéria, mas a verdade é que apesar do reforço do quadro legislativo da matéria em apreço, e das competências administrativas definidas pela lei, são movimentos que brotam da sociedade civil, associações, do voluntariado anónimo que se substituem às acções correctivas que o “Estado” devia realizar e assumir. Até actuando preventivamente na sensibilização das mais novas gerações, pois a mentalidade não é algo que se altere instantaneamente. Pelo trabalho e esforço de todos que abnegadamente lutam e se substituem àquele “Estado” que muito promete e pouco faz, o meu apreço!
donatomacedo@gmail.com
Donato Macedo, Lic. em Comunicação
Diário de Notícias da Madeira
Quarta, 1 de Junho de 2016
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