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“A conspiração vacas”
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“A conspiração vacas”
Os factos são claros: Aquando do advento da agricultura, há cerca de 10.000 anos, o ser humano representava apenas 1% da biomassa animal vertebrada terrestre. Hoje em dia, o conjunto dos seres humanos e dos animais de gado representa cerca de 98%, sendo que os restantes 2% correspondem a animais livres na natureza.
Que impactos têm estas variáveis para a economia real? Na nossa saúde e nos nossos ecossistemas?
Em Portugal, os partidos do actual espectro político omitem, por desconhecimento ou recusa ideológica, os custos invisíveis desta massiva economia baseada em produtos animais. A indústria agropecuária mesmo sendo a maior contribuinte para a poluição do planeta, responsável por mais de 51% das emissões globais de gases com efeitos de estufa e colocando Portugal como um dos países europeus com maior pegada hídrica, onde 80% da água consumida se destina a esta actividade, é completamente ignorada nos programas políticos de todos os partidos, mesmo aqueles que agora se formam e inexplicavelmente por todos os que se definem como ecologistas.
Esta economia baseada na exploração intensiva de animais contribui fortemente para a pauperização dos solos. Cerca de 36% do território do nosso país apresenta risco de desertificação, encontrando-se já 28% bastante afectado por este fenómeno. Os solos estão cada vez mais pobres, a degradar-se, e a utilização de fertilizantes químicos aumenta de modo exponencial na UE e no mundo. Que efeitos terão estes actos para a soberania alimentar nacional? A política nacional de protecção de solos tem sido um desastre pois a incompreensão das causas da sua destruição continua a perpetuar decisões e práticas totalmente erradas e em contracorrente com as evidências científicas.
No que concerne à saúde pública, e sendo a defesa do Serviço Nacional de Saúde, uma bandeira de todos os partidos, como é que se ignoram os efeitos da produção e consumo de alimentos na prevalênciade doenças cardiovasculares, responsáveis por pelo menos 34,1% das mortes na população portuguesa?
Dados recentes indicam que cerca de um milhão de portugueses tem diabetes e dois milhões sofrem de pré-diabetes, sendo que 25% do total dos internamentos hospitalares são causados por esta doença que representa um custo anual equivalente a de 1% do PIB português e 10% da Despesa em Saúde (dados de 2013). Cerca de 3,5 milhões de portugueses adultos têm pré obesidade, sendo que 1 milhão são efectivamente obesos. A obesidade tem assim um significativo impacto económico, representando 4,5% dos gastos em saúde.
É esta a economia que desejamos promover? A sustentabilidade do SNS passa por trabalharmos na fonte dos quadros patológicos constituindo-se como inadiável a alteração dos hábitos alimentares vigentes. Comer é um acto político e progressista, não pode ser mais dissociado da mera dimensão da escolha individual.
O PAN é o único colectivo que coloca estas questões no centro do debate político, que propõe e promove no seu programa e em acções diárias uma alteração de hábitos de modo a adaptar a sociedade com novas ferramentas, capazes de melhorar a saúde pública, o bem-estar de todos os animais, uma economia real e a verdadeira sustentabilidade ecológica.
O PAN propõe, entre outras medidas, a eliminação dos subsídios à indústria pecuária intensiva e seus derivados, tornando assim real o preço destes produtos e, por outro lado, o apoio da produção agrícola em modo biológico, sem agro-químicos,para paulatinamente actuar nas causas destes desequilíbrios ecológicos, sociais e económicos.
Uma economia real e próspera terá invariavelmente que ter como ponto central o desmantelamento da indústria intensiva agrícola e pecuária. Pensar o inverso é acelerar o colapso ecológico, social e económico.
A falta de visão global faz-nos agir como se estivéssemos em guerra com nós próprios destruindo os solos que nos irão garantir a nossa soberania alimentar futura. Não é tarde mas os efeitos secundários começam a ser cada vez mais gravosos.
André Silva
Porta-Voz do PAN (Pessoas-Animais-Natureza)
OJE.pt
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